RUGENDAS. (Johann Moritz) HABITANTE DE GOYAS, QUADRO A ÓLEO PINTADO SOBRE MADEIRA.

     
 
 

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CANTOS. (Paulo José de) ESPÍRITO ARTES | ESPÍRITO CIÊNCIAS.

Fichas universais de síntese (Alegria I, Alegria II, Alegria III). Paulo Cantos. ARTES: Arre-qui-tetura; Romances; Tintura; Escultura; Sus!...tenidos. | Fichas universais «que o saber edificou sobre sete colunas» por PAULO CANTOS. CIÊNCIA - Concreta (Direito, Política g., Sociologia); Induzida (Agronomia g., Engenharia g.; Comerciologia) Experimental (Física Geral, Química Geral, Química-Física); Natural (Zoologia geral, Botânica geral, Mineralogia gr.); Cosmológica (Geologia geral, Astronomia g., Cosmologia g.); Indutora (Geometria g. Matemática, Lógica ger.); Abstrata (Filosofia, Estética, Ética). Livraria Povoense. Póvoa de Varzim. 1939. 

De 19,5x13 cm. Com 308 págs. Brochado. Livro em formato “tête-bêche”. Ilustrado no texto e em extratexto com desenhos–esquema geométricos, típicos da estética de Paulo de Cantos, e com duas gravuras sobre papel mais encorpado com a representação de importantes figuras históricas.

Exemplar muito bem estimado, com leves picos de acidez junto ao corte das folhas.

Primeira e única edição muito rara. A Biblioteca Nacional apenas tem um exemplar.

Lançado em plena era da Política do Espírito de Salazar, a obra desafia, através de ironia e crítica visual, as convenções culturais da sua época, confrontando a relação entre arte e ciência num formato inovador que mistura tipografia e comentário social. É um exemplo paradigmático da estética de Paulo de Cantos, muito importante para o estudo da tipografia modernista portuguesa.

Paulo de Cantos apresenta uma obra ambiciosa e visualmente complexa. O livro é concebido como uma «Exposição Internacional» - «Museu», onde Cantos confronta, com humor e ironia, as dicotomias entre arte e ciência, descritas como "emoção sinuosa" e "verdade intelectiva", respetivamente. Utilizando encadernação em formato “tête-bêche”, o livro possui duas capas opostas, que refletem uma dualidade temática. As secções são organizadas através de acrósticos e profusamente ilustradas com retratos e reproduções alegóricas de obras icónicas. Cantos contrapõe, por exemplo, a «Escola de Atenas» de Rafael com cromolitografias alemãs, criando um jogo visual que obriga o leitor a manipular fisicamente o livro para explorar o seu conteúdo.

Com referências a personalidades históricas e figuras heroicas, tanto nacionais (como Camões e D. Dinis) quanto internacionais (como Newton, Edison e Le Corbusier), o livro parece uma paródia direcionada ao Comissariado de António Ferro. Através de uma crítica velada, Cantos questiona a ostentação das grandes exposições internacionais, como a Feira Mundial de Nova Iorque em 1939, que coincidiram com o início da Segunda Guerra Mundial. Ao usar uma figura oval antropomórfica que se transforma consoante a orientação, Cantos reflete sobre o impacto destas feiras transculturais e o seu papel num mundo em iminente conflito. Apesar do tom aparentemente nacionalista, o livro deixa em aberto se a sua abordagem é genuína ou uma crítica satírica à política e ao ambiente cultural da época.

Paulo José de Cantos (Lisboa, 1892 – Lisboa, 1979) foi editor, bibliófilo, pedagogo e tipógrafo amador com um lugar particular na modernidade artística em Portugal, tendo escrito, desenhado e editado freneticamente, entre 1920 e 1960, cerca de 70 títulos, entre livros, manuais didáticos e opúsculos.

Foi professor de liceu e autor de uma vasta obra editorial onde construiu um estilo explosivo e experimental. Os seus livros, embora em grande parte destinados a fins educacionais, transcendem a função de simples manuais escolares. A sua abordagem ao design gráfico combinava texto e imagem de forma inovadora, com ilustrações diagramáticas que não eram comuns nos materiais didáticos da época.

Cantos navegou entre as vanguardas artísticas do início do século XX e o modernismo pedagógico, influenciado por movimentos como o neoplasticismo e a Bauhaus. O seu trabalho introduziu a modernidade no design de livros em Portugal, utilizando uma linguagem visual marcada pela simplificação e racionalidade.

O reconhecimento da obra de Paulo de Cantos tem vindo a crescer significativamente desde a década de 1990, com a redescoberta do seu trabalho por designers, bibliófilos e académicos. O interesse pela sua produção tem sido impulsionado por exposições e estudos que destacam a sua inovação gráfica e pedagógica. Desde 2012, o atelier de design Barbara Says tem desempenhado um papel crucial na investigação e divulgação da sua obra, organizando iniciativas como as «Jornadas Cantianas» (2011-2013), que culminaram na publicação de «Livr-o-mem»; e um arquivo online que reúne o acervo da coleção de Paulo de Cantos. Outros marcos do reconhecimento de Cantos são uma exposição no Museu Gulbenkian em Paris em 2017 e a recente análise da sua obra na monografia «A Cantos Compendium: A Designer of Pedagogical Theories», confirmando-o como uma figura pioneira no design gráfico e na pedagogia visual.

Ref.:

Gomes, António Manuel Sucena Silveira. Ver e Ler - Paulo Cantos: Um Projeto Bio-Bibliográfico. Doutoramento em Arte Contemporânea, Colégio das Artes da Universidade de Coimbra, 2016.

Pelayo, Raquel. Paulo de Cantos: Máquina de Ensinar Pelo Desenho. Repositório Universidade do Porto. 2014.

Martins, Raquel. Paulo de Cantos: um editor à frente do seu tempo. Público. Lisboa. 2013. [em linha]

Barbosa, Jorge. Paulo José de Cantos [13 de Março de 1892 - 9 De Abril De 1979] Uma Personalidade Erudita e Singular. Biblioteca Municipal Rocha Peixoto. Póvoa de Varzim. 2013.

Arquivo Online Cantosverso.


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Referência: 2411SB004
Local: M-17-E-29


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