RUGENDAS. (Johann Moritz) HABITANTE DE GOYAS, QUADRO A ÓLEO PINTADO SOBRE MADEIRA.

     
 
 

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SANTO ANTÓNIO. (Carlos de) OBSEQUIO DEVIDO AOS SAGRADOS TEMPLOS,

DIVIDIDO EM TRES LIVROS, Com todas as tres potencias da alma devotamente offerecidos, e consagrados por seu Author às Tres Divinas Pessoas, PADRE, FILHO, ESPIRITO SANTO, União de caridade, ternario de perfeição. OBRA UTILISSIMA Para todo, e qualquer estado de pessoas, assim Ecclesiasticas, como seculares, particularmente para os Reverendos Padres Parocos, e Prégadores; escripta por hum piissimo Anonymo Italiano, e traduzida, e accrescentada no idioma Portuguez PELO PADRE Fr. CARLOS DE SANTO ANTONIO, Prégador da Ordem de S. Francisco, filho da Santa Custodia de Santiago Menor na Ilha da Madeira, e Milanez de Naçaõ. DEDICADA AO ILLUSSTRISSIMO, E EXCELLENTISSIMO SENHOR D. JOACHIM FRANCISCO DE SÁ ALMEIDA DE MENEZES, Marquez de Abrantes, e de Fontes, Conde de Penaguião, Alcaide mór, Capitão mór, e Governador das armas da Cidade do Porto, e seu districto. Senhor das Fortalezas de S. João da Foz do Douro, e Nossa Senhora das Neves em Leça de Mattosinhos. Senhor do Alcacer em das Villas de Abrantes, e Sardoal. Senhor dos Concelhos de Sevor, Penaguião, Fontes, e Godim. Senhor da Honra do Sobrado. Morgado de Verride, e das Gayaes, e das Mattosinhas. Commendador, e de Aguiar da Souza, e Commendador das Commendas de Santiago de Caffem, e S. Pedro de Faro da Ordem de Christo. Prior do Pedroso de Macede, e de Santa Maria da Alcobaca, da Ordem de Cluny, do Conselho delRey, e seu Gentilhomem da Camara, &c. LISBOA OCCIDENTAL, Na Officina SYLVIANA, da Academia Real. M. DCC. XXXIX. [1739] Com todas as licenças necessárias, & Privilegio Real.

De 21x15,5 cm. Com [liv], 499, [xliv], [i em br.] págs. Encadernação inteira de pele com nervos e ferros a ouro na lombada. Cortes das folhas mosqueados a vermelho. Terá perdido o rótulo.

Ilustrado com belíssimas calcogravuras desenhadas por Jean Baptiste Michel Le Bouteux, em 1739, e gravadas por Rupertus Clerici, desde o cabeção e a inicial decorada na dedicatória do tradutor, às três gravuras extratexto que antecedem os capítulos da obra. O cabeção representa o brasão dos Sás encimado por coroa e fita com a divisa latina «Nam Volto», assente sobre uma capa de arminhos e ladeado por dois anjos alados, duas colunas arquitetónicas e vários ornatos bélicos. O brasão é também motivo central da inicial decorada.

As três gravuras extratexto compõem uma narrativa visual que vai ao encontro ao tema do livro. Na primeira vê-se a entrada de um templo vista de frente, com a divisa «Domvs Orationis.» no pórtico, e algumas pessoas que se aproximam para entrarem. Uma representação de Deus surge entre as nuvens ao canto superior esquerdo, apontando para a divisa. Na segunda imagem vê-se a representação do episódio bíblico da expulsão dos mercadores do Templo de Jerusalém: em vista de perfil, que permite observar o caos que se desenrola sob as arcadas, Jesus persegue os mercadores com um chicote de várias pontas, que fogem levando consigo gado, frutas e cereais, alguns tropeçando no chão e um banco virado de pernas para o ar. Na terceira e última cena representa-se o interior do templo com várias pessoas em oração, a maior parte prostrada.

Rosto impresso a preto e vermelho. Impressão nítida em caracteres redondos e alguns itálicos, nomeadamente nos títulos correntes, na dedicatória do tradutor e nas citações em latim.

Exemplar com assinatura de Camilo Castelo Branco na folha que antecede a de rosto, a lápis azul, incluindo a nota: «Livro raro e apreciado».

Primeira e única edição em português muito rara. A Biblioteca Nacional tem apenas dois exemplares e Inocêncio não refere.

Obra de grande importância para a história da arquitectura religiosa. Num tom moralizador e de carácter exortativo, debruça-se, com grande zelo e profunda erudição, sobre a importância da veneração e do respeito devido aos templos sagrados, abordando também a falta de reverência de muitos para com o culto divino e as consequências espirituais e morais da sua profanação.

Folha que antecede o rosto com uma citação bíblica: Deut.31 Vers.26. Primeiras páginas não numeradas com dedicatória e prefácio tanto do tradutor como do autor. A dedicatória do tradutor é dirigida a Dom Joaquim Francisco de Sá Almeida e Meneses, 2.º Marquês de Abrantes, que foi mecenas da obra, e leva uma bela gravura do brasão dos Sás. Elegia em latim, em louvor da obra, de António Tedeschi. Licenças de Antonio Caetano de S. Boaventura, Juan Bermejo, João de S. Diogo, Manuel de Cerqueira, José de Oliveira, Manuel de S. Damaso, entre outros. Índice de capítulos. Últimas páginas não numeradas com um extenso índice remissivo. Última folha com erratas apenas na frente.

SOBRE A OBRA

Traduzida do italiano por Frei Carlos de Santo António, foi escrita numa época em que, segundo o autor, o desrespeito pelos templos de Deus eram escandalosamente comuns, dando como exemplo as profanações que ocorriam nas igrejas, especialmente durante o Ano Santo em Roma.

O objetivo do autor é confrontar esses comportamentos e reforçar a dignidade dos espaços religiosos. O texto, de um estilo apaixonado e por vezes duro, mantém-se fiel ao propósito de censurar o vício e não as pessoas, promovendo antes uma cura espiritual que possa trazer verdadeiro benefício à Igreja e ao mundo. Ao longo dos capítulos, são abordadas várias temáticas, desde os pecados cometidos nos templos até às responsabilidades daqueles que deveriam impedir tais erros.

A obra estrutura-se em três livros:

– O Primeiro Livro, composto por oito capítulos, investiga a origem dos templos sagrados e o respeito que lhes foi conferido desde os primórdios do cristianismo, tanto pela razão natural como pela fé. O autor sublinha que tanto a Sagrada Escritura quanto a história sagrada e profana confirmam o prémio que Deus reserva para aqueles que veneram os seus templos. Há também uma comparação entre o respeito mostrado pelos pagãos aos seus templos: o autor argumenta que, ao contrário dos pagãos que respeitavam os seus templos apenas com base na razão natural, os cristãos, iluminados pela fé, têm uma obrigação ainda maior de venerar a casa de Deus.

– O Segundo Livro, dividido em nove capítulos, apresenta exemplos sagrados e profanos que ilustram os castigos divinos aplicados aos profanadores dos templos. O autor reforça a ideia de que a profanação dos templos é um grave pecado e que Deus, ao longo da história, tem punido severamente tais transgressões.

– O Terceiro Livro, com vinte e um capítulos, explora de forma mais aprofundada as causas e as circunstâncias que levam à profanação dos templos. Discute a falta de respeito e devoção nos templos, bem como a necessidade de promover o culto apropriado a Deus, especialmente nas igrejas privilegiadas com indulgências ou pela presença do Santíssimo Sacramento. O autor aborda também as desordens que atentam contra o decoro dos templos e a responsabilidade dos eclesiásticos e dos príncipes em zelar pela santidade desses locais. A obra termina com uma reflexão sobre a imunidade das igrejas.

BIOGRAFIAS

FREI CARLOS DE SANTO ANTÓNIO (Milão, ??? – ???) foi um frade da Ordem de São Francisco, na Custódia de Santiago Menor, na Ilha da Madeira. Pregador da sua ordem.

JEAN BAPTISTE MICHEL LE BOUTEUX (1682 – fl. 1764) foi um artista francês que assumiu as funções de Arquitecto do Rei de Portugal D. João V, tendo sido também escritor e gravurista. Trabalhou na tipografia da Academia Real de História e ilustrou várias das suas edições.

ANTONIO TEDESCHI (Nápoles, 1702 - Lisboa, 1770), padre napolitano, foi contratado em 1733 como cantor por D. João V para a Capela Real e Patriarcal de Lisboa. Trabalhou ao serviço desta instituição no Paço da Ribeira e, a partir de 1755, no Paço de Nossa Senhora da Ajuda, até à sua morte, em 1770. Distinguiu-se como poeta, libretista e compositor. Sobrevivem oitenta composições vocais sacras da sua autoria, preservadas maioritariamente no Arquivo da Sé Patriarcal de Lisboa, mas também noutras bibliotecas e arquivos nacionais e italianos. Destaca-se um conjunto de onze obras destinadas à festividade de Nossa Senhora das Dores, que incluem um jogo de vésperas, com cinco salmos e magnificat, três sequências e dois motetos, compostos aproximadamente na década de 1760.

Referências/References:
SIIB Catálogo das Bibliotecas da UC - Número de Registo: b2577115
SIIB Catálogo das Bibliotecas da UC - Número de Registo: b1241258
Ernesto Soares, História da Gravura I, p. 140, n.º 367.


Temáticas

Referência: 2407SB011
Local: M-9-A-69


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