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RUGENDAS. (Johann Moritz) HABITANTE DE GOYAS, QUADRO A ÓLEO PINTADO SOBRE MADEIRA. |
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Clique nas imagens para aumentar. CONTEMPORANEA: GRANDE REVISTA MENSAL. [N.º 1, MAIO 1922 - N.º 9, MARÇO 1923]Director: José Pacheco. Editor: Agostinho Fernandes. Volume I – N.ºs 1 - Maio, 2 - Junho, 3 - Julho. [Volume II – N.ºs 4 - Outubro, 5 - Novembro, 6 - Dezembro; Volume III – N.ºs 7 - Janeiro, 8 - Fevereiro, 9 - Março] Oficinas: Imprensa Libanio da Silva. Lisboa. 1922, 1923. 9 Números de 29,5x20,5 cm. Com [viii]; [iv], 48; [viii], 49-96; [viii], 97-150, [ii], 7; [vi]; 36, [viii], 8; 4, [iv], 37-84; 85-156, [viii]; [vi]; [ii], 48, 8, [vi]; [ii], 49-112; [ii], 113-164 págs. A paginação é seguida dos números 1-3, 4-6 e 7-9, compondo cada grupo um volume trimestral. Cadernos soltos por abrir, acondicionados em pastas editoriais de papel, e concebidos para serem encadernados, como era comum na época. Profusamente ilustrado a preto e branco e a cores com desenhos e gravuras no texto, e com belíssimas reproduções de obras de arte em extratexto, encontrando-se algumas sobre folhas de papel couché coladas sobre as páginas da revista e outras em folhas soltas de cartolina. Reproduzem-se desenhos e pinturas de vários artistas, destacando-se as de Almada Negreiros. Inclui também partituras musicais para piano. Impresso sobre papel poroso de alta gramagem e de elevada qualidade. Apresenta no todo um excelente arranjo tipográfico, tendo cada caderno, em regra, duas cores (preto mais uma). É frequente o uso de diferentes tipos de papel e inclui várias vinhetas, florões de remate e cabeções com motivos vegetais. Até os próprios anúncios que a revista apresenta denotam a sua cuidada composição tipográfica, sendo a publicidade encarada como «um motivo arte», tal como se lê num pequeno aviso no primeiro número, que sensibiliza o público a «conservar na encadernação as páginas de publicidade, afim do volume se não considerar truncado». Com textos em francês e espanhol. Exemplar com rasgos e algumas falhas de papel nas lombadas das pastas editoriais, principalmente no número 5, com a capa anterior quase solta, e no número 6, sem a lombada e com as capas e a badana soltas. Colecção raríssima e muito valiosa que reúne os primeiros nove números da primeira edição da «Contemporanea» tal e qual como eles eram publicados, em cadernos soltos acondicionados em pastas em formato porte fólio. Contém os índices dos três volumes, que eram publicados em separado. Foi publicada uma edição fac-símile pela editora Contexto entre 1984–1992. Muito importante para o estudo do modernismo em Portugal, desempenhou um papel crucial no desenvolvimento e na divulgação das ideias e estéticas que caracterizavam o movimento, servindo como plataforma para escritores, artistas e jovens intelectuais inovadores da época, como Fernando Pessoa, Almada Negreiros, Mário de Sá Carneiro, Alfredo Pimenta, Antero de Quental e Amadeu de Sousa Cardoso. Alguns números contêm páginas de publicidade não incluídas na numeração e outras soltas. SOBRE A OBRA Fundada por José Pacheco, um arquiteto, escritor e editor com grande afinidade com o movimento modernista, «A Contemporânea» surge num período de efervescência cultural, política e social em Portugal, marcado pela instabilidade associada ao período da Primeira República (1910-1926). Fez uma ligação entre o primeiro e o segundo modernismo literário a caminho entre a Orpheu e a Presença. O número espécime foi publicado em 1915, por volta da mesma altura em que o primeiro número da Orpheu causava escândalo pelo seu modernismo gráfico e literário. Não obstante a tentativa de uma abordagem artística mais cautelosa, o projeto abortou e só reapareceu em 1922. Revelou-se uma revista com grande regularidade entre os números 1 e 9, de Maio de 1922 a Março de 1923, quando teve por editor o empresário algarvio Agostinho Fernandes. Estes 9 números constituem o principal núcleo da revista que, em 1924, só conheceu uma edição e, no ano seguinte, apenas um suplemento. Os três últimos números datam de 1926, quando a Contemporânea reapareceu fugazmente com a indicação de «3.ª série». A doença de José Pacheco impediu-o de voltar a editar a revista após 1926, embora seja evidente a intenção de continuar o projeto, confirmada pelos materiais textuais e gráficos destinados à décima quarta Contemporânea. Os riscos e as dificuldades que a Contemporânea enfrentou explicam a sua irregularidade e breve existência. Ainda assim, é inquestionável que a revista cumpriu a sua missão, no sentido em que confrontou a elite nacional, os agentes culturais e o público em geral, com as propostas artísticas e literárias dos «novos», tornando-se um catálogo dos diversos «ismos» do modernismo. É também bastante notável a programação eclética que promoveu e que lhe confere uma dimensão de projecto integrado de renovação cultural. No número 9 da revista contabiliza-se a intensa actividade cultural que dinamizou, como forma de balanço do seu primeiro ano de publicação, que contou com: 5 conferências sobre arte, música, literatura portuguesa e o escritor russo Fiodor Dostoiewski; 5 exposições com Vásquez Díaz, Carlos Porfírio, Eduardo Viana, Teles Machado e Eduardo Malta; 5 concertos, três dos quais de Alice e Maria Rey Colaço, um do maestro Rui Coelho e outro do barítono De Franceschi; 1 serão de arte com Irene Gomes Teixeira, Laura Chaves, Maria Luísa Malheiro Dias, Oliva Guerra, Américo Durão, José Bruges de Oliveira e Mário Alves Pereira; e a fundação da «Universidade Nova». Tudo isto além dos três volumes da revista, num total de nove números, contendo «Inéditos de 138 Autores ─ 47 Hors Texte ─ 3 Separatas». Distinguida pelo então Ministro da Educação, João Camoezas mandou publicar no Diário do Governo, em Abril de 1923, um louvor público à revista, «por ter prestado relevantes serviços à propaganda e difusão da literatura portuguesa». A Contemporânea teve uma clara abertura internacional, o que reflete o desejo da revista de dialogar com as vanguardas culturais europeias e projetar Portugal no contexto da modernidade global. Mostrou ser, desde o número inicial, uma revista que partilhava grande simpatia pelas língua e culturas espanholas e se encontrava aberta à colaboração de intelectuais de idioma castelhano, nomeadamente a diplomatas acreditados em Portugal e aos seus próximos, como se verificou com o modernista Ramón Gómez de la Serna. É também notável a colaboração com artistas brasileiros e a inclusão de vários textos em francês, embora sejam na sua maioria escritos por autores portugueses, destacando-se a colaboração de Rachilde, pseudónimo de Marquerite Vallete-Eymery. De entre os seus inúmeros colaboradores literários e plásticos destacamos: Alfredo Pimenta, Almada Negreiros, Álvaro de Campos, Amadeu Sousa-Cardoso, Antero de Quental, António Botto, António Ferro, António Sardinha, Aquilino Ribeiro, Artur Portela, Bernardo Marques, Camilo Pessanha, Carlos Malheiro Dias, Columbano Bordalo Pinheiro, Dórdio Gomes, Eduardo Viana, Eugénio de Castro, Fernanda de Castro, Hipólito Raposo, Homem Cristo, João Ameal, Jorge Barradas, Leitão de Barros, Maria Amália Vaz de Carvalho, Mário de Sá-Carneiro, Ramalho Ortigão, Reinaldo dos Santos, Ramón Gómez de la Serna, Stuart Carvalhaes, Teixeira de Pascoaes, Teófilo Braga, Virgílio Correia, entre outros. Ref.: Rita Correia, Ficha Histórica – Contemporânea. Hemeroteca Digital, Câmara Municipal de Lisboa. 2007. [em linha] Daniel Pires, Dicionário da Imprensa Periódica Literária Portuguesa do Século XX. Referência: 2411SB009
Local: M-11-B-58 Caixa de sugestões A sua opinião é importante para nós. Se encontrou um preço incorrecto, um erro ou um problema técnico nesta página, por favor avise-nos. ![]() |
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