ESCRITA POR D. FERNANDO CORREA DE LACERDA Bispo do Porto. Agora segunda vez impressa, e accrescentadaq com o sexto Livro de sua segunda. E ultima Trasladaçaõ, e mais circunstancias, que conthem; e com o Index copioso das cousas notáveis. OFFERECIDA A’ IMMACULADA CONCEIÇAÕ DA VIRGEM MARIA SENHORA NOSSA POR JOAÕ ANTONIO DE QUEIROS. LISBOA OCCIDENTAL: Na Offic. de ANTONIO DE SOUSA DA SILVA. M. DCC. XXXV. [1735].

In 4º (20x14 cm) com [28], 534 pags.

Encadernação da época inteira de pele com nervos e ferros a ouro na lombada.

Exemplar com ex-libris recente.

2ª edição desta obra, impressa pela primeira vez em 1680.

Samodães, 3662

Inocêncio II, 171. “D. Fernando Corrêa de Lacerda, Doutor em Cânones pela Univ. de Coimbra, Inquisidor e Deputado do Conselho geral do Santo Ofício, Comissario geral da Bula da Cruzada, e ultimamente Bispo do Porto, nomeado por el-rei D. Pedro II em 1673, e do seu conselho. Ao fim de dez anos de exercício resignou o episcopado, retirando-se para Lisboa, onde viveu ainda dois anos. Foi natural, segundo Barbosa, do lugar do Tojal, na diocese de Viseu, e filho de Fernão Corrêa de Lacerda bom poeta do seu tempo, e de sua mulher D. Maria de Souto maior. Mo rreu em 1685, quando contava 57 anos de idade. Na sua mocidade foi Socio da Academia dos Generosos, e fundou depois em sua casa a dos Instantâneos, cuja duração parece haver corrido parelhas com o título. Historia da vida morte, milagres, canonização e trasladação de Santa Isabel, rainha de Portugal. Ibi, por João Galrão 1680. 4.º Segunda vez impressa e acrescentada com o sexto livro de sua segunda e última trasladação. Ibidem por António de Sousa da Silva 1735. 4.° de XXVIII 533 pag. O preço regular da primeira edição é de 800 a 960 réis: a segunda vale um pouco menos, e o exemplar que dela possuo custou-me 480 réis. Resta dizer alguma cousa acerca do mérito literário do Bispo do Porto. Posto que nas suas obras históricas não falte agudeza de pensamentos, desagradam todavia aos críticos escrupulosos por umas orações e períodos retrógrados, de que usa com frequência, mormente nas Vidas de Santa Isabel e de S. João da Cruz pela abundância de paranomásias, e outras figuras hoje desacreditadas, de que se serve sem peso nem medida e mais que tudo pela sem-cerimónia com que se abalançou a introduzir abusivamente na língua portuguesa muitos vocábulos latinos, ainda não autorizados, e havidos uns como desnecessários, outros como repugnantes á pureza e índole do idioma nacional. O P. Francisco José Freire nas suas Reflexões Criticas cita a cada passo exemplos d’este abuso. Porém, cumpre confessar, que algumas das palavras por ele aí reprovadas são hoje correntemente empregadas pelos nossos mais distintos escritores modernos.”