RUGENDAS. (Johann Moritz) HABITANTE DE GOYAS, QUADRO A ÓLEO PINTADO SOBRE MADEIRA.

     
 
 

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BARBOSA MACHADO. (Diogo) MEMORIAS PARA A HISTORIA [DEL REI D. SEBASTIÃO]

DE PORTUGAL, QUE COMPREHENDEM O GOVERNO DELREY D. SEBASTIAÕ, UNICO EM O NOME, E DECIMO SEXTO entre os Monarchas Portuguezes: Do ano de 1554. até o ano de 1561. DEDICADAS A ELREY D. JOAÕ V. NOSSO SENHOR: APPROVADAS PELA ACADEMIA REAL Da Historia Portugueza: DIOGO BARBOSA MACHADO, Ulyssiponense, Abade da Igreja de Santo Adriaõ de Sever do Bispado do Porto, e Academico de Numero. TOMO I. [+TOMO II + TOMO III + TOMO IV]. LISBOA OCCIDENTAL, Na Officina de JOSEPH ANTONIO DA SYLVA, Impressor da Academia Real. M. DCC. XXXVI. - M. DCC. XXXVII - M. DCC. XLVII - M. DCC. LI. [1736, 1737, 1747 e 1751].

4 volumes In fólio (de 27,7x21,5 cm). Com: 1º volume: [46], 656, [2] págs. e 2 gravuras - 2º volume: [14], 813, [3] págs. e 1 gravura - 3º volume: [12], 654, [2 br.] págs. e 1 gravura - 4º volume: [16], 460, 63, [1] págs. e 1 gravura.

Encadernações do século XIX, ao gosto da época, inteiras de pele, com nervos e ferros decorativos a ouro nas lombadas. Títulos gravados a ouro em rótulos castanhos. Corte das folhas carminado.

Ilustrado com gravuras desenhadas por Francisco Vieira Lusitano em 1728 e abertas por Debrie em 1737. Letras maiúsculas e belas vinhetas decorativas encabeçando os oito livros que compõem a obra.

Exemplar apresenta leves manchas de oxidação natural do papel (cf. Tomo I, págs. 365 a 369).

Os volumes incluem a seguinte cronologia: 1º volume de 1554 até ao ano de 1561; 2º volume de 1561 até ao ano de 1567; 3º volume de 1568 até ao ano de 1574; 4º volume: do ano de 1575 até ao ano 1578.

Obra resultante do labor da Academia Real de História Portuguesa, sendo as gravuras colocadas em cada volume da autoria de Vieira Lusitano e alusivas à criação desta mesma academia.

Cada um dos quatro tomos da obra abre com a gravura conhecida como gravura da Academia, designada eruditamente como Restituet Omnia, sobre a qual Júlio de Castilho fez um comentário:

«[...] sobre um plinto alto vê-se o Génio de Portugal, em trajo romano, coroado de Rei, com duas enormes azas nas costas, e segurando debaixo do braço esquerdo o escudo português ovado; com a mão direita anima, tocando-lhe com o sceptro, uma grande figura a dominante do quadro, e que toma de pé a linha central perpendicular da composição. Esta figura é a História. Traja túnica e peplum, corôa-se de rainha, enfia no antebraço direito uma grinalda de hera, alegorica às tradições vetustas, e levanta nessa mão uma romã, simbolo do agrupamento dos indivíduos que formam a sociedade humana. Na mão esquerda sustenta uma lima, indicativa do indispensável apuro e castigo critico das pesquisas históricas, e uma corrente, com que a História está agrilhoando o Tempo, que aos pés lhe ajoelha em ar submisso. Ao fundo vê-se, entre arvoredo, o templo da Memória, e duas figuras escrevendo: uma, História Eclesiástica, e a outra, História Secular. Ao lado direito, no primeiro plano, os nossos dois rios principaes, o velho Tejo, com o dragão brigantino por distintivo, e o Douro, mais novo, mais vigoroso, com os seus pampanos e cachos, e oferecendo à grande figura oiro a plenas mãos, para realização dos seus commetimentos litterarios. No alto um Génio alado fazendo esvoaçar a uma fita que diz: RESTITUET OMNIA».

Estas Memórias do reinado de D. Sebastião contêm detalhes e pormenores dos despachos da Corte portuguesa que só são passíveis de ser conhecidos perante a presença da documentação original, entretanto perdida no Terramoto de 1755. Por exemplo, a vinda secreta de São Francisco de Borja a Lisboa, no Verão de 1557, a pedido do Imperador Carlos V. Nesta época Borja era já tido como santo e profetizou a ocorrência de algo que podemos hoje descrever como um "tsunami" em Lisboa (vide pág. 77). O Imperador delineou o projecto de interromper a descendência real portuguesa após a morte de D. Sebastião e assim não deixar prosseguir a descendência da Coroa portuguesa fora da sua linhagem (vide pág. 81). A história confirmou este projecto imperial depois da morte de D. Sebastião em África. Aliás, nesta obra, D. Sebastião não morre (vide Tomo IV págs. 412 a 421) apenas envolto na bárbara multidão, desapareceu aos olhos de todos, deixando a posteridade igualmente duvidosa da sua vida, como da sua morte.

A publicação desta obra (1736-1751) ocorre ao longo do período de produção artística de Debrie em Portugal. Este gravador tinha sido chamado por D. João V e a sua actividade foi registada entre 1732 e 1754.

Sobre a gravura de D. Sebastião presente no 1.º volume vide Ernesto Soares (Vol. III, pág. 310): Em oval, meio corpo a três quartos à direita, de armadura, faixa, gola enrocada, e ceptro. Rosto juvenil, de buço, cabelos curtos com entradas. Circundando a oval vêem-se superiormente duas cabeças de mulher, figurando duas das Parcas, uma de fuso e outra de roca. Aquela tem em volta do [véu] torneado uma faixa onde se lê F. Vieira Luisit. Inv. Numa grande filactera desdobrada lê-se o verso: «Vivo equidem, vitamque extremam omnia duco». INS. (na oval) Sebastianus XVI Rex Portugaliae. S. GFL Debrie sculp. 1737. D. 264x174 – Da obra Memórias para a História ..., D. Sebastião... por Diogo Barbosa... 1736.

O desenho que serviu para esta gravura encontra-se na Colecção Barbosa Machado, no Rio de Janeiro, e vem descrito no respectivo catálogo sob o número 307, com a indicação provável de ser de Debrie visto não ter assinatura. Joaquim de Vasconcellos, ao reproduzir esta estampa na edição de 1930 da 'Pintura Antiga' de Francisco de Hollanda, elucida que a cabeça do rei é de Moro e estabelece o paralelo, por semelhanças de técnica e fisionómicas, com o retrato de D. Catarina no Museu do Prado.

Nos Anais do Museu Histórico do Rio de Janeiro, de 1941, vem reproduzida uma miniatura, ilustrando um artigo «Duas Preciosidades Iconográficas» onde se declara: Miniatura de Dom Sebastião Rei de Portugal. Séc. XVI. Pintura sobre aço. Adquirida pelo M. H. ao senhor Washt Rodrigues que a encontrou no interior de Minas Gerais.

A iconografia de D. Sebastião é pouco abundante. Sobre o pequeno retrato fez o gravador Deboié (sic) sua estampa Sebastianus XVI Rex Portugal em 1737. O pintor foi Afonso Sanches Coelho (1525-1590) natural de Valencia, segundo uns, português, segundo outros, que floresceu nas cortes de Lisboa e Madrid, sendo chamado o Ticiano Lusitano. É possível que a miniatura do museu histórico seja uma cópia do original desse pintor, contudo é anterior ao século XVIII. A miniatura descrita na entrada M) [de Ernesto Soares] é igual à de Minas e ambas à gravura de Debrie, o que nos faz julgar tratar-se de cópias. Também nas Memórias... de Barbosa Machado ocorrem outras figurações em vinhetas nos começos dos capítulos e que vêm descritas na H. G. A. Nº 654 todas do buril e desenho de Debrie».

Sobre as vinhetas desta obra vide Ernesto Soares (IIº Supl. Pág. 484):  «As ilustrações dos quatro volumes das Memórias para a História de Portugal que compreendem o Governo Del Rey D. Sebastião... por Diogo Barbosa Machado... Lisboa Ocidental 1737 a 1747 são curiosas: não pela verdade que possam classificar-se as cerimónias passadas no reinado deste monarca, mas pela forma como eram realizadas outras congéneres no reinado de D. João V, época que o gravador Debrie perfeitamente conheceu.

São oito vinhetas, duas em cada volume, encabeçando cada uma um dos livros em que se encontram divididos, além das duas estampas iniciais: a portada que ilustra as obras da Academia da História e o retrato de D. Sebastião descrito e reproduzido [anteriormente] no nº 2920 O), ambas de desenho de Vieira Lusitano e esta última também gravada por Debrie.

[Descrição das vinhetas]:

Tomo I (1736) a) Assunto às circunstâncias sobrenaturais que precederam o nascimento do menino. A princesa D. Joana tem a visão de um anjo que conduz uma criança nos braços; b) Lourenço Pires de Távora entrega ao Papa Pio IV, sentado na sua cadeira, as credenciais.

Tomo II (1737) a) Representação do Concilio de Trento e entrada do Embaixador Fernão Martins de Mascarenhas em companhia do orador Dr. Belchior Cornejo. – S. como a anterior – 1739; b) Armada portuguesa cercando a praça de Orão, a pedido de Filipe o Prudente, comandada por Francisco Barreto.

Tomo III (1747) a) Cena passada no Paço quando da entrega dos poderes reais a D. Sebastião por D. Catarina, sua avó. No trono vêem-se estas figuras e uma outra feminina que deverá ser a Infanta D. Maria. Assistência de cavaleiros e damas e o Condestável de espada desembainhada. Discursa D. Aleixo de Meneses que foi aio do rei. S. Debrie F. 1747; b) Vista da cidade de Goa que havia sido atacada por Hidalcão em 1571 e que foi obrigado a levantar o cerco. – S. Debrie del. et fec. 1747.

Tomo IV (1751) a) Despedida dos dois reis em Guadalupe depois de Filipe recusar a D. Sebastião o auxilio para ir à África- - S. – Debrie del. Sculp. 1751; b) Batalha de Álcácer-Quibir, vendo-se à direita o Rei a cavalo de espada erguida, entusiasmando os seus cavaleiros a atacarem os mouros que se aproximam. – S. Debrie del et f. 1751».

O autor desta obra, Diogo Barbosa Machado (1682-1772), estudou com os padres da Congregação do Oratório de Lisboa e, em 1708, matriculou-se na faculdade de direito canónico da Universidade de Coimbra. Pode ser considerado o mais importante bibliógrafo português, autor da Bibliotheca Lusitana, a primeira grande obra de referência bibliográfica editada em Portugal, com o título Bibliotheca Lusitana, Historia, Critica e Chronologica.

Em vida reuniu uma biblioteca de milhares de excelentes livros, incluindo livros raros sobre a história portuguesa, e grande quantidade de notícias e opúsculos avulsos. A seguir ao Terramoto de 1755 e à destruição da Biblioteca Real os seus livros serviram, a pedido do Rei, para reposição do acervo desaparecido. Esta biblioteca foi posteriormente levada para o Brasil, quando a família real portuguesa ali se refugiou em 1807, e constitui hoje um dos mais preciosos fundos da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro.

Em 1728 Barbosa Machado foi colocado como abade da igreja de Santo Adrião de Sever, no concelho de Santa Marta de Penaguião, diocese do Porto, lugar que manteria durante o resto da sua vida. Quando, em 1720 se fundou a Academia Real de História Portuguesa, foi escolhido para ser um dos seus primeiros 50 sócios de número, incluindo-se entre o grupo de intelectuais que deveriam escrever a História de Portugal e dos seus domínios.

Barbosa Machado não incluiu a relação das suas obras na Bibliotheca Lusitana, mas consta, de testemunhos certos, ser ele o autor. Faleceu em Lisboa a 9 de Agosto de 1772.

 


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Local: M-8-C-30

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