RUGENDAS. (Johann Moritz) HABITANTE DE GOYAS, QUADRO A ÓLEO PINTADO SOBRE MADEIRA.

     
 
 

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GOMES. (A. Carlos) IL GUARANY.

Opera-Ballo in 4 atti. Canto in chiave di Sol com accompagnamento di Piano-forte. S/D (1870?). Milano, Stabilimento Musicale di F. Luca.

De 30 x 21 cm. Com [viii], 14, 448 págs.

Encadernação recente, com rótulos vermelhos com título e autor, nervos e ferros a ouro na lombada em pele verde.

Exemplar aparado apenas à cabeça, com corte de folhas colorido a verde. Preserva capas de brochura originais. Apresenta frontispício com gravura colorida e retrato do autor na página posterior ao frontispício.

Il Guarany (em português, O Guarani) é uma das óperas do compositor brasileiro Antônio Carlos Gomes. É uma ópera ballo em quatro actos, em italiano, com o libreto de Antônio Scalvini baseado no romance de José de Alencar com o mesmo nome. Estreou no Teatro La Scala de Milão, em Itália, em 19 de Março de 1870, com grandioso sucesso.

António Carlos Gomes (1836 - 1896) foi o mais importante compositor de ópera brasileiro. Destacou-se pelo estilo romântico, com o qual obteve carreira de destaque na Europa.

A vida de António Carlos Gomes foi sempre marcada pela dor. Muito novo perdeu a mãe, assassinada aos vinte e oito anos. Seu pai vivia em dificuldades, com diversos filhos para sustentar. Com eles, formou uma banda musical, onde Carlos Gomes iniciou seus passos artísticos.

Aos quinze anos de idade compõe valsas, quadrilhas e polcas. Aos dezoito anos, em 1854, compõe a primeira Missa - Missa de São Sebastião - dedicada ao pai e repleta de misticismo. Em 1857, compõe a modinha Suspiro d"Alma com versos do poeta romântico português Almeida Garrett. Leccionava piano e canto, dedicando-se sempre com afinco ao estudo das óperas, demonstrando preferência por Giuseppe Verdi.

Em 4 de Setembro de 1861 foi cantada, no Teatro da Ópera Nacional, A Noite do Castelo, o primeiro trabalho de fôlego de António Carlos Gomes, baseado na obra de António Feliciano de Castilho. O Imperador, entusiasmado com o sucesso do jovem compositor, agracia-o com a Imperial Ordem da Rosa. Dois anos depois desse memorável triunfo, Carlos Gomes apresenta a sua segunda ópera, Joana de Flandres, com libreto de Salvador de Mendonça, levada à cena em 15 de Setembro de 1863.

A 8 de Novembro de 1863, o estudante partiu a bordo do navio inglês Paraná, levando consigo recomendações de Dom Pedro II para o Rei-consorte, D. Fernando de Portugal, pedindo que apresentasse Carlos Gomes ao director do Conservatório de Milão, Lauro Rossi.

Lauro Rossi, encantado com o talento do jovem aluno, passou a protegê-lo e a recomendá-lo aos amigos. Em 1866 Carlos Gomes recebia o diploma de mestre e compositor e os maiores elogios de todos os críticos e professores. A partir dessa data passou a compor. A sua primeira peça musicada foi Se sa minga, em dialecto milanês, com libreto de Antonio Scalvini, estreada em 1 de Janeiro de 1867 no Teatro Fossetti. Um ano depois surgia Nella Luna com libreto do mesmo autor, levada à cena no Teatro Carcano.

Tendo já merecido renome na cidade de Milão, procurava um argumento que o projectasse definitivamente. Certa tarde, em 1867, passeando pela Praça do Duomo, ouviu um garoto apregoando: 'Il Guarany! Il Guarany! Storia interessante dei selvaggi del Brasile!' Tratava-se de uma péssima tradução do romance de José de Alencar, mas aquilo interessou de súbito ao maestro, que logo procurou Scalvini, que também se impressionou pela originalidade da história. E, assim, surgiu O Guarani, que apesar de não ser a sua maior nem a melhor obra, foi aquela que o imortalizou. A noite de estreia da nova ópera foi a 19 de Março de 1870.

O grande Verdi, já glorioso e consagrado, teria dito de Carlos Gomes nessa noite memorável: 'Questo giovane comincia dove finisco io!' ('Este jovem começa onde eu termino!'). E, na noite de 2 de Dezembro de 1870, aniversário do Imperador D. Pedro II, em grande gala, foi estreada a ópera no Teatro Lírico Provisório no Rio de Janeiro.

Dividindo a sua vida entre Itália e o Brasil, morre em Belém do Pará em 1896 após doença prolongada.

 Dim.: 30x21 cm with [viii], 14, 448 pp.

Binding: Recent quarter bound with boards coated with marbled decorative paper, raised bands and gilt tools on the green calf spine.

Copy with top green edges trimmed. Keeps the original paper covers. It has a frontispiece with a coloured print and the portrait of the author on the page following the frontispiece. 

Il Guarany is one of the operas composed by the Brazilian composer Antônio Carlos Gomes. It is a ballo opera in four parts, in Italian, being the libretto by Antônio Scalvini based on the novel of José de Alencar with the same name. It premiered at La Scala Theatre in Milan, Italy, on March 19th, 1870, with great success.

António Carlos Gomes (1836 - 1896) was the most important « Brazilian opera composer. He stood out for his romantic style that granted him an outstanding career in Europe.

The life of António Carlos Gomes was always marked by pain. Sill very young he lost his mother, murdered at twenty eight. His father lived hand to mouth, with several children to feed. He started a music band with them, where Carlos Gomes took his first steps in music.

At the age of fifteen he already composes waltzes, quadrilles, and polkas. At eighteen, in 1854, he composes his first Mass – the Mass of Saint Sebastian – dedicated to his father and full of mysticism. In 1857 he composes the modinha Suspiro d"Alma [Sigh of the Souls] with verses of the Portuguese romantic poet Almeida Garrett. He taught piano and chant, always committing hard to the study of operas, showing preference for Giuseppe Verdi.

On the 4th of September 1861, A Noite do Castelo [The Night of the Castle] was sang at the National Opera House; this was his first lengthy piece based on the works of António Feliciano de Castilho. The Emperor, excited with the success of the young composer, grants him the Imperial Order of the Rose. Two years after, Carlos Gomes takes to scene his second opera, Joana de Flandres, with libretto by Salvador de Mendonça, on the 15th September 1863.

On the 8th of November 1863, the student left to Portugal aboard the English ship Paraná, carrying with him recommendations of D. Pedro II to the King consort D. Fernando of Portugal, asking the later to introduce Carlos Gomes to the director of the Music Academy of Milan.

Lauro Rossi, charmed by the talent of the young student, became his patron and commended him to his friends. In 1866 Carlos Gomes graduated as Master and composer with high praises from critics and teachers. From that date on he continued to compose. His first musical piece was Se sa minga, in Milanese dialect with libretto by Antonio Scalvini, and premiered on the 1st January 1867 at the Fossetti Theatre. A year later, Nella Luna, with libretto by the same author, was taken to scene at the Carcano Theatre.

Already famous in Milan, the composer was searching for a script that would definitely bring him to the forefront. One adfternoon in 1867, while he walked through the Duomo square, he heard a kid shouting: 'Il Guarany! Il Guarany! Storia interessante dei selvaggi del Brasile!' [The Guarani! The Guarani! An interesting story of the savages in Brazil!”]. It was a very poor translation of the novel by José de Alencar, but it caught the attention and interest of the maestro that immediately talked to Scalvini, who was also impressed by the originality of the story. This is how O Guarani came up and, although it is not his biggest or better work, was in fact the one that immortalized him. The new opera premiered on the 19th March, 1870.

The great Verdi, already famous and renowned, would have said on that memorable night: 'Questo giovane comincia dove finisco io!' ('This young man starts where I have finished!'). Ando n the night of December 2, 1870, birthday of Emperor D. Pedro II, the opera premiered in Brazil at the Teatro Lírico Provisório in Rio de Janeiro.

Living between Italy and Brazil, he dies in Belém do Pará in 1896 after a long-term illness.

 


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Referência: 1511NM016
Local: M-14-A-7


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