RUGENDAS. (Johann Moritz) HABITANTE DE GOYAS, QUADRO A ÓLEO PINTADO SOBRE MADEIRA.

     
 
 

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RODRIGUES LOBO. (Francisco) OBRAS POLITICAS MORAES, E METRICAS

Do insigne Portugues FRANCISCO RODRIGUES LOBO Natural da Cidade de Leyria. Nesta ultima impressaõ novamente correctas, & postas por ordem. Offerecidas a’ Magestade Sempre Augusta do Serenissimo Rey de Portugal D. JOAÕ V. NOSSO SENHOR. LISBOA ORIENTAL, Na Officina FERREYRIANA. M.DCCXXIII. [1723]. Com todas as licenças necessarias. E privilegio Real.

In fólio de 30,5x22 cm. Com [vi], [ii br.], 724 págs. Encadernação da época, inteira de pele, com nervos e ferros a ouro na lombada.

Adornado com belíssimas xilogravuras com motivos vegetalistas, desde uma vinheta na folha de rosto; uma grande e bela representação das armas reais portuguesas à cabeça da dedicatória, que inclui duas figuras antropomórficas segurando bandeiras com a cruz de Cristo; iniciais decoradas e cabeções com motivos florais e tipográficos, alguns com o trigrama sagrado geralmente usado pela Companhia de Jesus, outros com figuras antropomórficas; e grandes florões de remate no final de algumas obras.

Impressão em caracteres redondos e itálicos em alguns versos, com o texto disposto ora em duas colunas, ora em texto corrido, consoante se trate de prosa ou de poesia. Folha de rosto a preto e vermelho.

Exemplar com as folhas de guarda renovadas; finos picos de traça nas primeiras quatro folhas, que atingem apenas ligeiramente a mancha tipográfica, sem nunca condicionar a leitura; leves manchas de humidade ao longo da cabeça das folhas de todo o miolo, embora só sejam mais notáveis nas últimas páginas; e ocasionais sublinhados e marginália a lápis e a tinta.

A página 460 está numerada 450; a 461-451; a 654-653; a 660-960; as 705 a 712 estão 735 a 742; a 718-748; e a 719-749.

Primeiras páginas com dedicatória do editor e licenças do santo ofício, do ordinário e do paço, onde se destacam as rubricas de Rocha, Fr. Lancastre, Carneiro, Cunha, Teixeira, Bispo de Tagaste, Duque P., Andrade, Pereira, Oliveira, etc.

Primeira colecção completa das obras de Francisco Rodrigues Lobo, muito importante para a divulgação da sua obra. 

Segunda impressão muito rara, sendo a primeira do mesmo ano. Reúne: Corte na Aldeia e Noites de Inverno (1619); a trilogia Primavera, formada pela Primavera (1601), O Pastor Peregrino (1608) e O Desenganado (1614); O Condestabre de Portugal D. Nuno Alvares Pereira. (1610); Éclogas (1605); La Jornada que la Magestad Catholica Dom Felippe III. Hizo a Portugal (1623); Romances (1596).

Segundo alguns especialistas da obra de Francisco Rodrigues Lobo, a autoria do «Auto do nascimento de Cristo», que lhe foi atribuída postumamente, é duvidosa. Foi também anunciada a publicação de um «Canto Elegiaco» (1614), mas não há registos de nenhum exemplar do mesmo. Assim, esta colecção das obras de Rodrigues Lobo é a mais completa.

DESCRIÇÃO DAS OBRAS: «Corte na Aldeia» destaca-se entre as suas obras mais significativas, uma coleção de dezasseis diálogos que exploram os preceitos da vida na corte e na aldeia. Inspirado em 'Il Cortegiano' de Baldassare Castiglione, este livro reflete a deceção e a nostalgia portuguesas após o desaparecimento da corte nacional sob o domínio filipino. Abordando questões de etiqueta, comportamento cortês e a pureza dos costumes, «Corte na Aldeia» oferece não só um retrato vivo da sociedade da época, mas também uma visão crítica da política e dos valores sociais.

«Primavera» é outra obra emblemática de Rodrigues Lobo, uma trilogia pastoril que narra as desventuras do pastor Lereno em busca do amor perfeito. Esta obra é elogiada pela sua qualidade literária e pela forma como reinterpreta os códigos da novela pastoril, oferecendo uma alegoria espiritual e um comentário sobre a condição humana no contexto histórico-literário do seu tempo.

«O Condestabre de Portugal D. Nuno Álvares Pereira» é uma epopeia com vinte cantos que celebra a sua vida e os seus feitos, uma figura central na história de Portugal devido ao seu papel crucial na crise de 1383-1385 e na Batalha de Aljubarrota. Rodrigues Lobo retrata D. Nuno Álvares Pereira como um herói nacional, exemplificando as virtudes de coragem, lealdade e devoção à pátria. A obra mistura elementos históricos com uma narrativa épica envolvente, destacando as estratégias militares, o fervor religioso e a integridade moral do Condestável, tornando-a um importante testemunho do nacionalismo português e uma fonte de inspiração patriótica.

«Éclogas» é uma coleção de poesias pastorais, influenciada pelos modelos clássicos de Virgílio e pelo renascimento literário europeu. Nesta obra, Francisco Rodrigues Lobo utiliza o cenário bucólico e os diálogos entre pastores para explorar temas como o amor, a natureza e a vida simples do campo. As éclogas de Lobo são conhecidas pela sua delicada beleza lírica e pelo uso de metáforas e simbolismos que refletem tanto as emoções humanas quanto as paisagens naturais. Através destas poesias, Rodrigues Lobo oferece uma visão idealizada da vida rural, contrastando-a com a corrupção e a complexidade da vida urbana.

«La Jornada que la Majestad Católica Don Felippe III Hizo a Portugal», escrita em espanhol, é um relato em 56 Romances - um género de poesia com origens na poesia castelhana, que foi cultivado desde a idade média até aos nossos dias, sendo a sua voga em Portugal mais acentuada desde o final do século XVI até ao XVIII - que documenta a visita do rei Filipe III de Espanha a Portugal, destacando os eventos e cerimónias que marcaram esta ocasião. Francisco Rodrigues Lobo descreve minuciosamente a viagem real, os encontros com a nobreza portuguesa, as festividades e os discursos proferidos. A obra serve não apenas como um registo histórico, mas também como uma peça de propaganda política que reforça a imagem de Filipe III como um monarca benevolente e poderoso. «La Jornada» é um exemplo do envolvimento de Rodrigues Lobo com temas contemporâneos e a sua habilidade em retratar eventos de grande significado político e social.

«Romances» foi o seu primeiro livro, publicado em 1596, e reúne uma colecção de textos poéticos deste género, quase todos em espanhol. Não há registos de exemplares dessa edição em qualquer biblioteca pública, mas os Romances encontram-se todos compilados no final desta colecção.

Francisco Rodrigues Lobo (ca. 1580, Leiria - ca. 1621, Lisboa) foi um importante poeta e escritor do período maneirista, filho de André Lazaro Lobo e Joanna de Brito Gavião, membros de uma família nobre de cristãos novos. Estudou Direito na Universidade de Coimbra, embora não tenha exercido cargos públicos conhecidos. Viveu principalmente em Leiria, realizando ocasionais visitas a Lisboa. Em 1622, morreu tragicamente afogado no rio Tejo durante uma dessas viagens, quando a embarcação naufragou devido a uma tempestade enquanto descia o rio. Foi sepultado na capela das Queimadas do antigo convento de São Francisco, em Lisboa.

É reconhecido como um dos mais importantes discípulos de Luís de Camões e um precursor do Barroco na literatura portuguesa. Influenciado por autores como Sá de Miranda, Gil Vicente e Gôngora, Lobo desenvolveu um estilo literário que combinava elementos renascentistas com uma sensibilidade barroca emergente. A sua escrita é caracterizada pela riqueza lírica e pela capacidade de capturar emoções e imagens vívidas, o que lhe garantiu um lugar de destaque na literatura portuguesa do século XVII.

Lobo é aclamado pelas suas obras em prosa e verso que exploram temas bucólicos e pastorais, seguindo a tradição do Renascimento, de que é exemplo a sua trilogia «Primavera», amplamente estudada pela sua qualidade literária e pela forma como retrata a vida rural e as emoções humanas. Mas a sua obra reflete também uma visão crítica da sociedade e da política do seu tempo, especialmente evidente em «Corte na Aldeia», uma coleção de diálogos que exploram preceitos da vida na corte e revelam a frustração da nobreza portuguesa sob o domínio filipino.

Apesar da sua morte prematura, Francisco Rodrigues Lobo deixou um legado duradouro na literatura portuguesa. As suas obras continuam a ser estudadas pela sua profundidade emocional, beleza estética e influência na evolução do estilo barroco em Portugal.

Referências/References:
USTC [consultado para as datas das primeiras edições das obras]
IberianBooks [consultado para as datas das primeiras edições das obras]
Porbase, 239140. Cota: L. 1788 A.
Ávila Perez, 6702.
Azevedo e Samodães, II, 2880.
Monteverde 4621.
Condessa de Azambuja, 2218 e 2219.
Palha, 1583.
Inocêncio III, 45.
Barbosa Machado II, 242-244.


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Referência: 2409SB003
Local: M-10-C-59


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