Bios. Chiado Books. Lisboa. 2018.

De 23,8x16,2 cm. Com 323, [iii] págs. Brochado. Ilustrado com a reprodução do em retrato do 2.ª Visconde de Santarém, na folha de rosto.

Obra em que o autor compêndia vinte anos de estudos que consagrou à figura do 2.º Visconde de Santarém colocando à disposição do público uma visão actualizada e fundamentada sobre a obra e a vida do grande historiador.     

Tem a seguinte estrutura: Introdução, metodologia, lista de abreviaturas e agradecimentos; 10 capítulos com os seguintes títulos: I - Numa Lisboa maçónica e contra-revolucionária (1791-1807), II - Num Rio de Janeiro Imperial, III - Em Inglaterra e na Lisboa de Beresford (1819-1829), IV - Na Paris do conciliábulo anti-português (1820-1821), V - Numa Lisboa vintista, cartista e miguelista (1821-1833), VI - Errante num Portugal em guerra (1833-1839), VII - Diletante em Paris (1834-1839), VIII - Português parisiense, amante da pátria (1840-1851), IX - Em ruptura com a Academia de Herculano (1852-1856), X - Morte e esquecimento (1856-1876); Considerações finais, fontes e bibliografia, apêndice documentais e índice remissivo onomástico.      

O 2.º Visconde de Santarém, Manuel Francisco de Barros e Sousa de Mesquita de Macedo Leitão e Carvalhosa (Lisboa, 1791 – Paris, 1856) foi um dos maiores eruditos e historiadores de Portugal, tendo tido também importante participação nas questões políticas como diplomata, e partidário de D. Miguel. Ministro e Secretário de Estado dos Negócios do Reino, em 1827 e Ministro e Secretário de Estado da Marinha e Ultramar. Foi o 39.º Guarda-mor interino da Torre do Tombo, desde 1824 e depois, desde 1827, efectivo até 1833. A 13 de Março de 1828 foi nomeado Ministro dos Negócios Estrangeiros função que exerceu até 4 de Abril de 1834.

Apesar de ter sido um partidário de D. Miguel, o seu prestígio intelectual era tão grande, que voltou a ser nomeado guarda-mor da Torre do Tombo, em 1842, exercendo essa função enquanto vivia em Paris até há data do seu falecimento em 1856. Era também consultado sobre muitas questões e foi encarregado pelos novos governos da Regime Liberal para elaborar grande número de pareceres e estudos sobre os descobrimentos e os direitos de Portugal a diversos territórios ultramarinos, sendo obrigado a entrar em polémicas, que sempre venceu, com o luso-brasileiro Varnhagen e os franceses Avezac e Jomard.      

Dedicou-se desde 1809 quando estava no Rio de Janeiro à investigação da história diplomática de Portugal tendo deixado uma vasta e marcante obra constituída por estudos e edições de documentos históricos, sobre diplomacia, geografia, os descobrimentos e a cartografia portuguesa. Manteve relações de amizade com alguns dos maiores sábios da sua época como Alexander von Humboldt, Heinrich Shafer, Leopold von Ranke e pertenceu a muitas sociedades científicas francesas e de outros países. 

Daniel Estudante Protásio (Lisboa, 1972 -) Mestre em História Contemporânea pela Universidade de Coimbra, Doutor em História Institucional e Política Contemporânea pela Universidade Nova de Lisboa.

É autor de uma dezena de estudos publicados no Boletim da Sociedade de Geografia, Cadernos Barão de Arêde, Hispania Nova, Mátria XXI, e Mátria Digital, assim como das seguintes obras: Viagem ao mundo ultra: do Euro 96 ao Euro 2004. Lisboa: Marginália, 2005; Pensamento histórico e acção política do 2.º Visconde de Santarém (1809-1855) edição do autor, 2016, publicação da sua tese de doutoramento defendida em 2008; Primeiro Visconde de Santarém (1757-1818): um estudo biográfico, Lisboa: Chiado Books, 2020; um estudo sobre João António Rebocho (1795-1854), Chiado Books, 2021; e uma edição de artigos de José Liberato Freire de Carvalho publicada em 2022.