1.º Ano - Número 1. Lisboa, 1 de Janeiro de 1926. [até ao Número 24 - 20 de Dezembro de 1926]. Publicação Quinzenal. Director: João da Cunha de Eça. Composição e Impressão: Tip. da Emprêsa do Anuário Comercial. Propriedade e Edição: Aillaud, Lda. Lisboa. 1926.

2 Volumes de 34x26 cm. Com 36; 36; 36; 36; 38; 36; 40; 34; 34; 38; 38; 4; 5-40; 38; 38; 38; 38; 38; 38; 38; 40; 40; 40; 40; 64 págs. Encadernações da época com lombada e cantos em pele, com ferros a ouro e cortes das folhas mosqueados. Preservam as capas de brochura.

Profusamente ilustrado no texto a preto e branco. Extratextos a cores colados sobre cartolina.

Exemplar com etiqueta do encadernador David Caeiro e ex-libris de Henrique Parreira nas guardas anteriores de ambos os volumes. As capas de brochura posteriores e as primeiras páginas de anúncios de cada número foram colocadas todas em conjunto no final dos volumes.

Conjunto raro e completo dos números publicados no primeiro ano da revista. Inclui o Suplemento ao n.º 11 e o n.º 24 especial de Natal. Muito importante para a história da imprensa ilustrada em Portugal e para o estudo da cultura visual e literária da época.

Lançada em Lisboa em Janeiro de 1926, a revista Ilustração surgiu num período de grande efervescência cultural e política, marcada pela passagem da I República para o regime ditatorial, da qual se fez eco. À data do seu lançamento, o director era João da Cunha de Eça, que se manteve na função até Fevereiro de 1928.

Com a avançar dos anos, foi ajustando o seu tom ao contexto político da época, tornando-se mais conservadora e menos crítica, com uma notória redução do espaço dedicado a temas sociais ou polémicos. Teve a sua imagem reformulada em 1931 e suspendeu a sua publicação em 1939 com o início da Segunda Guerra. Entre 1940 ou 1941 até 1975, por alturas de Dezembro, a Bertrand fez publicar um número da Ilustração, com uma página apenas, além da capa – mantendo assim cativo o título por mais trinta e cinco anos, mas nunca retomando efetivamente a revista.

Culturalmente, a Ilustração constituiu-se como um espaço de encontro entre gerações, acolhendo tanto valores consagrados do panorama intelectual e artístico português como novos talentos. Entre os seus principais colaboradores destacam-se nomes como Norberto de Araújo, Brito Camacho, Agostinho de Campos, Aquilino Ribeiro, Raul Lino, Nogueira de Brito, Eugénio de Castro, Jaime Cortesão, e novos escritores e artistas como Ferreira de Castro, Almada Negreiros. A revista abordava uma vasta gama de temas, desde atualidades e vida social e artística até literatura, ciência, desporto e história.

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Ref.: Rita Correia, Fichas Históricas, Hemeroteca Digital - Hemeroteca Municipal de Lisboa. 2009.