Para a Historia da admirável Ordem DE NOSSO SENHOR JESU CHRISTO, DEDICADO A ELREY D. JOAÕ V. NOSSO SENHOR. PARTE PRIMEIRA. TOMO PRIMEIRO. ESCRITO POR ALEXANDRE FERREIRA, Natural da Cidade do Porto, Doutor Graduado na Faculdade de Leys pela Universidade de Coimbra [etc, etc]. e hoje Deputado da Junta da Bulla da Cruzada, Deputado da Mesa da Consciencia, e Ordens, Cavalleiro professo da Ordem de Nosso Senhor Jesu Christo, Secretario Real da Embaixada Extraordinaria à Corte de Madrid, Conselheiro da Rainha Nossa Senhora, Ouvidor Geral das suas Terras, e Académico de numero da Real Academia da Historia Portugueza. [Vinheta com circular contendo as Armas de Portugal e figura de acompanhamento com Prometu agrilhoado] LISBOA OCCIDENTAL, Na Officina de JOSEPH ANTÓNIO DA SYLVA, Impressor da Academia Real, M. DCC. XXXV [1735].

[Folha de Rosto do Tomo Segundo]: MEMÓRIAS E NOTICIAS HISTORICAS DA CELEBRE ORDEM MILITAR DOS TEMPLARIOS NA PALESTINA, Para a Historia da admiravel Ordem DE NOSSO SENHOR JESU CHRISTO EM PORTUGAL. TOMO SEGUNDO DA PARTE PRIMEIRA. DEDICADAS A ELREY NOSSO SENHOR D. JOAÕ V. ESCRITAS PELO DOUTOR ALEXANDRE FERREIRA, Natural da Cidade do Porto, Doutor Graduado na Faculdade de Leys da Universidade de Coimbra, e na mesma Ministro da Mesa Ecclesiastica [etc, etc.] e hoje Deputado da Junta da Bulla da Cruzada, Deputado da Mesa da Consciencia, e Ordens, Cavalleiro professo da Ordem de Nosso Senhor Jesu Christo, Secretario Real da Embaixada Extraordinaria à Corte de Madrid, Conselheiro da Rainha Nossa Senhora, Ouvidor Geral das suas Terras, e Académico de numero da Real Academia da Historia Portugueza. [Vinheta com circular contendo as Armas de Portugal e figura de acompanhamento com Prometu agrilhoado] LISBOA OCCIDENTAL, Na Officina de JOSEPH ANTÓNIO DA SYLVA, Impressor da Academia Real, M. DCC. XXXV [1735].

[Anterrosto do Tomo Primeiro]: SUPPLEMENTO HISTÓRICO, OU MEMORIAS, E NOTICIAS DA CELEBRE ORDEM DOS TEMPLARIOS, Para a História da admiravel Ordem DE NOSSO SENHOR JESU CHRISTO.

[Anterrosto do Tomo Segundo]: MEMORIAS, E NOTÍCIAS HISTÓRICAS DA CELEBRE ORDEM MILITAR DOS TEMPLARIOS Na Palestina, Para a Historia da admiravel Ordem DE NOSSO SENHOR JESU CHRISTO.

Notar bem as diferenças, e singularidade, entre o primeiro e o segundo título nos anterrostos, com as palavras: «Suplemento Histórico Militar na Palestina».

2 volumes. In 4º de 28x20 cm. com [xl], 718; [vi], 719 a 1157, [i] págs. (numeração corrida do 1º para o 2º volume). 

O 3º volume não é conhecido, sendo apenas mencionado por Inocêncio.

Encadernações da época inteiras de pele com nervos, rótulos vermelhos e ferros a ouro nas lombadas, cansadas.

Ilustrado com um anterrosto alegórico da Academia Real da História, desenhado Francisco Vieira Lusitano [Restituet Omnia no segundo volume] e vinhetas de Debrie, Gabriel François Louis (1733-1754); e de Charles de Rochefort; nomeadamente:

[Ilustrações - 1º volume]:

De Rochefort fecit 1735 » Letra capitular E com motivos historiados representando um cavalo Pégaso rampante.

de Rochefort f.[ecit e sem data] » Gravura ao centro do texto com a bandeira dos Templários.

aberto por Pedro Rochefort. Lisboa. 1732 » Tarja com o panorama da Biblioteca da Academia de História na qual duas figuras de acompanhamento seguram as armas de Portugal, sem a coroa real, e com medalhões pendentes.

de Rochefort f.[ecit] 1731 Letra capitular A representando um carvalho.

de Rochefort f.[ecit] 1730 » Letra capitular A com motivos historiados representando troféus de guerra com canhões, armaduras, etc.

Debrie fec. 1733 » Vinheta de remate com ornamentos rocaille noa quais se encontra, ao centro, a Cruz da Ordem de Cristo. G. E. Debrie inv. et fecit 1731 Taja com a imagem da Sala do Trono na qual os nobres beijam a mão ao rei.

G. E. Debrie inv. et sculp. 1735 » Tarja com as armas Reais de Portugal la deadas de figuras de acompanhamento colocada à cabeça da página de dedicatória.

[Ilustrações - 2º volume]:

P. De Rochefort invenit et fecit Lisboa Xbro [Dezembro] de 1730. » Vinheta de remate na página de colofon, i. e no fim da obra, e representando estandartes, lanças e troféus de guerra.

Debrie fecit de Rochefort fecit 1730 R[ochefort] in. et delin. de Rochefort fecit 1737 Franc[isco] Vieira Luzitano inven. e escul. Lisboa. 1728

Exemplar apresenta leve oxidação natural do papel com falta da gravura de um Cavaleiro Templário (da autoria de Rousseau) que deveria estar intercalada ao final da paginação inicial não numerada e com eventual falta de 1 gravura no Tomo Primeiro (igual á gravura existente no Tomo Segundo) gravada por Vieira Lusitano em 1728 (representando a Lusitânia dominando a História Eclesiástica), com belas vinhetas e capitulares abertas por Rochefort (representando o Historial dos Templários) e por Debrie (representando as Armas e a Corte de Portugal).

Obra sobre a Ordem dos Templários, que em Portugal, por decisão do rei D. Dinis, deu origem à Ordem de Cristo, que foi constituída com o património e os deveres da sua antecessora. 

Obra muito rara e importante, que contém uma pormenorizada história da Ordem dos Templários, criada em 1119, em Jerusalém, com biografias dos seus Grão-Mestres e muitas outras informações, dois apêndices (1º sobre uma suposta viagem do Conde D. Henrique á Palestina e 2º sobre a questão de saber se um dos cavaleiros templários portugueses foi um dos fundadores da ordem), a reprodução de Bulas Papais em latim, com extensos resumos em português, um minucioso índice das coisas mais notóveis (páginas 1023 a 1157) e uma errata na página final sem numeração.  

A gravura conhecida como "gravura da Academia", designada eruditamente como Restituet Omnia, sobre a qual Júlio de Castilho e Ernesto Soares fizeram comentários:

CASTILHO, (Julio) «[...] sobre um plinto alto vê-se o Génio de Portugal, em trajo romano, coroado de Rei, com duas enormes azas nas costas, e segurando debaixo do braço esquerdo o escudo português ovado; com a mão direita anima, tocando-lhe com o sceptro, uma grande figura a dominante do quadro, e que toma de pé a linha central perpendicular da composição. Esta figura é a História. Traja túnica e peplum, corôa-se de rainha, enfia no antebraço direito uma grinalda de hera, alegorica às tradições vetustas, e levanta nessa mão uma romã, simbolo do agrupamento dos indivíduos que formam a sociedade humana. Na mão esquerda sustenta uma lima, indicativa do indispensável apuro e castigo critico das pesquisas históricas, e uma corrente, com que a História está agrilhoando o Tempo, que aos pés lhe ajoelha em ar submisso. Ao fundo vê-se, entre arvoredo, o templo da Memória, e duas figuras escrevendo: uma, História Eclesiástica, e a outra, História Secular. Ao lado direito, no primeiro plano, os nossos dois rios principaes, o velho Tejo, com o dragão brigantino por distintivo, e o Douro, mais novo, mais vigoroso, com os seus pampanos e cachos, e oferecendo à grande figura oiro a plenas mãos, para realização dos seus commetimentos litterarios. No alto um Génio alado fazendo esvoaçar a uma fita que diz: RESTITUET OMNIA».

SOARES. (Ernesto) His. da Grav. Art. em Portugal, 648. Ernesto Soares, 648,  «RESTITUET OMNIA – Portada bem conhecida, alegórica, de invenção de Vieira, e aberta por três artistas; o próprio desenhador, Harrewyn e Rochefort. Aqui faremos menção por ser esta a obra principal onde ela aparece. Transcrevemos a magistral descrição de Júlio de Castilho dos seus Amores de Vieira Lusitano. […] Esta estampa apresenta, como dissemos, três subscrições diferentes, e há dúvidas acerca da finalidade da sua abertura, porquanto nos aparece em imensas obras saídas dos prelos da Academia Real da Historia Portuguesa. Assim ocorrem-nos já além da História Genealógica; as Memórias para a História do Arcebispado de Braga; as Memórias da Ordem de Malta; as Memórias do Reinado de D. João I; as Memórias para a História de Portugal; e ainda o Discurso Apologético de Silva Leal; a obra De antiquitatibus conventos Bracharaugustani, e possivelmente muitas outras que terão escapado às nossas investigações […] é patente o vigor da água-forte de Vieira que se opõe à requintada correcção no trabalho de buril dos outros dois artistas, que empregaram todavia todas as regras inerentes ao próprio sistema que, como hábeis burilistas, usavam. […]»

Inocêncio I, 31: “Alexandre Ferreira, Doutor em Direito Civil pela Universidade de Coimbra, Desembargador da Relação do Porto, e da Casa da Suplicação da Lisboa, Deputado da Mesa da Consciência e Ordens, Secretario de Embaixada à Corte de Madrid, Académico da Academia Real da Historia Portuguesa, etc. Nasceu na cidade do Porto em 1664, e morreu em Lisboa em 1739. 172) (C) Supplemento Historico, ou Memorias e Noticias da celebre Ordem dos Templarios, para a historia da admiravel Ordem de N. S. Jesu Christo. Parte I, Tomo I. Lisboa, por José Antonio da Silva 1735. 4.o gr. de XL, 718 páginas com um frontispício gravado, conforme os que trazem todas as obras publicadas pela Academia de Historia, e mais outra estampa, que representa um Cavaleiro Templário propriamente vestido. Tom. II. Ibi pelo mesmo impressor 1735. 4.º gr. Nele continua a paginação desde 719 até 1157. A continuação desta obra, achando se já impressa em parte, foi mandada suspender por ordem da Academia. Os motivos da supressão não chegaram ainda ao meu conhecimento. Pouquíssimos exemplares escaparam das folhas impressas, cuja numeração [do 3º tomo, não presente] chega de pag. 1 a 504”. 

 Ferreira, Alexandre (1644-1739). History and Memoirs of the Knight Templars. Work in 2 volumes (of 3 volumes), althought the 3rd volume not present, is extremely rare. Contemporary bindings. Illustrated with one (of two) frontispieces by the famous Portuguese painter and engraver Vieira Lusitano, representing Lusitania ruling the Christian Church. Copy with slight foxing and missing one engraved fonstispiece on the first volume. Also missing the engraved plate with a Knight Templar on the same volume.