PELLA PROVINCIA DO ALENTEJO Na Primauera do Anno de 1663. GOVERNANDO AS ARMAS daquella Prouincia DOM SANCHO MANOEL CONDE DE VILLA FLOR. OFFERECIDA À MAGESTADE DE ELREY D. AFFONSO VJ. NOSSO SENHOR. POR D. ANTONIO ALVRES DA CVNHA Senhor de Taboa. LISBOA. Com todas as licenças neceBarias. Na Officina de Henrique Valente de Oliueira, Impressor delRey N. S. Anno 1663.

In 4º (de 19x13,3 cm) com [8] 104 págs.

Encadernação do século XX com lombada e cantos em pele.

Exemplar aparado e com desgaste no pé das páginas (com leve perda de parte da última linha de texto em algumas páginas).

Apresenta ex-libris armoriado do Conde da Ponte (ex-libris do século XX, tendo sido o título atribuído por D. Afonso VI durante a Guerra da Restauração) e uma extensa nota bibliográfica manuscrita na folha de guarda que informa da falta do anterrosto gravado por Luis Nunes; com as armas de Portugal, título da obra, brasão do autor e figuras alegóricas.

Referências bibliográficas BNP [Barbosa Machado 1, 199 Inocêncio 1, 84-85 e 18, 212 Pinto de Matos 20 5 Palha 3, 3136  Arouca C 766; Monteverde 15,142; Palha III, 214; Sousa da Camara 2475].

Raríssima notícia da Guerra da Restauração da Independência de Portugal.

Notícia de grande pormenor sobre a estratégia militar que levou à Batalha do Ameixial, travada a 8 de Junho de 1663, entre o exército espanhol e o exército português, a 5 quilómetros de Estremoz.

Também se descreve o Alentejo como palco das vinte e uma principais batalhas que definiram a independência de Portugal desde uma época anterior à nacionalidade.

Esta notícia contextualiza que, após 20 anos de conflito com Portugal, o exército espanhol procedeu a uma grande invasão, saindo de Zafra e de Badajoz, e pondo cerco a Évora que se rendeu.

O rei Filipe de Espanha «nomeou por Generalissimo desta Conquista a Dom João de Áustria, seu filho, que com as pazes com a França, ou com os infortúnios de Flandres, estava desocupado do Governo dos Paises baixos, o qual chegou a Zafra nos fins do ano de 1660» [vide pág. 2 desta obra].

Era o maior exército europeu do seu tempo e a «Lista do que continha o Exército Castelhano» ocupa as últimas 17 páginas desta obra.

Na perseguição da retaguarda do exército espanhol mantinha-se o exército português sob o comando de Dom Jerónimo Conde de Ataíde,  auxiliado pelo Marquês de Marialva, por Sancho Manoel Conde de Vila Flor, pelo Conde de Schomberg e pelo Conde da Ericeira, entre outros oficiais superiores.

Os espanhóis foram derrotados e retiraram-se para Arronches e depois para Badajoz, deixando uma enorme quantidade de mortos, feridos, prisioneiros, armas, bagagens e animais, pormenorizadamente descritos, nomeados e contabilizados na lista mencionada.