Considerações e preceitos a proposito da invasão phyloxerica. Seguidos da moderna legislação sobre o assumpto. Por J. M. D. P. Typographia de J. P. Sequeira. Torres Novas. 1887.

De 20x14 cm. Com 74 págs.

Preserva as capas de brochura originais com anúncios da Companhia Real Promotora da Agricultura Portuguesa e do Centro Agrícola Industrial. Brochado.

Folheto muito raro onde o autor defende um conjunto de medidas para combater a filoxera, em Portugal, que consiste numa combinação de uso de químicos (sulfureto de carbono) e de plantação de cepas americanas.

A obra descreve os aparelhos para aplicar o químico, os métodos que devem ser seguidos conforme a natureza dos terrenos e os resultados alcançados em diversas regiões do país, apresenta também conselhos para a fertilização com adubos, para as replantações e as novas plantações. Na parte final descreve as providências tomadas pelo Estado, transcreve o teor do Decreto de 9 de Dezembro de 1886 que aprova o plano de organização dos Serviços Anti-phyloxericos, a Portaria de 30 de Dezembro de 1886, o comunicado aos agricultores sobre a aquisição de sulfureto de carbono e a carta de um Inspector de Agricultura.

A filoxera é uma praga que atacou as vinhas na Europa a partir de 1858, sendo identificada pela primeira vez no Languedoc, em França, em 1863. Em Portugal foi identificada pela primeira vez em 1865. A praga causou grandes prejuízos por toda a Europa, em especial em França, e ainda hoje é uma ameaça para as videiras. Tem a sua origem na América do Norte e a sua especial virulência deve-se ao facto das castas europeias não serem imunes, ao contrário do que acontece com as vinhas autócnes da América. A solução encontrada no século XIX foi enxertar as vinhas europeias com vinhas americanas, no entanto muitos viticultores defendiam muitos outros métodos como o uso de produtos químicos.