Memórias Históricas e Arqueológicas das Naus de Portugal. [Por]... Da Associação dos Arqueologos Portugueses. Com prefácio de Henrique Lopes de Mendonça. Volume I. Ementa Histórica das Naus Portuguesas. Tipografia do Comércio. Lisboa. 1926.

De 27x20,5 cm. Com 798, [i] págs. Encadernação da época com lombada e cantos em pele, nervos e ferros a ouro na lombada. Corte das folhas aparado e carminado à cabeça. Preserva as capas de brochura. Ilustrado em extratexto nas folhas finais com 20 estampas a preto e branco com modelo das Naus portuguesas, impressas sobre papel couché. 

Impressão sobre papel de linho muito encorpado, com caracteres redondos, itálicos na folha de rosto. Ornado com belíssimas iniciais, cabeções e florões de remate alegóricas, com alguns dos cabeções artísticos que incluem estampas coladas em local próprio. 

Exemplar N.º 146 de uma tiragem especial de 200, da edição oficial fora do mercado, com dedicatória de oferta por ordem do Comandante Geral da Armada a Manuel da Cunha Rego Chaves, na segunda folha, ex-libris de Henrique Lichtenstein no interior da pasta anterior, algumas folhas por abrir e com ligeiros falhas de pele. 

Contém nas páginas preliminares um texto de Henrique Lichtenstein, e uma extensa introdução. A obra encontra-se dividida em 13 capítulos, que vai desde a fundação da Monarquia (1112) à última nau portuguesa (1853), com o último capítulo sobre a Emenda de outras variedades de navios. Inclui nas páginas finais índice onomástico de ordenação cronológica das Naus Portuguesas conforme a data da primeira notícia; Naus perdidas por naufrágios e outros acidentes; diversos navios; vice-reis da índia, capitães mores; aditamento dos capitães de naus que por lapso não foram citados na devida altura; e com índice dos capítulos, e corrigenda.

Muito rara 1.ª Edição, importante para o estudo dos descobrimentos e da expansão de Portugal, com investigação da descrição técnica, descrição histórica, embarcações portuguesas, os seus tripulantes e a sua história, funções, morfologia e conteúdo (palamenta, abastecimentos, decoração) de cada navio da época dos Descobrimentos portugueses. 

Contém os seguintes capítulos: 
Cap. I - Desde a fundação da Monarquia até aso fim do reinado de D. Dinis (1112-1325); Cap. II - Reinado de D. Afonso IV (1325-1357); Cap. III - Reinado de D. Pedro I e D. Fernando I (1357-1383); Cap. IV - Reinado de D. João I (1383-1433); Cap. V - Reinado de D. Duarte e D. Afonso V (1433-1481); Cap. VI - Reinado de D. João II (1481-1521); Cap. VII - Reinado de D. Manuel (1495-1521); Cap. VIII - Reinado de D. João III (1521-1557); Cap. IX - Desde o reinado de D. Sebastião até à dominação castelhana (1557-1580); Cap. X - Período de sujeição ao domínio castelhano (1580-1640); Cap. XI - Desde a restauração da independência até ao fim do reinado de D. Pedro II (1640-1706); Cap. XII - Desde o princípio do reinado de D. João V até à inutilização da última nau portuguesa (1706-1853); Cap. XIII - Ementa de outras variedades de navios que se confundiram por vezes com as naus propriamente ditas: Galeões, Taforeias, Urcas e Navetas. 

Henrique Quirino da Fonseca (Funchal, 1863 - Lisboa, 1939) foi militar e escritor português. Alistou-se na Armada Portuguesa em 1888, onde embarcado na corveta Vasco da Gama em 1889, como aspirante. Em 1893, foi promovido ao posto de Guarda-marinha, e em 1894 registou a sua primeira estação de serviço em África, tendo viajado para Angola a bordo do navio África. Ocupou o posto de Capitão-tenente, em 1915, já durante a Primeira Guerra Mundial, iniciou a sua primeira estação de serviço na costa Oriental africana, a bordo do navio Adamastor.

Recebeu muitos louvores e ocupou cargos relevantes na marinha portuguesa. Como escritor colaborador na Gazeta dos Caminhos de Ferro e na Revista de Arqueologia. Foi sócio correspondente da secção de história da Academia das Ciências de Lisboa, do Instituto de Coimbra, da Associação dos Arqueólogos Portugueses, da Sociedade de Geografia de Lisboa, e de várias instituições científicas estrangeiras.