RUGENDAS. (Johann Moritz) HABITANTE DE GOYAS, QUADRO A ÓLEO PINTADO SOBRE MADEIRA.

     
 
 

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MANUSCRITO - COSTUMES DO REAL MOSTEIRO DE BELEM - 1745.

Costumes do Real Mosterº de Bellem Dos quaes ainda algum defira accidentalm[ente], do que na mesma materia dispoem, e ensina o nosso Ordinario, que aqui por muytas vezes se alêga, reformado pelo Revmo. Fr. Martin de la Vera, e impresso em Madrid no anno de 1636, que he o que devemos observar; se advirta que este mesmo Rituâl da Ordem recomenda repetidas vezes que em nada altêrem, antes estejam todos peloque for costume em cada Caza: e os Costumes, q[ue] nesta hà, e nam estàm antiquados sam os que os que aqui se escrevéram por Ordem do Revmo. Pe. Fr. Manoel de Sto. Antonio, sendo Prior Gerál no anno de 1745.

In fólio (de 28x22cm) com [ii], 94 pags.

Encadernação [original] da época inteira de pele marmoreada com nervos e ferros a ouro na lombada (representando querubins); e ferros rolados nas esquadrias das pastas. Corte das folhas carminado.

Apresenta carimbo comercial do século XIX na folha de guarda [Livraria Antiga e Moderna, Rua de São Nicolau, 113, Lisboa].

Título unificado no rótulo da lombada: CVST DO O DEBEL [Costumes do Convento de Bellem]

Manuscrito a uma só mão, firme e legível, composto em várias etapas (nuances da tinta) e com as 2 páginas iniciais inumeradas acrescentadas no final da sua execução. No início de cada capitulo apresenta os respetivos títulos.

Manuscrito contendo a Regra interna ou regulamento do ritual e da vida monástica dos monges jeronimitas do Mosteiro de Santa Maria de Belém ou, vulgo, Mosteiro dos Jerónimos.

Não são conhecidas outras referências a manuscritos ou obras impressas com este tema da organização quotidiana da vida desta 'Comunidade' tal como é referida em cada capítulo.

Existe contudo na BNP outro manuscrito contemporâneo do presente, contendo a orgânica do Capítulo [Assembleia Geral] do Mosteiro dos Jerónimos, complementar das regras da presente obra, guardado  [Título: Compendio das ceremonias do capítulo geral dos Monges].

O Mosteiro dos Jerónimos é um mosteiro manuelino, testemunho monumental da riqueza dos Descobrimentos portugueses. Situa-se em Belém, Lisboa, à entrada do Rio Tejo. Constitui o ponto mais alto da arquitectura do manuelino, sendo o mais notável conjunto monástico do século XVI em Portugal e uma das principais igrejas-salão da Europa. Destacam-se no mosteiro o seu claustro completado em 1544, e a porta sul de complexo desenho geométrico. Os elementos decorativos são repletos de símbolos da arte da navegação e de esculturas de plantas e animais exóticos. O Mosteiro dos Jerónimos foi reconstruído e ampliado para exercer funções civis no final do século XIX; declarado Monumento Nacional em 1907; e em 1983 a UNESCO classificou-o como 'Património Cultural de toda a Humanidade'. Em 2007 foi eleito como uma das sete maravilhas de Portugal. No Mosteiro dos Jerónimos encontram-se entre outros os túmulos dos reis D. Manuel I e sua mulher, D. Maria, D. João III e sua mulher D. Catarina, D. Sebastião e D. Henrique, de Vasco da Gama, de Luís Vaz de Camões, de Alexandre Herculano e de Fernando Pessoa. Em 2010 teve 644729 visitantes, sendo 92 % estrangeiros.

O mosteiro deve o nome à Ordem de São Jerónimo aí estabelecida até 1834. Para perpetuar a memória do Infante D. Henrique, pela sua grande devoção a Nossa Senhora, e ainda pela crença em S. Jerónimo, o rei D. Manuel I decidiu fundar o Mosteiro de Sta. Maria de Belém, perto da cidade de Lisboa nos últimos anos do século XV (pouco depois de Vasco da Gama ter regressado da sua viagem à Índia), tendo sido financiado em grande parte pelos lucros do comércio das especiarias. Os monges teriam como funções, entre outras, de rezar pela alma do rei e prestar assistência espiritual aos navegadores que da praia do Restelo partiam para descoberta do mundo. A Ordem de São Jerónimo é uma ordem religiosa contemplativa. A jornada do monge jerónimo é dedicada ao trabalho, a tarde é dedicada a exercícios próprios da vida contemplativa e intelectual (oração, leitura, estudo, etc.). A leitura desta regra costumeira informa-nos que, no decurso do dia e da noite, santificando cada hora, os monges celebravam cantando a Liturgia das Horas e participavam na missa e em várias procissões conventuais reunidos em comunidade, sujeitando-se a uma estrita hierarquia e a um minucioso ritual litúrgico.

O mosteiro, bem como esta sua regra interna, sobreviveram ao Terramoto de 1755.

O manuscrito não apresenta um indice das matérias, que no entanto aqui reunimos:

COSTUMES DO CORO, E IGREJA: Matinas Cantadas; Laudes cantadas; Capas em vésperas e Laudes de 1ª Classe; Vesporas de 2ª Classe; Vesporas de Duples Mayores; Vesperas de Duples Menores; Vesperas Semiduples; Completas Cantadas; Oraçam Mental; Missas Cantadas; Missa Ultima; Missa post Majorem; Missa da Prima; Renovaçam; Comunham da Escola e dos Monges que nam sam sacerdotes; Procissões; Procissam do Corpo de Deos; Procissam do Enterro.

OFFICIOS DO MOSTEIRO E SUAS OBRIGAÇÕES: Obrigações do Nosso Reverendo padre Prior Geral; Obrigações do Reverendo Padre Vigário; Obrigações do Padre Subvigário ou Assignado; Mestres das Cerimonias; Hebdomadario; Diácono; Subdiácono; Acolitos; Thuribulario; Cantor; Responsoria; Correitores do Canto; Correitores da Letra; Mestre da Cappella; Organista; Lucernario do Coro; Correitores do Refeitorio; Sacristão môr; Sacristão menor; Mestre dos Novicios; Porteiro Mayor; Procurador de Fora; Procurador de Margaride; Procurador da Caza; Padre Cerqueiro; Quinteiro da Palmeyra; Arqueiros; Celeiro e Adegueiro; Pomeiro do pomar grande; Pomeiro do pomar pequeno; Hortulam [hortelão]; Roupeiros Môr e Menôr; Enfermeiros Môr e Menor; Barbeiro; Lucernais do Dormitório; Sineyro e Relogieiro; e Campos.

Seguidamente transcrevemos algumas passagens do manuscrito, como exemplos, referentes aos aspectos do protocolo da oração, da leitura, do estudo, e do trabalho:

'Missa Ultima: A missa ultima se deita por taboa aos Padres Confessores que tendo de 40 anos de habito para baixo até 30, e vai do Coro no fim da Gloria, e da Sacristia ao Ofertório da Missa do dia, e o Padre Sacristão terá como cuidado prover Acolito para ajudar. Esta missa se diz no Altar de Nossa Senhora, ou no Altar do Nosso Padre, para que a ouçam do Ante-coro os Monges enfermos, que não puderem ir abaixo nem tiverem comudidade para ouvir outra. Sendo a Missa de Defuntos sai esta ao introito dela'.

Arqueiros: O Padre Arqueiro mór é eleito pela Comunidade, ou com o consentimento desta, o nomeia em Capitulo o Prelado, e por tábua nomeia o menor. A Arca tem três chaves, cada um dos Arqueiros tem uma, e o Prelado outra. Nela se guarda o dinheiro e as peças de ouro, e prata mais preciosa do Mosteiro, e em saco próprio se guarda também o dinheiro ao Quindénio [semana]. Ambos os ditos Arqueiros devem saber, e dar relação de todas as graças e previlégios concedidos ao Mosteiro, e também de todas as escrituras e arrendamentos não estando a outrem encomendada esta obrigação. Não podem ambos ir fora; indo um deve ficar em casa o outro, e o que vaqi deixa a chave da arca ao prelado, para que sendo assim preciso chame algum monge que supra a sua falta. No domingo assistem ambos em arca com o Prelado a tomar contas ao Procurador; e as tomam a todos os que as devem dar em arca. Os Livros de Receita; e Despesa corre por contas de ambos guarda-los na arca com cuidado em forma que se não rompam, nem se lhe arranque ou risque alguma folha. Para certeza e cautela das contas devem somar com cuidado as semanas, e os meses, fechando-os em cada ano de per si; por desta sorte, um ano ensinna, e pede contas ao outro, e fica-lhe mais fácil, e segura em o fim a soma de todo o trienio'.

Correitores da Letra: Também se nomeiam dois monges, que frequentem o coro, e sejam destros na Gramática para emendarem os erros que se derem no Latim, e também na pausa ao dizer as Lições, no Coro a cuja leitura assiste o Correitor primeiro, e em sua falta o segundo. (...) Todas as vezes que o Correitor emendar algum erro, o que o deu, sem repugnancia, nem replica alguma repita a emenda, e sendo o Correytor, o que errou, apenas que conhecer o erro, diga logo sua culpa, e assim como nisto mostra humildade, também da mesma deve usar, e de grande modéstia quando emenda' [etc].

Cerqueiro: O Padre Cerqueiro tem a seu cargo tudo o que pertence à Lavoura, e abegoaria do cerco, tanto no governo como na despesa e receita de tudo, de que dá contas em arca ao Prelado todos os anos. Por sua conta corre hoje pagar aos Criados do cerco, e despedi-los e recebe-los, conforme a experimenta, que´é mais util ao serviço do mesmo cerco' [etc].

 


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Referência: 1210JC081
Local: M-8-C-6

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