RUGENDAS. (Johann Moritz) HABITANTE DE GOYAS, QUADRO A ÓLEO PINTADO SOBRE MADEIRA.

     
 
 

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MANUSCRITO DO SÉC. XV - CARTA RÉGIA AUTOGRAFA DO REI D. DUARTE DE PORTUGAL DATADA DE 13 DE NOVEMBRO DE 1433 COM A CONFIRMAÇÃO DA DOAÇÃO DE OLIVEIRA DO CONDE A FERNÃO GOMES DE GÓIS.

Um fólio de pergaminho de 24x29,5cm, apresentando 5 dobras sucessivas [duas dobras ao alto e três dobras laterais] sendo as duas dobras iniciais cozidas com fio de seda entrelaçado em cores verde, azul e branco, selado com um selo de chumbo com as armas reais em ambas as faces. O documento encontra-se redigido na parte rugosa do pergaminho, manuscrito a uma só mão, firme e regular.

Carta de confirmação do rei D. Duarte de Portugal, em pergaminho e selada com selo de chumbo pendente, datada de 13 de Novembro de 1433, em Santarém, elaborada por Lopo Afonso.

No verso tem documentos apostos dos almoxarifados de Viseu e Lamego, atestando a apresentação desta carta de D. Duarte conforme a determinação real.

Nela o rei D. Duarte, a pedido de Fernão Gomes de Góis, confirma a doação do julgado de Oliveira do Conde, feita por seu pai, D. João I, a Gomes Martins de Lemos do conselho do rei, pai do requerente, nos termos da Carta de Doação assinada por D. João I, pela sua mulher a Rainha D. Filipa de Lencastre e pelo Infante D. Afonso, na cidade do Porto, em 12 de Abril da era de César de 1436 anos [12 de Abril de 1398 da Era de Cristo] elaborada por Álvaro Gonçalves.

O rei D. Duarte, nela, ordena ainda a todos os funcionários da Coroa, (vedores da fazenda, contadores, alguazis, juízes, justiças e outros quaisquer) que a guardem e façam cumprir.

Documento de excepcional valor para a história de Portugal, das suas classes dirigentes e em especial da região de Viseu, assim como para o estudo da diplomática, da paleografia e da sigilografia.

Os senhores de Góis, de Oliveira do Conde e por outro lado da Trofa, pertenciam à nova nobreza que tinha apoiado D. João I e D. Nuno Álvares Pereira, na guerra pela indepedência de Portugal de 1383 a 1385 e são os ascendentes de muitas das grandes casas senhoriais, que formaram a cúpula da nobreza portuguesa desde o século XV até ao século XX. 

Oliveira do Conde, que é hoje uma freguesia do Concelho de Carregal do Sal, distrito de Viseu, foi entre 1286 e a reforma de Mouzinho da Silveira, em 1833, vila e sede de concelho.   

Gomes Martins de Lemos, O Velho, do Conselho do rei D. João I, Senhor da Casa de Góis, pelo casamento com a Maria Vasques de Góis, 12ª Senhora de Góis, descendente de D. Aniara Vestruariz, da Estrada, vindo das Astúrias com o Conde D. Henrique, que foi o primeiro Senhor de Góis por mercê concedida por D. Teresa, mãe do rei D. Afonso Henriques, em 1120.

Fernão Gomes de Góis, (a quem foi passada esta carta de confirmação), filho mais velho, sucedeu a seu pai no senhorio de Góis e de Oliveira do Conde, e foi também senhor do morgado de Calhariz, esteve com o rei na conquista de Ceuta onde foi armado cavaleiro, foi alcaide de Monsaraz, camareiro-mor de D. João I, serviu depois D. Duarte, D. Afonso V, e no Outono de 1458 participou na conquita de Alcácer Seguer. Encontra-se sepultado na Igreja matriz de Oliveira do Conde, num túmulo em pedra calcária de Ançã, que é uma célebre obra-prima da arte tardo-gótico do século XV, da autoria de João Afonso, notável pelos admiráveis motivos escultóricos e pela estátua jacente classificada como monumento nacional.

Foi bisavô de D. Luís da Silveira, feito 1º Conde da Sortelha, em 22 de Julho de 1527, Senhor de Góis e de Oliveira do Conde, que se encontra sepultado no magnífico mausoléu da Igreja matriz de Góis, pai de D. Gonçalo da Silveira, jesuita mártir em Moçambique.  

O irmão mais novo, Gomes Martins de Lemos, O Moço, (1405-1497) homónimo do pai, foi o 1º Senhor da Trofa, por carta de D. Afonso V, de 3 de Novembro de 1449 e está sepultado juntamente com muitos dos seus descendentes na Igreja da Trofa, do Vouga.

O representante actual dos Condes da Sortelha, Senhores de Góis e de Oliveira do Conde, é D. José Maria da Piedade de Lencastre e Távora, 11º Marquês de Abrantes.

 15th. CENTURY MANUSCRIPT - LETTER FROM KING DUARTE OF PORTUGAL DATED OF NOVEMBER 13, 1433 WITH THE CONFIRMATION OF THE DONATION OF OLIVEIRA DO CONDE TO FERNÃO GOMES DE GÓIS.

A parchment folio of 24x29,5cm, presenting 5 successive folds [two folds at the top and three lateral folds] being the two initial folds sewed with silk thread interlaced in green, blue and white colors with a seal of lead with arms on both sides. The document is handwritten on the rough part of the parchment, all by the same hand, firm and regular.

Letter of confirmation from King Duarte of Portugal, on parchment and with a pending lead seal, dated November 13, 1433, in Santarém, elaborated by Lopo Afonso.

On the reverse there are documents affixed to the Viseu and Lamego 'almoxarifados' (medieval iberian administrative counties run by an “almoxarife“, title originary from the arab term almushrif which designated tax collectors), attesting the presentation of this letter from King Duarte according to royal resolution.

In it, King Duarte, at the request of Fernão Gomes de Góis, confirms the donation of the jurisdition of Oliveira do Conde, made by his father King João I, to Gomes Martins de Lemos of the King"s council, father of the applicant, under the terms of the Letter of Donation signed by King João I, his wife Queen Filipa de Lencastre and by the Infant Afonso, in the city of Oporto, on April 12th on the year 1436 from the era of Ceaser, also knon as Spanish era, [April 12th. 1398 Anno Domini] elaborated by Álvaro Gonçalves.

King Duarte, further orders all officials of the Crown (farmkeepers, accountants, alguazis, judges, justices and any others) to keep and enforce it.

Document of exceptional value for the history of Portugal, its ruling classes and especially the region of Viseu, as well as for the study of diplomacy, paleography and sigilography.

The Lords of Gois, Oliveira do Conde and also of Trofa belonged to the new nobility that had supported King João I and Constable Nuno Alvares Pereira, in the war for the independence of Portugal from 1383 to 1385 and are the ascendants of many of the great manor houses, that formed the dome of the Portuguese nobility from the XV century until the XX century.

Oliveira do Conde, which is now a parish in the county of Carregal do Sal, Viseu district, was town and county seat between 1286 and the reform of Mouzinho da Silveira, in 1833.

Gomes Martins de Lemos, “the old“, of the Council of King João I, was Lord of the House of Góis, through his marriage to Maria Vasques de Góis, 12th Lady of Gois, a descendant of Lady Aniara Vestruariz, from Asturias, with Count Henrique. Henrique was the first Lord of Gois by mercy granted by Her Majesty Lady Teresa, mother of King Afonso Henriques, first King of Portugal, in 1120.

Fernão Gomes de Góis, (to whom this confirmation letter was passed), his eldest son, succeeded his father in the lordship of Góis and Oliveira do Conde, and also lord of the morgado of Calhariz, was with the king in the conquest of Ceuta where he was knighted. He was also made governor of Monsaraz and Master Chamberlain of King João I. He later served King Duarte, King Afonso V, and in the autumn of 1458 took part in the conquest of Alcacer Seguer. He is buried in the Mother Church of Oliveira do Conde, in an Ançã limestone tomb, which is a celebrated 15th-century masterpiece of late Gothic art by João Afonso, notable for the admirable sculptural motives and statue, and classified as a national monument.

He was great-grandfather of D. Luís da Silveira, made 1st Count of Sortelha, on July 22nd 1527, Lord of Gois and Oliveira do Conde, who is buried in the magnificent mausoleum of the Mother Church of Góis, and was father of D. Gonçalo da Silveira, a martyred Jesuit in Mozambique.

The youngest son, Gomes Martins de Lemos, “the lad“, (1405-1497), homonym of the father and brother of Fernão Gomes de Góis, was the first Lord of Trofa, by letter of King Afonso V, November 3, 1449 and is buried together with many of his descendants in the Church of Trofa, Vouga.

The current representative of the Counts of Sortelha, Lords of Góis and Oliveira do Conde, is José Maria da Piedade de Lencastre and Távora, 11th Marquis of Abrantes.

Transcrição paleográfica graciosamente cedida pelo Prof. Dr. João Alves Dias.

Texto dentro da bainha do documento: «Confirmação padrão que El Rei fez julgada [...]» 

Transcrição do conteúdo do Documento graciosamente cedida pelo Prof. Dr. João Alves Dias.

Dom Eduarte, per graça de Deus Rey de Portugal e do Algarue e Senhor de çepta, A quantos esta carta birem fazemos saber que Fernam Gomes de Gooes nos mostrou hũa doaçom do muy birtuoso e de grande uirtude El Rey meu Senhor e Padre cuja aalma deus aja per que o dito senhor fez a merçee de juro e de herdade a Gomez Martinz de Lemos do seu consselho padre d el dito Fernam Gomes do julgado de hulueira do conde [= Oliveira do Conde] com seus termos a qual he sijnada per o dito Senhor e per a muy birtuosa Rainha minha senhora e madre cuja aalma deus aja e per O Ifamte dom Afomso filho dos ditos senhores Rey e Rainha E assellada de seu seello pendente fecta per Aluaro Gonçaluez na çidade do Porto doze dias d abril era de sezar de mjl iiijc e xxxbj [= 1436] anos, pedindo nos o dicto Fernam Gomes que lhe dessemos a nossa carta de confirmaçom da dicta terra

E nos bisto seu Requerimento , E as muytas e grandes rrazooes que temos pera o outorgar querendo lhe fazer graça e merçee Confirmamos lhe a dicta terra do dicto julgado d hulueyra do conde [= Oliveira do Conde] com seus termos per a guisa que he contheudo na dicta doaçom que per os dictos Senhores Rey e Rainha e Ifamte foi fecta ao dicto seu padre

Porem mandamos aos beedores da nossa fazenda contadores e almoxarifes juízes e justiças E a outros quaeesquer a que esto pertencer que lhe leixem auer e possoyr a dicta terra do julgado d hulueira do conde [= Oliveira do Conde] com seus termos e lha goardem façam conprir e guardar segundo na dicta carta de doação he  contheudo E em testamuyo desto lhe mandamos dar esta carta sijnada per nos E sseellada do nosso seello do chumbo.

Dante em a nossa uila de Santarem xiij [= 13] dias de nouembro Lop Afomso a fez ano do naçimento de nosso senhor Jesu Christo de mjl iiijc xxxiij [= 1433]

a)      El Rey

[no fim do documento]:

Confirmaçom da doaçom que el Rej fez a Gomez martjnz do Iulgado de hulueyra do conde [= Oliveira do Conde]

Verso:  [o texto a vermelho não se consegue ler devido aos reflexos das foto]

Juizes do Iulgado d ulueira do conde [= Oliveira do conde] E dos outros logares que com elle andam comjuntos  Pero Lourenço grador del Rej E aRendador das ssuas sissas e djreitos nos almuxarifados de biseu e de lamego uos faço saber que a mym foy apresentada esta carta del Rey desta outra parte stprita per Joham gonçalluez criado de fernam gomez de gooees em ella conthijdo,

E eu obedeçendo a ella uos mando da parte do dicto senhor Rej que a comprades E a guardees ssegundo em ella for contheudo ssem lhe pondo a ello outro nenhuũ Enbargo sprito

«Dom Eduarte, per graça de Deus Rei de Portugal e dos Algarves e Senhor de Ceuta, a quantos esta carta virem fazemos saber que Fernão Gomes de Góis nos mostrou huma doação do muy virtuoso e de e de grande virtude el Rei meu senhor e Padre cuja alma Deus haja per que o dito senhor fez a merçê de juro e de herdade a Gomes Martins de Lemos do seu conselho padre del dito Fernão Gomes do julgado d’Oliveyra do Conde com seus termos a qual é assinada per o dito Senhor e per a muy virtuosa Rainha minha senhora e madre cuja alma Deus haja e per o Infante Dom Affonso filho dos ditos senhores Rey e Rainha e asselada do seu selo pendente feyta per Alvaro Gonçalves na Cidade do Porto 12 dias de Abril era de Cesar 1436 anos, pedindo-nos o dicto Fernão Gomes que lhe dessemos a nossa carta de confirmação da dicta terra emos visto o seu requerimento e as muytas e grandes razões que temos pera o outorgar, querendo-lhe fazer graça e merçê confirmamos-lhe a dicta terra do dicto julgado d’Oliveyra do Conde com seus termos per a guiza que é conteúdo na dicta doação que per os dictos senhores Rei, Rainha e Infante foi feita ao dicto seu padre. Porém mandamos aos vedores da nossa fazenda, contadores e alguazis, juízes e justiças e a outros quaisquer a que isto pertencer que lhe deixem ter e possuir a dita terra do julgado d’Oliveira do Conde com seus termos e a guarda façam cumprir e guardar … na dicta carta de doação e é testemunho deste que lhe mandamos dar esta carta sinada per nós e selada do nosso selo de chumbo. Dado em a nossa Vila de Santarém 13 dias de Novembro, Lopo Afonso a fez ano do nascimento de Nosso Senhor Jesus Christo de 1433.»

Bibliografia consultada: Manuel Abranches e Soveral. Ascendências Visienses. Ensaio genealógico sobre a nobreza de Viseu. Século XIV-XVII. Porto. 2004.

Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 

Enciclopédia Luso-Brasileira Verbo, IX, 699.

Pedro Dias. A Pedra de Ancâ, A Escultura de Coimbra e a sua difusión en Galicia. In: Do Tardo-Gótico ao Maneirismo. Fubdación Pedro Barré de la Maza e Fundação Gulbenkian. 1995.  

Vergilio Ferreira,Três tumulos, Panteão Lemos. 

 


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