entre os Pastores da Arcadia Portuense ALBANO ERITHREO dedicadas a’ memoria do Grande LUIZ DE CAMÕES PRINCIPE dos Poetas Portuguezes dadas a’ luz por CAETANO DE LIMA E MELLO. Nova edição. LISBOA Na Typografia da Academia R. das Sciencias. 1827.

Obra em 3 volumes. De 15x11 cm. Com [i]-313, [i]-362-[vi], [i]-271-[viii] pags. Brochados.

Exemplar apresenta capas de brochuras provisórias colocadas no séc. XX e os volumes encontram-se por abrir.

Esta “nova edição” é quinta edição impressa das Rimas do autor.

Inocêncio IV, 55: “Compõem-se estes volumes de sonetos, odes, epistolas, canções, éclogas, idílios, quadras e motes glosados, etc., etc., entrando nelas as poesias avulsas e dispersas, que já andavam impressas antes da publicação de cada um. No tomo II há também duas tragédias, a primeira é a Penélope, traduzida do francês do Abade Genest; a segunda Viriácia, de assunto português, e original do autor. É porém de notar, que nas edições de 1800 e 1827 não houve o cuidado de adicionar ao já impresso nas anteriores várias composições miúdas, que o poeta dera á luz no intervalo de 1785, época da publicação do tomo III, até o ano de 1789, em que faleceu.

Resumindo o que os críticos têm dito com respeito ao mérito de João Xavier de Matos, creio que podemos julga-lo como poeta de segunda ordem, aluno da escola italiana, e acérrimo imitador de Camões, de cujas obras se vê tinha muita lição. Não lhe faltou natureza para a poesia; tem versificação suave e harmoniosa; nem poderia ser considerado como insignificante versejador quem, como ele, mereceu os encómios não suspeitos de Bocage.Há entre os seus sonetos alguns excelentes, e as éclogas e canções são em geral bem escritas. Muito mais teria feito, se [ele] se desse ao estudo dos bons exemplares gregos e latinos, e atingisse o aticismo clássico, e a variedade e elegância de estilo, que só assim se adquirem.

Gozou no seu tempo de uma voga e celebridade talvez superiores em muito ao que valia: mas que é tão incongruente, como o esquecimento e desprezo em que hoje é tido. João Xavier de Matos era, com efeito, ouvidor na Vidigueira, em 1783, como se prova com a cópia de uma canção dele ao Bispo de Beja. Na biblioteca de Évora há cartas dele ao Cenáculo [Bispo de Beja], escritas quase todas da Vidigueira, sendo a última de 15 de Maio de 1789. O ponto único que pode dar-se por bem averiguado relativamente a João Xavier de Matos é a data da sua morte ocorrida a 3 de Novembro de 1789, em vila de Frades, no Alentejo'.