OFFERECIDA AO EXCLLmo. SENHOR GASTAM JOZE’ DA CAMARA COUTINHO. Senhor das Ilhas Desertas, e dos Morgados da Taipa, e Regalados, Commendador das Commendas de S. Maria de Cazevel, S. Tiago de Caldelas no Arcepispado de Braga, e Sto Andre de Villa-boa de Quires no Bispado do Porto, Alcaide Mór de Torres-vedras, e Coronel de hum dos Regimentos do Reyno do Algarve, &c. &c. &c. Por seu Autor JOAM XAVIER DE MATOS. LISBOA, (I) Na Officina de Pedro Ferreira, Impressor da Fidelissima Raynha nossa Senhora. Anno de 1762.

In 4º. De 20x15 cm. Com [iv], 23 págs. Brochado. Folheto de Cordel.

Inocêncio IV, 54: "Mattos começou a fazer-se conhecido como poeta pela publicação de algumas obras avulsas, taes como as eclogas de Albano e Damiana, de Agrario, Anfriso e Braz, etc., as quaes foram bem aceitas de muitos, com quanto censuradas por alguns: resolveu-se emfim a dal-as de novo á luz com outras composições que lhes ajuntou, das quaes formou um volume com o titulo de Rimas.

JOÃO XAVIER DE MATTOS, cujo nome foi n"outro tempo tão applaudido, e popular, quanto são hoje ignoradas as circumstancias da sua vida e profissão. Tem-se affirmado, não sei se com fundamento, que fôra natural de Lisboa, e filho de um criado da casa dos duques do Cadaval. Ha quem diga que elle se formára em Coimbra na faculdade de Leis, ou Canones, e que servira logares de letras, nomeadamente o de Ouvidor da villa da Vidigueira, que era então da jurisdicção do marquez de Niza, em cuja casa tivera sempre grande entrada. Se assim é, não attinjo a razão por que abandonára a carreira da magistratura, preferindo á honrosa posição que ella lhe promettia, uma vida pouco menos que ociosa, e de miseria, tal qual póde considerar-se a de um poeta que empregava o seu tempo todo a versejar nos outeiros, a compor eclogas e canções (que depois de impressas em papel pardo lhe rendiam alguns minguados cobres), e a frequentar de officio as casas dos grandes, e de outros que o não eram..."