S.N. S.D. Japão. [Circa 18??]

De 17,5x12,3 cm. Com 37 fólios. Brochado ao estilo japonês com lombada cosida com linha.

Ilustrado com 57 desenhos de plantas e arranjos florais japoneses.

Os fólios em papel de arroz, gravados em chapa e dobrados ao meio, são impressos só pela frente. 

Exemplar com uma muito leve mancha de humidade na folha de rosto.

Este pequeno tratado japonês consiste numa recolha gráfica sobre os princípios do Ikebana, ou arte floral japonesa. Assim, na primeira página do segundo fólio (depois da folha de rosto) surge-nos o mais simples e característico arranjo de Ikebana: um vaso oriental com sete folhas de cana-da-índia, cada uma com a sua própria posição inclinada. Dizem os mestres japoneses que em Ikebana a inclinação dos galhos ou dos caules é sempre uma representação simbólica das plantas sobre a acção primordial do vento que, nesta arte, é dado artificialmente de forma a produzir o encanto misterioso das linhas curvas aliado à profunda beleza das linhas rectas e à vibração delicada das cores.

A maior parte dos arranjos e exemplos descritos neste livro são executados com folhas de cana-da-índia. No entanto aparecem muitos arranjos com as ditas folhas associadas a crisântemos, a flores e galhos de amendoeira e ainda outras belas florações colocadas sobre bases (ditas Kensan e que simbolizam lagos, mares e ilhas) as quais estão por sua vez colocadas sobre bases de madeira preta ou sobre mesinhas de estilo oriental. Alguns arranjos estão colocados em copos, suportes ou secções de cana de bambu, artisticamente cortados a meio das suas secções cilíndricas.

Muitos outros arranjos deste livro apresentam ramos de pinheiro, de ácer japonês, amendoeira e outras árvores com galhos envelhecidos e/ou retorcidos artificialmente, de forma a reproduzir os antigos jardins japoneses nesta forma de um bonsai em natureza morta, mas significativamente viva nos símbolos que transmitem a profunda mitologia japonesa.