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RUGENDAS. (Johann Moritz) HABITANTE DE GOYAS, QUADRO A ÓLEO PINTADO SOBRE MADEIRA. |
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Clique nas imagens para aumentar. CUNHA. (Francisco da) RELAÇAM DA PRODIGIOZA NAVEGAÇAM DA NAO CHAMADA S. PEDRO E S. JOAM DA COMPANHIA DE [COMÉRCIO PARA] MACAO,por merce da Milagrozissima Imagem de N.S. de Penha de França venerada protectora das naos de comercio deste Reino, e singular amparo de todos os navegantes nas suas viagens. Com a explicaçam, e pintura da grande cobra que se achou na dita Nao, e se criou dentro em huma pipa de agoa; a qual Cobra veyo tranquillamente na sua companhia, e se matou dentro na mesma Nao anchorada no porto desta Cidade de Lisboa, onde voi vista, e admirada por monstruozo bicho, que tudo se atribuhiu a prodigio, e merce da mesma milagrosa SENHORA. Nella se dá huma rara, e exacta noticia da criaçaõ do mindo, e produçaõ de todas as Cobras, e Serpentes desde a sua criaçaõ, ou dia quinto, em que Deos Senhor nosso criou todos os animaes reptis. Dasse também nella noticia de dois prodigios da mesma Senhora do mar, e da gratulatoria festa, que lhe fizeraõ na terra, e na sua igreja os seus devotos navegantes de Macao. Escrita por hum devoto domestico da mesma Senhora Ricardo Fineça Fascunh. Lisboa: Na Officina de José da Silva da Natividade, anno de 1743. Com todas as licenças necessarias. De 21x15,5 cm. Com 31, [i br.] págs. Encadernação recente inteira de pele com nervos, rótulo vermelho e ferros a ouro e a seco na lombada. Cortes das folhas carminados. Ilustrado no início com uma gravura xilográfica de pagina inteira representando a imagem de Nª. Sra. da Penha de França e a grande cobra, capitular decorada com motivos vegetalistas e elaborado florão de remate na última página do texto. Exemplar com pequeno restauro na folha de rosto e verso da última folha com ligeiras manchas. Vestígio de bibliófagos à cabeça e no pé da lombada, com ligeira falha de pele. Obra muito rara, que não consta em nenhum dos melhores catálogos de leilões e livreiros, publicada sob o anagrama do nome do autor (Ricardo Fineça Fascunh.). De grande importãncia para o estudo do comércio com Macau, a China e a navegação até um dos mais longínquos território do império, no século XVIII, em especial da Companhia do Comércio de Macau que é uma instituição muito pouco estudada, o que aumenta o valor deste folheto, assim como dos conhecimentos da época sobre zoologia, sobre as formas de religiosidade e ligação com o divino. O comércio com a China através de Macau era muito intenso e chegavam a Portugal grande diversidade de produtos tais como papéis, lacre, damascos, sedas, faianças, contadores e baús. Entre 1685 e 1699 existiu uma Companhia de Comércio do Oriente, mas que não integrou Macau. Em 1710 foi criada a Companhia do Comércio para Macau, por Decreto de D. João V, de 21 de Janeiro, a favor do provedor e deputados da Mesa do Espírito Santo da Pedreira dos Homens de Negócios, que concedia o privilégio de as naus provenientes de Macau poderem vir directamente para o Reino sem pagar direitos na Alfândega de Goa, como foi o caso desta nau onde apareceu a cobra. A gravura ocupa a página 1, a página 2 está em branco, na página 3 está a folha de rosto e no verso, página 4 começa logo o texto. Uma pormenorizada descrição de espécies de cobras, desde a página 10 à página 26. O autor, depois de concluir que o reptil encontrado a bodo do navio não pertencia a nenhuma das referidas espécies, passa a descrever a viagem da nau de ida e volta a Macau, tendo levado cerca de oito meses em cada viagem, narra o voto feito em Macau, a Nossa Senhora da Penha de França prometendo oferecer com grande solenidade e festas, um modelo do navio, como ex-voto, à Igreja da Penha de França, quando chegassem a salvo. Como tal se verificou, apesar de duas grandes tempestades durante a viagem de regresso. Descreve também como a cobra foi encontrada na nau aquando da descarga, a forma como foi morta e transportada pelas ruas da cidade. A invocação de Nossa Senhora da Penha de França, considerada protectora dos navegantes, tem origem em Espanha na província de Salamanca, actualmente munícipio de El Cabaco, quando a Virgem Maria apareceu a Simão Vela, em 19 de Maio de 1434, e lhe indicou a existência de uma imagem escondida numa serra da região chamada Penha de França. Em Portugal foi construída uma ermida sob a sua invocação em 1597 e, posteriormente segundo um voto da Cãmara de Lisboa, por Nossa Senhora ter salvo a cidade da Peste, em 1598, foi edificado um convento entregue aos Eremitas de S. Agostinho, cuja construção terminou em 1635. Fr. Francisco da Cunha Lisboa ? - Professou a 6-03-1714 - ) Eremita de Santo Agostinho, ensinou teologia no Convento de Lisboa e Leiria, Prior do Convento da Penha de França, presidiu ao capítulo geral em Perugia, procurador da sua provincia em Roma, Vigário Provincial no Algarve. É autor das seguintes obras: Oração fúnebre, Lisboa, 1730; Sermão Panegírico do glorioso S. José, Lisboa, 1731; Oração Academica Panegírica Historica, Lisboa, 1733.
Illustrated at the beginning with a full-page woodcut engraving depicting the image of Our Lady of Penha de França and the great snake, a chapter decorated with plant motifs and an elaborate finishing fleuron on the last page of the text. Copy with small restoration on the title page and verse of the last page with slight stains. Traces of worm holes at the head and foot of the spine, with a slight flaw in the leather. Very rare work, not included in any of the best auction or bookseller catalogues, published under the anagram of the author’s name (Ricardo Fineça Fascunh.). Of great importance for the study of the contemporary knowledge on zoology, on forms of religiosity, connection with the divine, on trade with Macau, China and navigation to one of the most distant territories of the empire in the 18th century. The Companhia do Comércio de Macau is an institution that has been little studied, which increases the value of this work. Trade with China through Macau was very intense and Portugal received a wide variety of products such as paper, sealing wax, damasks, silks, earthenware, counters and chests. There was a Companhia de Comércio do Oriente between 1685 and 1699, but it did not include Macau. In 1710 the Companhia do Comércio de Macau was created, which granted the territory the privilege of ships coming directly to the Kingdom without paying duties at Goa Customs, as was the case with this ship where the snake appeared. The engraving takes up page 1, page 2 is blank, page 3 is the title page and on the back, page 4, the text begins. A detailed description of snake species, from page 10 up to page 26. The author, after concluding that the reptile found on board the ship did not belong to any of these species, goes on to describe the ship"s voyage to and from Macau, which took about eight months on each voyage, recounts the vow made in Macau to Our Lady of Penha de França, promising to offer a model of the ship as an ex-voto to the Church of Penha de França, with great solemnity and festivities, when they arrived safely. This proved to be the case, despite two major storms during the return journey. He also describes how the snake was found on the ship when it was unloaded, how it was killed and transported through the streets of the city. The invocation of Our Lady of Penha de França, considered the protector of sailors, originated in Spain in the province of Salamanca, now the municipality of El Cabaco, when the Virgin Mary appeared to Simon Vela on 19 May 1434 and told him of an image hidden in a mountain range in the region called Penha de França. In Portugal, a hermitage was built under her invocation in 1597 and later, following a vow by the Lisbon City Council to save the city from the plague, a convent was built in 1598 for the Hermits of St Augustine, whose construction was completed in 1635. Friar Francisco da Cunha Lisboa ? – Professed on 6-03-1714 - ) Hermit of St Augustine, taught theology at the Convent of Lisbon and Leiria, Prior of the Convent of Penha de França, presided over the general chapter in Perugia, procurator of his province in Rome, Vicar Provincial in the Algarve. He is the author of the following works: Oração fúnebre, Lisbon, 1730; Sermão Panegírico do glorioso S. José, Lisbon, 1731; Oração Academica Panegírica Historica, Lisbon, 1733. ReferênciasReferences: Decreto de D. João V de 21 de Janeiro de 1710 - Arquivo Histórico e Ultramarino. PT/AHU/CU/062/0002/00075. Barbosa Machado, I, 140. Inocêncio, IX, 283; VII, 165. Referência: 2111AD004
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