Mário António de Figueiredo Lima. Lisboa. 1960.

De 36x26,5 cm. Com 64 págs. Brochado, adornado com uma bela fita de corda amarela que percorre a lombada, acondicionado numa robusta pasta muito luxuosa, com ferros a ouro nas pastas e nas seixas e o interior forrado em seda azul escura, com padrões moiré. Os ferros a ouro incluem uma frase dedicatória a Oliveira Salazar na pasta anterior e o símbolo das armas reais na pasta posterior.

Profusamente ilustrado com fotografias a preto e branco, incluindo uma reportagem das comemorações do «Dia da Marinha», com fotografias de navios e das suas embarcações, discursos, desfiles das forças armadas e recepções oficiais. Tem também os retratos de página inteira de Américo Tomás, António de Oliveira Salazar e Fernando de Quintanilha e Mendonça Dias, assim como uma extensa recolha de anúncios publicitários.

O texto e as imagens estão enquadrados por uma moldura formada por um filete simples dourado.

Exemplar único, muito luxuoso e especial, feito especialmente pelo editor Mário António de Figueiredo Lima para oferecer e dedicar a Oliveira Salazar. Inclui um cartão de visita do editor com dedicatória manuscrita do mesmo e um postal com uma caricatura de Mário Soares feita por António Moreira Antunes, onde se lê «Viva o Marxismo-Soarismo», datada de 1983, ambos presos à capa anterior de brochura por um clip metálico. Carimbo oleográfico do Gabinete do Presidente do Concelho na capa anterior. Últimas três folhas e capa posterior de brochura com pequenos rasgos no pé das mesmas.

Livro elaborado por ocasião do Dia da Marinha no ano de 1959, comemorado a 17 de Junho de 1959, com uma série de eventos grandiosos que honraram a tradição marítima de Portugal e destacaram o papel da marinha nacional na preservação da herança histórica e na defesa do Ultramar. 

Entre as homenagens destacaram-se os discursos formais de figuras proeminentes, como o Ministro da Marinha, Almirante Fernando de Quintanilha e Mendonça Dias, o General Venâncio Deslandes e o Comodoro Sarmento Rodrigues, transcritas integralmente ao longo da obra. O evento foi documentado com a inclusão do Programa das Festas, que decorreram entre os dias 16 e 17, e com fotografias legendadas, que capturaram detalhadamente as cerimónias oficiais, desfiles das forças armadas e embarcações e navios que simbolizavam o poder naval do país. Apresenta ainda uma miscelânea de conteúdos históricos e culturais, como um resumo biográfico de D. Henrique escrita por Elaine Sanceau; citações dos «Lusíadas» e da «Mensagem»; e o relato da primeira viagem aérea Lisboa-Rio de Janeiro, pelo comandante Faria Pereira.

A partir da página 38, encontra-se uma extensa coletânea de anúncios comerciais que reflete a relação profunda entre a marinha e os setores de construção naval, alimentação e indústrias ligadas ao comércio marítimo.

O Dia da Marinha é comemorado a 20 de maio desde 1998, em homenagem ao grande feito de Vasco da Gama (c. 1469-1524). Trata-se do dia em que a sua pioneira armada, que pela primeira vez na história ligou, por via marítima, a Europa ao Oriente, chegou a Calecute, na Índia, em 1498. Até 1998 o Dia da Marinha era celebrado a 8 de julho, data da partida da armada de Vasco da Gama de Lisboa, em 1497. No ano específico de 1959, a data foi adiada por despacho ministerial, devido à visita oficial da Princesa Margarida de Inglaterra.

Ganhou destaque no contexto das comemorações históricas de Portugal, em plena época do Estado Novo, quando a exaltação dos feitos dos navegadores portugueses era usada para reforçar o orgulho nacional e o espírito de identidade portuguesa. Neste período, a marinha tinha um papel central na política de defesa do Ultramar, refletindo o esforço do governo para manter as colónias africanas.