RUGENDAS. (Johann Moritz) HABITANTE DE GOYAS, QUADRO A ÓLEO PINTADO SOBRE MADEIRA.

     
 
 

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COUTO, António do. GENTILIS ANGOLLAE FIDEI MYSTERIIS

Lusitano olim idiomate per R. P. ANTONIVM COVCTO SOC. IESV. Theologum; Nunc autem Latino per FR. ANTONIVM MARIAM Prandomontano, Concionatorem Capucinum, Admod. Rev. Patris Procuratoris Generalis Commissarij Socium, Instructus atque locupletatus. [Vinheta da Propaganda da Fé]. ROMAE, Typis S. Congreg. Propaganda Fide. M. DCLXI. [1661].

In 4º (de 21,5x15,5 cm) com [16], 115, [3] págs.

Encadernação da época em pergaminho com título na lombada "Gramatica Portuguese et Angolae", e ainda vestígios de um texto (ilegível) em italiano, manuscrito sobre a pasta anterior.

Exemplar que certamente acompanhou uma missão evangelizadora católica em Angola no século XVII. Apresenta título de posse coevo, manuscrito sobre a folha de rosto: «F[rei] Girolamo da Fiorenza Capuccino, è Miss[ionario] Ap[ostol]ico in Congo» e notas manuscritas, extensas e coevas, sobre a folha (em branco) de guarda anterior e sobre os 14 fólios finais (encadernados conjuntamente na época, não aparados pela encadernação original e servindo de guarda), incluindo ainda um dicionário completo Italiano-Português manuscrito e dois desenhos de rosas-dos-ventos, apresentando as mesmas um dicionário visual das traduções dos pontos cardeais do italiano para o português. O título de posse, o dicionário e as rosas-dos-ventos são coevos entre si, pertencendo a um missionário italiano que missionava no Congo e em Angola no século dezassete, procurando adquirir o conhecimento de palavras relacionadas com a sua missão apostólica, tal como se pode verificar pela leitura das entradas do mesmo dicionário.

Esta obra foi originalmente publicada em Portugal no ano de 1642, sendo a primeira ou uma das primeiras com um texto em língua angolar, isto é, em lingua dita quimbundo, ki-nbundo, ou bundo. A presente edição foi publicada pela Congregação Propaganda Fide, organismo jesuítico destinado à divulgação e promoção do trabalho missionário  da igreja Católica, tem aqui a sua primeira edição em 1661 numa versão trilingue. A publicação de vocabulários e gramáticas dos povos colonizadores, com a tradução das palavras para latim e depois com o som da palavra indígena, não só permitiu a evangelização por padres de outras nacionalidades como em muitos casos, fixou pela primeira vez as gramáticas dos povos nativos ou gentílicos.

O manuscrito original desta obra foi iniciado pelo missionário Francisco Pacconio e depois terminado e impresso com a autoria de Frei António do Couto, natural de Luanda, Angola, onde viveu e faleceu conforme referem vários autores.

Os Mistérios da Fé aos Povos de Angola, ou Os Mistérios da Religião Católica aos Povos Angolanos - um catecismo trilingue -  em Latim, Angolar (quimbundo) e Português, em forma de diálogos entre catequista e catecúmeno. O texto da obra, propriamente dito, encontra-se impresso em 3 colunas com os textos confrontados paralelamente. Começa com o título “Diálogo dos mistérios que Deus manda crer, e dos preceitos que nos manda guardar em sua santa lei”. Em língua angolar: «Maca amilonga. Tutuma Nzambi cuchiquina, ne ya yuma ya tutúma cuyáluca mo ubíca üae». No início dos Diálogos apresenta-se o Pai-Nosso, a Ave-maria e o Credo. No final dos Diálogos, na página 103, segue-se na mesma impressão e na mesma paginação (após o Laus Deo final) um estudo em 2  páginas sobre as diferenças linguísticas entre as nossas línguas latinas e a língua angolar, as quais apresentam diferentes casos, isto é prefixos, sufixos ou declinações. Seguem-se 3 páginas com os responsórios da Missa apenas em Latim e ainda 4 páginas com a litania dos Santos, seguidas das orações a S. Francisco, a Santo António de Lisboa e a São Tomás de Aquino. As últimas 3 páginas apresentam o índice dos diálogos da obra.

 In 4º (21.5x15.5 cm) with [16], 115, [3] pp.

Binding: Contemporary parchment with title on spine: “Gramatica Portuguese et Angolae”, and traces of an unreadable text in Italian, handwritten on the front board.

Copy that was taken on a catholic evangelical mission in Angola in the 17th century. Contemporary ownership title, handwritten on title page: «F[rei] Girolamo da Fiorenza Capuccino, è Miss[ionario] Ap[ostol]ico in Congo» and handwritten, long, and contemporary notes on the front (blank) end paper and on the last 14 folios (contemporarily bound together, not trimmed on the original binding), including a complete handwritten Italian-Portuguese dictionary, as well as two compass roses, with captions of the cardinal points translated from Italian into Portuguese. The ownership title, the dictionary, and the compass roses are all from the same period, and were done by an Italian missionary who went on missions in Congo and Angola in the 17th century, aiming to know words related to his apostolic mission, as it can be seen by reading the words on the mentioned dictionary.

This work was originally published in Portugal in 1642, being one of the first books having a text in “Angolar” language.  This edition was published by the Propaganda Fide Congregation, a Jesuit institution to reveal and promote the missionary work of the Catholic Church, and i tis the first edition to be published in three languages. The publication of vocabularies and grammars by the colonizers, together with the translation of the words into Latin, and after with the sound of the indigenous word, allowed the evangelization by priests from other nationalities and also, in many cases, set for the first time the grammars of the native people.

The original manuscript was started by the Jesuit missionary Francisco Pacconio and later finished and printed by Friar António do Couto, born in Luanda, Angola, where he lived and died as mentioned by several authors.

“The Mysteries of Faith to the People of Angola” or  “The Mysteries of the Catholic Religion to the Angolan People” is a catechism in three languages (Latin, Angolar, and Portuguese) presenting dialogues between catechist and catechumen. The text of the work is printed in three columns, establishing the parallel between the three languages.  

It starts with the title “Dialog of the mysteries that God orders to be believed, and of the precepts to be obeyed under His holly law”. In the Angolar language: «Maca amilonga. Tutuma Nzambi cuchiquina, ne ya yuma ya tutúma cuyáluca mo ubíca üae». At the beginning of the dialogues there are the Our Father, the Hail Mary and the Apostle"s Creed. After the end of the Dialogues on page 10, there is a 2 page study about the linguistic differences between the Latin and the Angolar languages, giving several examples like prefixes, suffixes or declensions.  After there are three pages with the Responsory of the Mass, only in Latin; four pages with the litany of Saints, followed by the prayers to Saint Francis, Saint Anthony of Lisbon, and Saint Thomas Aquinas. The last three pages contain the index of the dialogues.

 

Referências/References

INOCÊNCIO  I, 118 : «P. ANTONIO DO COUTO, Jesuíta, natural de S. Salvador [Luanda], capital do reino de Angola. Cursou os estudos de Teologia na Universidade de Coimbra, e fui durante muitos anos missionário no reino de Congo. Morreu em Luanda a 10 de Julho de 1666, com mais de 34 anos de Companhia, por ter professado a 31 de Outubro de 1631. - E. 577) Gentio de Angola, suficientemente instruido nos mysterios de nossa sancta fé. Lisboa, por Domingos Lopes Rosa, 1642. 8.º. Julgo ser esta obra de grande raridade, porque não tenho, nem sei onde exista algum exemplar dela. Mr. Ternaux Compans não a acusa na sua amplíssima Bibliothéque Asiatique et Africaine, o que é para admirar, pois que muitos livros menciona que decerto não viu, e cujos títulos copiou necessariamente de Barbosa, donde poderia também haver a indicação deste [***] verdade que, sob n.º 1906 aponta a obra seguinte, que talvez será a mesma de que se trata, ou quando menos alguma reimpressão dela: - Cathecismo en latin, portugues y angolano, por Antonio de Cueto, natural de Angola, in 4.º 1661. »

[***] [Inocêncio, por lapso, não viu a entrada de Barbosa (em Tomo I, pag. 252, a qual transcrevemos após estas entradas do mesmo Inocêncio].

INOCÊNCIO VIII, 196 : «P. ANTONIO DO COUTO (V. Dicc. tomo I, pag. 118). Do cathecismo impresso com o titulo Gentio de Angola, etc. (n.º 577) há um exemplar na Biblioteca de Évora, e tem outro o Sr. Dr. Pereira Caldas em Braga. Segundo as informações que me foram fornecidas, o título do livro é como se segue: Gentio de Angola sufficientemente instruido nos Mysterios de Nossa Santa Fee. Obra postuma composta pello P. Francisco Pacconio da Companhia de Jesu. Reduzida a methodo mais breve e accomodado á capacidade dos sogeitos que se instruem. Pello Padre Antonio do Couto da mesma Companhia. Lisboa, por Domingos Lopes Rosa 1642. 8.º de X (innumeradas) 90 folhas numeradas pela frente, sendo as paginas do lado esquerdo em língua angolense, e as do direito na portuguesa. Tem no fim mais quatro folhas inumeradas com o índice, e a subscrição tipográfica final. A obra foi dedicada á Senhora Isabel de Oliveira Corte Real, benfeitora da Companhia em muitas ocasiões neste reno, e em particular na despesa da impressão desta obra, e mãe de um filho que tanto amava e deu à Companhia, falecido na flor da sua idade o Fr. Bernardo Maria de Cannecattim, no prólogo da sua Collecção de observações grammaticaes sobre a língua bunda, a pag. IV, fala deste cathecismo: mas indica, não sei porquê, a primeira edição como de 1643, sendo ela em verdade de 1642, segundo os dois exemplares apontados. A tradução desta obra pelo capuchinho Prandomontano, impressa em Roma em 1661, in 4.º (de que o Sr. Pereira Caldas tem também exemplar, mandado comprar em Paris por 30 francos) é em três línguas, latim, bunda e portuguesa. Tem por título: Gentilis Angollae fidei mysteriis instructus, ex Lusitano idiomate latine redditus. Em 1784 se imprimiu por terceira vez este catecismo em Lisboa, na Regia Offic. Typ., também em três colunas, nas sobreditas línguas. E este mesmo e o que pela quarta vez saiu impresso com algumas diferenças por diligência de Francisco de Sales Ferreira, como se pôde ver adiante no artigo relativo a este nome. Quanto ao catecismo na língua conguesa, que difere algum tanto da bunda, posto que se julguem ambas derivadas da mesma origem, veja-se no Dicc. o artigo P. Mattheus Cardoso.»

INOCÊNCIO XX, 196 : «P. ANTONIO DO COUTO. - (V. Dicc. tomo VIII, pag. 123). O erudito bibliófilo Ayres de Campos, que tantos e tão bons serviços prestou no Dicionário Bibliográfico, com esclarecimentos preciosos, a que se prestava com a melhor vontade, obsequiara-me em tempo com a seguinte nota da sua letra, que faz alguma diferença da que ficou posta na página citada: «Na Collecção de observações grammaticaes, etc., de Fr. Bernardo Maria de Camecattim, no prólogo ao leitor, diz-se que a obra de Couto foi impressa a primeira vez em 1643 por D. Lopes Rosa; a segunda em 1661 com o acrescentamento da terceira coluna em latim; e a terceira em 1784 em Lisboa, por ordem de D. Maria I, com o titulo: Gentilis Angolae in fidei Mysteriis eruditus. O mesmo Cannecatim, dando breve notícia do opúsculo ou catecismo, aponta ao mesmo tempo os seus muitos defeitos e erros grosseiros, que de alguma forma quis emendar no Supplemento ás Observações Grammaticaes».

BARBOSA, I, pag. 252: « P. ANTONIO DO COUTO. Nasceu na cidade de S. Salvador, Capital do Reino de Angola onde entrou na Companhia de Jesus a 31 de Outubro de 1631. Para se instruir nas ciências Escolásticas passou a Coimbra, em cuja palestra deu iguais argumentos do talento que tinha para as ciências como inclinação para as virtudes. Voltou para sua pátria [Luanda, Angola] no ano de 1648. Com cartas de Sereníssimo Rei D. João IV. para el-Rei de Congo, do qual foi recebido com grande benevolência. O apostólico zelo que lhe animava o corpo lhe comunicou alentos para discorrer por diversas terras para lucrar almas a Cristo penetrando com grande desvelo, e imenso trabalho aqueles vastos sertões onde escassamente tinha raiado a Luz do Evangelho. Atenuado [extenuado] com estas heróicas fadigas foi alcançar o prémio na glória em Luanda a 10 de Julho de 1666. Do qual afirma o Padre Franco in Synps. Analit. Soc, Jes. in Lusitan. [Sinopse Analitica da Sociedade de Jesus na Lusitânia], pag. 340, nº 5 «in Rebua angustis omnes ad eum tanquam comunem parem soliti confugere, ut talem vulgus, & magnates venerabantur». Não sendo menor o elogio que lhe faz nos Anais Gloriosos da Sociedade de Jesus na Lusitânia, pág. 383. Para instruir aos missionários que haviam de cultivar a vinha de Angola, escreveu: Gentio de Angola sufficientemente instruído nos Mystérios da nossa Santa Fé. Lisboa, por Domingos Lopes Roza, 1642. 8º. Foi traduzido na língua latina por Frei António Maria Prandomontano Capuchinho Romae, types de Congregationis de Propaganda Fide. 1661, 4º».

 


Temáticas

Referência: 1712JC001
Local: M-5-C-22

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