RUGENDAS. (Johann Moritz) HABITANTE DE GOYAS, QUADRO A ÓLEO PINTADO SOBRE MADEIRA.

     
 
 

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RIBEIRO SANCHES, António Nunes. TRATADO DA CONSERVAÇAÔ DA SAUDE DOS POVOS:

OBRA util e igualmente necessaria a os Magistrados; Capitaens Generais, Capitaens de Mar, e Guerra, Prelados, Abbadessas, Medicos, e Pays de Familias: COM HUM APPENDIX Consideraçoins sobre os Terramotos, com a noticia dos mais consideraveis, de que fas mençaô a Historia, e dos ultimos que se sintiraô na Europa desde o I de Novembro 1755. EM PARIS, E se vende em Lisboa, em casa de Bonardel e Du Beux, Mercadores de Livros. M. DCC. LVI. [1756].

In 8º De 19x11 cm. com xiii, (3), 293 pags.

Encadernação recente inteira de pele ao gosto da época com nervos e ferros a ouro na lombada.

Exemplar com leve restauro marginal junto ao pé nos últimos três fólios.

Primeira edição muito rara, os principais catálogos de livros não a referem, foi publicada sem nome do autor em Paris no ano de 1756. Tem dedicatória impressa ao Duque de Lafões subscrita pelo editor Pedro Gendron.

Ribeiro Sanches era de família judaica e saiu de Portugal em 1726 por receio de vir a ser preso pela Inquisição, circunstâncias que o marcaram para toda a vida. 

Em 1757 foram publicadas duas edições a segunda em Paris e uma terceira edição em Lisboa, esta na Oficina de José Filipe. No entanto coloca-se a hipótese destas duas edições serem uma só, pois ambas têm paginação igual e os anúncios dos locais de venda das obras são exactamente iguais nas duas edições.

A obra só voltou a ser editada em 1959 incluída nos 2 volumes das Obras editados pela Universidade de Coimbra. Mais recentemente foi publicado um fac-simile da primeira edição, assim como uma edição com a ortografia modernizada.

O TRATADO DA CONSERVAÇÃO DA SAUDE DOS POVOS é em muitos aspectos uma obra pioneira, reformadora, e mantém actualidade nas questões fundamentais.

Na obra o Estado surge como elemento principal da promoção da saúde das populações através da realização de obras e de medidas adequadas. Muito antes do Movimento Sanitarista de Inglaterra, o Marquês de Pombal recebeu bem o contributo de Sanches, que reflectiu nas decisões relativas à reconstrução de Lisboa, depois do terramoto de 1755, dando importância à protecção dos cidadãos e à redução dos factores de risco das epidemias.

Neste sentido o autor declara logo no inicio desta obra: «Porque me pareceu que jamais se consultaram os Médicos, nem pelo Magistrado, e muito menos pelos arquitectos, para fundar qualquer povoação, achei que seria útil juntar tudo aquilo que li nos Autores alegados abaixo para evitar os danos que se observam em muitas vilas e cidades; persuado-me que Portugal tem mais necessidade destes conhecimentos do que outra qualquer nação; porque tendo cada dia ocasião de fundar novas povoações nos seus dilatados domínios poderá ser que evitaria por este meio muitos inconvenientes que necessariamente redundaram na perda dos seus vassalos» [...] «Há neste ponto uma regra geral: que o sítio onde se há-de fundar a povoação não tenha qualidade alguma com excesso no calor, no frio, na humidade e na secura: logo que houver excesso em alguma delas é força que altere a nossa constituição gerada com tal harmonia que não consente excessos para conservar-se».

Assim podemos afirmar que a teoria geral em que assenta esta obra “Tratado da Conservação da Saúde dos Povos” é uma teoria atmosférica, ou digamos aerógena, justificando a origem e a manutenção da vida, e também dos seus opostos e dos seus contrários. Ribeiro Sanches entendia, com absoluta modernidade, que as infecções (hoje ditas microbianas) eram veiculadas pelo ar e pelas partículas suspensas nele.

Relativamente ao Terramoto de 1755 trata-se de um prolongamento da mesma teoria atmosférica justificada pela química da “Força do Ar encerrado” (vide pag. 176) O autor recorda um dado simples que é a quantidade de ar que se gera pelo aquecimento; e a força dos vapores e exalações no interior da terra.

Ribeiro Sanches (Penamacor 07 de Março de 1699 – Paris 14 de Outubro de 1783) cientista, médico e pedagogo de origem judaica, abandona Portugal, em 1726, devido a receio de perseguições e depois de estadias em vários países europeus, nomeadamente em Leiden na Holanda, onde foi discípulo de Hermann Boerhaave e na Rússia onde serviu em importantes instituições e foi nomeado médico da Czarina, acabou por se instalar em Paris onde manteve até aos últimos dias uma produtiva actividade intelectual, juntamente com o exercício da medicina especialmente no campo das doenças venéreas. Foi um pensador integrado no iluminismo, próximo dos enciclopedistas, defendeu o regalismo e a preponderância de um Estado laico. 

Barbosa Machado IV, 56-58.

Inocêncio I, 213 : «António Nunes Ribeiro Sanches Doutor em Medicina pela Universidade de Salamanca, Conselheiro de Estado da Corte da Imperatriz da Rússia, seu primeiro Medico, Socio honorário da Academia de S. Petersburgo, Socio correspondente da Academia Real das Ciências de Lisboa, [...] Para a sua biografia veja-se, [...] o seu Elogio Histórico por Vicq-d"Azir, traduzido por Filinto Elysio, e vem nas Obras Completas deste, tomo IX da edição de Paris, pag. 6 a 53, ou no tomo XVII da edição Rollandiana feita em Lisboa. Aí mesmo vem um catálogo dos seus escritos em diversas línguas. Ver também o Interessante, Jornal publicado em Lisboa, tomo I, 1835, num. 20. [...] As obras do Doutor Sanches escritas em português, e das quais nenhuma traz o seu nome expresso, conquanto sejam reconhecidamente havidas por suas, são as seguintes: Tractado da conservação da Saude dos Povos: obra util e necessaria aos magistrados, capitães generaes, capitães de mar e guerra, prelados, abbadessas, medicos e paes de familias. Com um appendix, Considerações sobre os terremotos, com a noticia dos mais consideraveis de que faz menção a historia, e dos ultimos que se sentiram na Europa desde o 1.º de Novembro de 1755. Paris, 1756. 8.º gr. de XVI-293 pag.-Lisboa, por José Filippe 1757. 4.°- Na opinião do Sr. Rodrigues de Gusmão, é este um livro estimável, que ainda hoje se lê com grande proveito».


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Referência: 1605JC025
Local: M-9-B-6

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