RUGENDAS. (Johann Moritz) HABITANTE DE GOYAS, QUADRO A ÓLEO PINTADO SOBRE MADEIRA.

     
 
 

Recuperar password

Livros disponiveis: 78925

English   
 
   

Clique nas imagens para aumentar.



FONSECA. (Padre João da) SATISFAÇ,AM DE AGGRAVOS, E CONFUSAM DE VINGATIVOS,

Por modo de Dialogo entre hum Hermitam, & hum Soldado. Dividido em dois tratados com exemplos, & historias notaveis em confirmaçam, do que praticam. Author O P. M. JOAM DA FONSECA da Companhia de [Jesus] EVORA, Com as licenças necessarias na Officina da Universidade. Anno de 1700.

In 8º de 20,8x cm. Com [xvi], 458, [x] págs. Encadernação da época inteira de pele com nervos, rótulo vermelho e ferros a ouro na lombada. 

A folha de rosto está ornamentada ao centro com uma vinheta do Trigrama Sagrado, sobrepujado por uma cruz e com três setas por baixo, inserido no centro de uma flor, muito usada nos livros da Companhia de Jesus e que, neste caso substitui, a palavra Jesus. Está separada do pé de imprensa por duas linhas constituídas por pequenas vinhetas tipográficas. As folhas preliminares estão ornamentadas com cabeções constituídos por vinhetas tipográficas, iniciais decoradas e por um belo florão de remate. O texto está ornamentado com cabeções no início de cada um dos tratados, apresentando o Tratado Primeiro o Trigrama Sagrado ao centro e um florão de remate constituído por uma jarra com flores.        

Exemplar com duas assinaturas de posse, do século XVIII, na folha de rosto, uma de cada lado da gravura, com iniciais, uma rubrica, a data de 18 de Maio de 1816 e uma conta de somar nas folhas de guarda anteriores, com manchas nas margens de algumas páginas e com traços de pena coevos na página 198.

As páginas preliminares contêm Licença de Manuel Correia, Padre Provincial da Companhia de Jesus, com data de 24 de Agosto de 1695; prólogo ao leitor; protesto do autor; duas poesias em latim e uma em castelhano em louvor do autor; censuras de Fr. Manuel de S. José e de Francisco de Santa Maria; e as licenças, com datas de 28 de Novembro de 1695 a 9 de Março de 1700.    

Obra saída dos prelos eborenses, muito rara e única edição publicada. Inocêncio escrevia em 1850 já considerar as obras deste autor todas raras e apresenta a paginação desta obra errada, o que indica que provavelmente não viu exemplares dela.     

É muito importante por conter numerosas biografias e notas biográficas de jesuítas, para o estudo dos métodos de ensino, catequização e evangelização da Companhia de Jesus, para o estudo da história do sentimento religioso nos séculos XVII e XVIII, para os estudos de antropologia sobre a atitude perante a morte e para a história da literatura portuguesa.   

É uma obra clássica da literatura portuguesa por ser escrita numa bela prosa característica do século do Padre António Vieira, com um carácter fácil e deleitoso que é a marca dos escritos dos autores Jesuítas, que são destinados ao ensino da doutrina e têm como objectivo cativar os leitores através de pormenorizadas demonstrações, elucidações, advertências, colóquios, narração de histórias edificantes, a citação de poesias, trechos de obras célebres e orações, como por exemplo a tradução em português do Ofício da Agonia, conforme o ritual Romano, para os que não sabiam latim.

As históricas edificantes são resumidas de vários autores, mas em especial dos seguintes autores jesuítas: Padre Baltasar Teles, o mais citado; Padre Pedro de Ribadeneira; Padre Adriano de Lireo; Padre Menochio; Padre Barradas; Padre Alonso de Andrade; Padre Fernando Queiroz; Padre Edmundo Augério, Jesuíta francês; Padre Sachino; Padre Francisco de Mendonça; e o Padre Alberto Bucosh, lente de matemática na Universidade de Coimbra.     

Dessas histórias destacam-se as narrações de casos sucedidos com os seguintes Jesuítas: Santo Inácio de Loyola; S. Francisco Xavier; São Francisco de Borja; S. João de Brito que foi mártir na Índia; as numerosas conversões feitas em Tonquim, China, pelos Missionários Jesuítas segundo a Relação de 1694 do Padre Francisco Nogueira; os exemplos de humildade do irmão Pedro de Bastos; a piedade do Padre Baltasar Barreira, na Etiópia. Os casos do Padre Diogo Lopes; do Padre Vicente Carafa, Geral da Companhia; do Padre Manuel Fernandes quando pregava em Elvas; do Padre António de Moncada; Padre Afonso Pacheco, mártir no Japão; Padre João Heber; Padre Polanco; e os casos notáveis sucedidos na Província da Companhia de Jesus da Sicília, conforme referidos nas respectivas Cartas Anuas.    

De S. Francisco Xavier é transcrito um soneto que lhe é atribuído, são transcritas umas oitavas à canonização de S. Francisco de Borja feitas no Colégio de São Hermenegildo de Sevilha, umas décimas da autoria do Padre Nicolau de Guadalaxara transcritas da sua vida escrita pelo Padre Francisco de Florença.      

Nela a reflexão sobre a morte é um argumento forte para moderar e corrigir comportamentos e formar a personalidade do crente tanto do ponto de vista ético, como religioso levando o cristão a bem viver, pois o segredo para uma morte feliz e a entrada no paraíso é uma vida sóbria e santa. 

Na primeira parte o autor através dos recursos literários referidos acima e através da figura do Ermitão (religioso que vivia sozinho no deserto entregue à oração, mortificação e meditação) que dialoga com um soldado desejoso de se vingar, demonstra como são condenáveis as vinganças e que o cristão deve perdoar se quiser ser perdoado, para ter uma boa morte e conquistar o paraíso.

Na segunda parte o soldado já transfigurado e tendo decidido tornar-se religioso, a exemplo do Eremita, pede-lhe conselhos que são apresentados com grande abundância servindo para incitar os leitores a seguirem o exemplo de conversão do soldado.            

A Satisfação de Agravos do Padre João da Fonseca é, assim como outras obras suas, um livro que faz parte do enorme caudal literário lavrado no contexto posterior ao Concílio de Trento, que tinha como especial propósito veicular ( principalmente para o clero com responsabilidades novas e acrescidas na pregação e na condução espiritual dos fiéis), de uma forma segura e célere, os preceitos doutrinais fundamentais e as estratégias de catequização mais eficientes da Igreja Católica.

João da Fonseca (Viana do Alentejo, 1631 - Colégio de Santo Antão, Lisboa, 1701) entrou para a Companhia de Jesus, no noviciado de Évora, em 19 de Janeiro de 1649, professou a 15 de Agosto de 1669. Foi Mestre de Filosofia em Évora, e Reitor do Noviciado em Lisboa. É autor dos seguintes livros: Norte Espiritual da vida Christã, 1687; Espelho de penitentes, 1687; Escola da Doutrina Christã, 1688; o Guia de Enfermos, moribundos, e agonizantes, 1689; Instrucção espiritual para antes, e depois da Sagrada Comunhão, 1689; Alívio de Queixosos, 1689; Antidoto da alma para medicina de escrupulos, remedio de tentados, e preservativo de enganos e illusões,1690; e Sylva moral e historica, que contém a explicação e discursos moraes de diversas matérias, confirmadas com seis centurias de exemplos escolhidos, e historias selectas. 1696.

Ref.:

João Carlos J. Serafim. A Ideia da Quotidio Morior nas Artes Moriendi Jesuítas na Idade Moderna. Via Spiritus, 15 de 2008. p. 35-52

Iberian Books C42458 [106905]

Monteverde 2438.

Samodães, I, 1269.

Avila Perez 2959.

Inocêncio III, 376 e X, 257. 

Barbosa Machado II, 607. 


Temáticas

Referência: 2101PG005
Local: M-16-D-15

Indisponível





Caixa de sugestões
A sua opinião é importante para nós.
Se encontrou um preço incorrecto, um erro ou um problema técnico nesta página, por favor avise-nos.
Caixa de sugestões
 
Multibanco PayPal MasterCard Visa American Express

Serviços

AVALIAÇÕES E COMPRA

ORGANIZAÇÃO DE ARQUIVOS

PESQUISA BIBLIOGRÁFICA

free counters