RUGENDAS. (Johann Moritz) HABITANTE DE GOYAS, QUADRO A ÓLEO PINTADO SOBRE MADEIRA.

     
 
 

Recuperar password

Livros disponiveis: 79716

English   
 
   

Clique nas imagens para aumentar.



ALBUM DE FOTOGRAFIAS ANGOLA. SOUVENIR ARTISTICO DA EXPEDIÇÃO AO CUNENE EM 1906.

Álbum oblongo de 23,9x31,7 cm. Com 26 folhas. Encadernação em veludo verde com o cartão das pastas à vista. Cortes dourados por folha.

Encadernado em álbum para fotografias da Verol & Cª, R. Augusta nº 136. Com 26 folhas de cartolina grossa com esquadria com os cantos ornamentados à volta do espaço para colar as fotografias. Com falta das almofadas das pastas.

Contém 26 fotografias de 12x17 cm. provas em albumina coladas na frente das folhas, sendo que as fotografias 23, 24 e 25 são constituídas por duas provas que formam fotografias panorâmicas e a número 26 é constituída por três fotografias.

Todas as fotografias têm inscrito no canto inferior esquerdo: M. J. P. e uma identificação constituída por duas letras e um número sendo na primeira S. C. 18. Todas as fotografias têm, já sobre as folhas de cartolina, na parte inferior, as seguintes legendas em letra coeva igual: M. J. P. fecit e, Seria da Columna de 1906 no Cuamato. Finalmente cada fotografia tem uma legenda que identifica o seu tema em letra coeva diferente da anterior e traço mais grosso, que transcrevemos a seguir.

O título atribuído ao álbum consta na 2ª fotografia.

Colecção de belas fotografias reunidas por Hermenegildo Francisco participante nesta campanha e que documentam com grande amplitude as principais fases da campanha de 1906 no sul de Angola e por isso muito importante para a história de Angola, do exército e da administração portuguesas.

Em 27 de Setembro de 1904 as forças portuguesas sofreram uma grande derrota às mãos dos Ovambos, no sul de Angola, depois de atravessarem o rio Cunene, no Vau de Pembe, onde sofreram cerca de 300 mortos entre eles uma centena de oficiais e soldados brancos.

Durante 1905 e 1906 as forças armadas portuguesas começaram a preparar uma retaliação com uma preparação meticulosa planeada por Eduardo da Costa. Em fins de 1904 o capitão do Estado-Maior Alves Roçadas, foi nomeado governador da Huíla em substituição do anterior detentor do cargo, capitão João Maria de Aguiar, que tinha sido responsável pelo desastre.

Durante o ano de 1905 Roçadas realizou várias operações militares de preparação para submeter pequenos sobas e desimpedir a pista que ligava o planalto ao Humbe. Depois em 1906, com uma forte coluna (fotografias nº 1 e 2) passou o Cunene em frente do Humbe (fotografias 15 e 16) e sem oposição dos Cuamatos construiu duas pontes, (10, 11 e 17) fortificou uma colina que veria a ser o Forte Roçadas (fotografias 5, 7, 8, 20 a 26) e enviou auxiliares brancos e indígenas (fotografias 3, 4, e 6) atacar a embala do Cuamato Pequeno, que foram apoiados por tropas comandadas por João Almeida.

Entretanto Roçadas recebeu ordens para esperar pelo Governador Geral Eduardo da Costa, que chegou ao Forte Roçadas em 22 de Setembro de 1906 (fotografias 18 e 19) acompanhado, entre outros, pelo tenente-médico Américo Campos, tenente Luís de Miranda, 1º Tenente da Armada Coriolano da Costa e tenente Belo de Almeida, que captou fotografias diferentes destas. Eduardo da Costa, contra a opinião de Almeida, preferiu uma campanha mais preparada e com maior número de soldados a ser desencadeada em 1907. A 1 de Novembro Eduardo da Costa mandou retirar as forças concentradas no Forte Roçadas deixando apenas uma guarnição de 450 homens.

Pélissier comenta que esta campanha de 1906 é um exemplo da anulação das qualidades militares dos portugueses devido a rivalidades pessoais, uma concepção arcaica da honra e da glória e a incapacidade de coesão perante o inimigo, pois pensa que a decisão de protelar a ação de Eduardo da Costa foi uma oportunidade perdida. No entanto esta opinião não tem em conta a posterior polémica na imprensa, na década de 1920, em que muitos oficiais, entre eles João de Almeida, defenderam a personalidade de Eduardo da Costa, a justeza das suas decisões e o facto de as forças portuguesas não serem suficientes, no ano de 1906, devido às restrições orçamentais e à decisão do governo da época que não aprovou o plano apresentado por Eduardo da Costa quando ainda estava em Portugal.

Assim, no ano de 1907, Roçadas, em 26 de Agosto, dispunha de 2291 soldados do Exército Regular, 115 auxiliares, com dez canhões e quatro metralhadoras, para dirigir uma campanha contra os Ovambos avaliados em 20 mil guerreiros, 7 mil deles armados com espingardas modernas. Os portugueses dispunham, no entanto, de duas vantagens: a existência de bastante água e a colaboração de um soba - Calipula, expulso do Cuamato e que foi fundamental para guiar as tropas portuguesas em terreno desconhecido. Roçadas partiu do Forte com o seu nome, em 26 de Agosto em direcção à embala do Cuamato pequeno e foi atacado logo em 27 de Agosto na clareira do Mufilo, onde obteve uma vitória clara. Depois conquistou Damequero, as cacimbas de Inhoca, obteve a vitória de Mupala, conquistou a embala grande em Maghogo, em 22 de Setembro, onde começou a construir o Forte D. Luís de Bragança e finalmente conquistou a embala real em Nalueque, em 4 de Outubro de 1907. Roçadas tentou instituir uma política indígena liberal, recolheu as ossadas dos mortos de 1904, deu por finda a campanha em 19 de Outubro e foi recebido em triunfo em Lisboa, a 12 de Dezembro de 1907.

Apesar de tudo devido à constante escassez de meios e à cada vez maior ameaça alemã no sul de Angola a ocupação efectiva e a instalação de uma administração portuguesa em termos pacíficos só começou, depois de grandes sacrifícios e combates, em 1917 e ainda assim com grandes problemas.

Lista das fotografias:

Nº1 - SC 18 - Grupo de officiaes da columna. [esta fotografia é reproduzida em frente da página 180 de Eduardo da Costa. Colectânea... Nela é possível identificar o capitão Alves Roçadas, o capitão João de Almeida, capitão Cabral Pessoa, comandante dos dragões, capitão Pimenta de Castro, capitão Domingos Patacho, capitão Baptista, capitão Veiga Beirão, tenentes: Ferreira do Amaral, Perestrelo da Conceição, Lopes, Vitória, Henrique de Melo, Durão e Capitão Lícinio.]. Nº2 - (S/nº) Officiaes da 2ª 15ª 11ª e Chefe do Humbe. 3 - SC 14 - Grupo de auxiliares. Nº4 - SC 12 - Auxiliares do Oorlov. Nº5 - SC 15 - A Guarnição do forte para a Cerimónia da bandeira içada pela vez prª em 9 Setembro. Nº6 - SC 11 - Acampamento dos auxiliares. Nº7 - SC 20 - Baluarte da bandeira do Forte Roçadas. Nº8 - SC 8 - Secção da rede de arame na face direita do forte. Nº9 - SC 1 - Antes da passagem do rio. Nº10 - SC 7 - Ensaio do lançamento da ponte. Nº11 - SC 19 - Lançamento da ponte sobre o Cunene. Nº12 - SC 2 - Paysagem do Cunene. Nº13 - SC 3 - Trecho da passagem do Cunene. Nº14 - SC 5 - Trecho da passagem do Cunene. Nº15 - SC 6 - Passagem do rio Cunene a 29 de Agosto. Nº16 - SC 4 - Passagem do Cunene - 11.ª Cª de Moç. Nº17 - SC 24 - Ponte sobre o Cunene - passagem do Esquadrão. Nº18 - SC 22 - O Governador Geral Eduardo Costa em visita ao Forte. [a atravessar a ponte engalanada em sua honra] Nº 19 - SC 21 - Recepção do Governador Geral na margem direita. Nº20 - SC 13 - A queda d’um hibondeiro. Nº21 - SC 23 - Hibondeiro «observatório». Nº22 - SC 17 - Outro aspecto da formatura para a continencia à bandeira. Nº23 - SC 16 - S/legenda [Içar da bandeira, panorâmica com duas fotografias juntas]. Nº24 - SC 9 - S/legenda [Acampamento de tendas, panorâmica com duas fotografias juntas]. Nº25 - nº 29 - S/legenda [Aspecto de uma pequena fortificação, panorâmica com duas fotografias juntas]. Nº26 - s/núm - S/legenda [Forte Roçadas, panorâmica geral com três fotografias juntas]

 Oblong album. 23.9x31.7 cm. 26 leaves. Bound in green velvet with the cardboard of the folders visible. Gilt edges.

Bound in photographic album by Verol & Cª, R. Augusta no. 136. With 26 sheets of thick cardboard, with the space dedicated to paste the photographs squared by straight lines made by rolled tools, and with ornate corners. Folder pads missing.

26 12x17 cm photographs. Albumins pasted on the front of the sheets, with photographs 23, 24 and 25 consisting of two pasted photographs forming panoramic views and number 26 consisting of three photographs.

All the photographs have inscribed in the lower left corner: M. J. P. and an identification consisting of two letters and a number being in the first one S. C. 18. All the photographs have, on the cardboard sheets, in the lower part, the following captions in the same coeval lettering: M. J. P. fecit e, Seria da Columna de 1906 no Cuamato. Finally each photograph has a caption that identifies its subject in a different font and thicker stroke, which we will transcribe below.

The title assigned to the album appears on the 2nd photograph.

Collection of beautiful photographs gathered by Hermenegildo Francisco participant in this campaign and that documents with great amplitude the main phases of the 1906 campaign in southern Angola and therefore very important for the history of Angola, the Portuguese army and administration.

On September 27th. 1904 the Portuguese forces suffered a major defeat at the hands of the Ovambos in southern Angola, after crossing the Cunene River at the Vau de Pembe, where they suffered about 300 deaths, among them a hundred white officers and soldiers.

During 1905 and 1906 the Portuguese armed forces began to prepare a retaliation with meticulous preparation planned by Eduardo da Costa. In late 1904, Captain of the General Staff Alves Roçadas, was appointed governor of Huíla to replace the previous holder of the post, Captain João Maria de Aguiar, who had been responsible for the disaster.

During the year 1905 Roçadas carried out several military operations in preparation to subdue small sobas and clear the track that linked the plateau to Humbe. Then in 1906, with a strong column (photographs no. 1 and 2) he passed the Cunene in front of Humbe (photographs 15 and 16) and without opposition from the Cuamatos he built two bridges, (10, 11 and 17) fortified a hill which was to become Fort Roçadas (photographs 5, 7, 8, 20 to 26), and sent white and indigenous auxiliaries (photographs 3, 4, and 6) to attack the embayment of Cuamato Pequeno, supported by troops commanded by João Almeida.

In the meantime Roçadas was ordered to wait for Governor-General Eduardo da Costa, who arrived at Fort Roçadas on September 22nd. 1906 (photographs 18 and 19) accompanied by, among others, Lieutenant-Medic Américo Campos, Lieutenant Luís de Miranda, 1st Lieutenant of the Navy Coriolano da Costa and Lieutenant Belo de Almeida, who captured photographs other than these. Eduardo da Costa, against Almeida's opinion, preferred a more prepared campaign with a larger number of soldiers to be launched in 1907. On November 1st. Eduardo da Costa ordered the withdrawal of the forces concentrated at Fort Roçadas leaving only a garrison of 450 men.

Pélissier states that this 1906 campaign is an example of the nullification of the military qualities of the Portuguese due to personal rivalries, an archaic conception of honour and glory and the incapacity for cohesion in the face of the enemy, as he thinks that Eduardo da Costa's decision to delay action was a missed opportunity. However this opinion does not take into account the subsequent polemic in the press in the 1920s, in which many officers, including João de Almeida, defended Eduardo da Costa's personality, the fairness of his decisions and the fact that the Portuguese forces were not sufficient, in the year 1906, due to budgetary restrictions and the decision of the government not to approve the plan presented by Eduardo da Costa when he was still in Portugal.

So, in the year 1907, Roçadas, on August 26, had 2291 soldiers of the Regular Army, 115 auxiliaries, with ten cannons and four machine guns, to lead a campaign against the Ovambos valued at 20,000 warriors, 7,000 of them armed with modern rifles. The Portuguese had, however, two advantages: plenty of water and the collaboration of a soba - Calipula, expelled from Cuamato and who was essential to guide the Portuguese troops in unknown terrain. Roçadas left the Fort with his name, on August 26 towards the small Cuamato settlement and was attacked on August 27 in the Mufilo clearing, where he won a clear victory. He then conquered Damequero, the cacimbas of Inhoca, won the victory of Mupala, conquered the big Maghogo settlement, on September 22nd., where he started building the Fort D. Luís de Bragança, and finally conquered the royal settlement of Nalueque, on October 4th. 1907. Roçadas tried to institute a liberal Indian policy, collected the bones of the 1904 dead, ended the campaign on October 19th. and was received in triumph in Lisbon on December 12th. 1907.

Despite everything, due to the constant shortage of resources and the growing German threat in southern Angola, the effective occupation and installation of a Portuguese administration in peaceful terms began only in 1917, after great sacrifices and fighting, and even then with great problems.

List of photographs:

Nº1 - SC 18 - Group of officers of the column [this photograph is reproduced opposite page 180 of Eduardo da Costa. In it we can identify Captain Alves Roçadas, Captain João de Almeida, Captain Cabral Pessoa Commander of the Dragoons, Captain Pimenta de Castro, Captain Domingos Patacho, Captain Baptista, Captain Veiga Beirão, Lt: Ferreira do Amaral, Perestrelo da Conceição, Lopes, Vitória, Henrique de Melo, Durão and Captain Lícinio]. Nº2 - (S/nº) Officers from 2nd 15th 11th e Chief of the Humbe. 3 - SC 14 - Group of auxiliaries. Nº4 - SC 12 - Auxiliaries of Oorlov. Nº5 - SC 15 - The Garrison of the fort for the Ceremony of the flag hoisted for the first time on September 9th. Nº6 - SC 11 - Auxiliary camp. Nº7 - SC 20 - Fort Roçadas flag bastion. Nº8 - SC 8 - Section of wire mesh on the right side of the fort. Nº9 - SC 1 - Before the passage of the river. Nº10 - SC 7 - Bridge launch rehearsal. Nº11 - SC 19 - Launching of bridge over the Cunene River. Nº12 - SC 2 - Cunene landscape. Nº13 - SC 3 - Excerpt from the Cunene Passage. Nº14 - SC 5 - Excerpt from the Cunene Passage. Nº15 - SC 6 - Crossing of the Cunene River on August 29th. Nº16 - SC 4 - Cunene Passage - 11th Mozambique company. Nº17 - SC 24 - Bridge over the Cunene River - Squadron crossing. Nº18 - SC 22 - Governor General Eduardo Costa visiting the Fort. [crossing the bridge decorated in his honour]. Nº 19 - SC 21 - Reception of the Governor General on the river right bank. Nº20 - SC 13 - The fall of a hibond tree. Nº21 - SC 23 – Hibond tree «observatory». Nº22 - SC 17 - Another aspect of the parade for the flag salute. Nº23 - SC 16 - No caption [Hoisting of the flag, panoramic with two photographs together]. Nº24 - SC 9 - No caption [Tent camp, panorama with two photographs together]. Nº25 - nº 29 - No caption [Aspect of a small fortification, panoramic with two photographs together]. Nº26 - No number - No subtitle [Fort Roçadas, overview with three photographs together].

Referências/Refrences:

René Pélissier. História das Campanhas de Angola, resistências e revoltas, 1845-1941. Editorial Estampa. 1986. Vol. II, páginas 190-205.

Coronel Gonçalo Pereira Pimenta de Castro. As Minhas Memórias, Na Metrópole e nas Colónias. 3 Vol. 1947, 1949, 1950.

Eduardo da Costa. Colectânea das suas principais obras militares e coloniais. Agência Geral das Colónias. Lisboa. 1938-1939. 4 volumes. Vol. I, 147-199, vol. IV, A questão do Cuanhama, 399-548.


Temáticas

Referência: 2011PG097
Local: M-10-B-27


Caixa de sugestões
A sua opinião é importante para nós.
Se encontrou um preço incorrecto, um erro ou um problema técnico nesta página, por favor avise-nos.
Caixa de sugestões
 
Multibanco PayPal MasterCard Visa American Express

Serviços

AVALIAÇÕES E COMPRA

ORGANIZAÇÃO DE ARQUIVOS

PESQUISA BIBLIOGRÁFICA

free counters