RUGENDAS. (Johann Moritz) HABITANTE DE GOYAS, QUADRO A ÓLEO PINTADO SOBRE MADEIRA.

     
 
 

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ARNOSO. (Bernardo Pinheiro Correia de Melo, Conde de) JORNADAS PELO MUNDO.

I – Em Caminho de Pekin. II – Em Pekin. Magalhães & Moniz, Editores. Porto. M DCCC XCV [1895].

De 23,5x18 cm. Com 440, [i] págs. Brochado, com as capas e a lombada revestidas em tecido com belas ilustrações de arte figurativa chinesa, acondicionado numa pasta em cartão, também ela revestida.

Impresso em papel creme de elevada qualidade e com grandes margens.

Exemplar com assinatura de Martinho de Brederode datada de Pekim, 1908, na folha de anterrosto. Tem carimbos oleográficos da Legação de Portugal na China; Legação de Sua Magestade Fidelissima de Pekim, em várias folhas. Inclui ainda um recorte de jornal com o obituário de Maria Inácia de Sousa Botelho de Brederode, que era mulher do possuidor do livro. A pasta acondiconadora encontra-se muito danificada, com a lombada solta, e falhas de material. Apresenta leves manchas de humidade nas margens das folhas.

Primeira edição rara e única em vida do autor. Este exemplar é especialmente importante por ter sido encomendado para a Legação de Portugal na China, com um belo trabalho de encadernação à maneira chinesa. Saíram outras edições em 1916 pela Porto Editora e recentemente em 2023, pela Quetzal Editores.

Uma raridade na literatura de viagens em Portugal, esta é uma das mais importantes narrativas de viagem à China no final do século XIX.

Última página não numerada de erratas.

A obra reflete uma visão tipicamente ocidental e patriótica da época, destacando o domínio cultural e político do Ocidente sobre o Oriente. Embora a escrita de Arnoso revele admiração pelas marcas deixadas pelos portugueses e europeus na Ásia, mantém um tom depreciativo e limitado nas suas observações sobre os costumes chineses, característica comum nas narrativas de viagem daquele período, exceto nas obras de autores como José Inácio de Andrade e Wenceslau de Morais.

O relato de Arnoso é dividido em duas partes, documentando a sua jornada à China como parte de uma missão diplomática em 1887 para assinar o Tratado de Amizade e Comércio Sino-Português. A primeira parte do livro descreve o percurso desde Marselha até Pequim, passando por cidades como Port Said, Suez, Áden, Singapura, Saigão, Hong Kong e Macau. A segunda parte foca na estadia de quatro meses em Pequim, onde a comitiva portuguesa realizou diligências para a assinatura do tratado. As descrições são detalhadas, com destaque para o encontro com figuras políticas chinesas importantes, como Li Hongzhang.

Arnoso vê a China como um território promissor para o comércio e previu que, no futuro, os portos chineses se tornariam acessíveis ao comércio global, colocando Macau numa posição vantajosa para Portugal. No entanto, ele também ressalta a necessidade de mudanças administrativas para que Macau prosperasse como um centro industrial. A obra combina a admiração pela cultura chinesa com um desejo patriótico de aproveitar as oportunidades comerciais na região, enquanto apresenta um retrato encantador, mas tendencioso, da China e das suas potencialidades.

BERNARDO PINHEIRO CORREIA DE MELO (Guimarães, 1855 - Vila Nova de Famalicão, 1911) 1.º Conde de Arnoso, por Decreto de 28 de Setembro de 1895. Oficial de engenharia do Exército, tendo atingido o posto de general de brigada, em Fevereiro de 1908, diplomata e escritor. Foi nomeado par-do-reino por carta régia de 29 de Dezembro de 1900. Exerceu as funções de secretário da Embaixada Extraordinária à China, em 1887, de oficial-às ordens e secretário particular do rei D. Carlos I, que acompanhou em diversas visitas oficiais às ilhas adjacentes e ao estrangeiro assim como o Príncipe D. Luís Filipe, quando participou nas cerimónias de coroação de Eduardo VII. 

Como escritor foi amigo de Eça de Queiroz, pertenceu ao célebre grupo dos Vencidos da Vida, é autor de obras memorialistas - Azulejos, 1886; contos em colaboração com o Conde de Sabugosa - De braço dado, 1894; do relato da participação na embaixada à China - Jornadas pelo mundo, 1895; de peças de teatro - Suave milagre, 1901; A primeira nuvem, 1902; e de uma vasta colaboração publicada em diversas publicações periódicas da época, tais como: A Arte e a Natureza, Porto,1902-1908A imprensa (1885-1891), A semana de Lisboa (1893-1895) Brasil-Portugal; na revista Novidades inseriu notas da viagem a Pequim realizada em 1887.

MARTINHO MARIA TEIXEIRA HOMEM DE BREDERODE (Lisboa, 1866 - Bucareste, 1952) diplomata, poeta e escritor. Depois de concluir o Curso Superior de Letras, iniciou a carreira diplomática em 1889, ocupando o lugar de adido na Legação de Portugal em Bruxelas, exerceu funções na Direcção Geral dos Negócios Políticos e Diplomáticos, na Legação portuguesa de Tânger, como 2.º Secretário, desde 1906. Promovido a 1.º Secretário foi colocado na Legação de Pequim, por decreto de 14 de Março de 1907, tendo assumido a gerência da Legação na qualidade de Encarregado de Negócios, onde permaneceu até 1912, A sua capacidade de análise e de interpretação sobre o período de crise política, económica e social que atravessou a China, pode ser testemunhada nos inúmeros ofícios e telegramas que remeteu para o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal. Foi louvado, por portaria de 15 de Outubro de 1912, pela coadjuvação que prestou ao chefe da missão portuguesa no centenário da constituição de Cádiz. Aposentou-se em 1939, quando exercia funções em Bucareste. É autor de três livros de poesia: Charneca (1891), Pó da Estrada (1898) e Sul (1905) e um romance: A Noite de Amor (1894), este último sob o pseudónimo de “Marco Sponti”.

Ref.: O Conde de Arnoso na China (1887), exposição virtual. Arquivo Municipal Alberto Sampaio. Famalicão. [em linha] Annuario Diplomático e Consular Português Relativo aos Annos de 1910 a 1913, (Lisboa, 1913); Anuário Diplomático e Consular Português de 1925, (Lisboa, 1926); Anuário Diplomático e Consular Português de 1928-1929, (Lisboa, s.d.).


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Referência: 2411SB008
Local: M-9-D-47


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