RUGENDAS. (Johann Moritz) HABITANTE DE GOYAS, QUADRO A ÓLEO PINTADO SOBRE MADEIRA.

     
 
 

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BELLIN. (Jacques-Nicholas) LE NEPTVNE FRANÇOIS. [I Volume.] REMARQUES SUR LES CARTES DU NEPTUNE FRANÇOIS.

Dont les Planches ont été remises aux Depôt des Plans de la Marine en 1753.

J. Berrin Inv. P. le Le Pautre del. et Sc. S/L. S/d. [Paris, 1753].

Fólio máximo de 63x44 cm. Com 1 frontispício gravado, IV fólios de texto e 29 mapas com 93x64 cm. em 30 fólios.

Atlas marítimo ilustrado com um magnífico frontispício gravado (como folha de rosto), seguindo-se 4 fólios de texto com as notas principais da obra. Apresenta o título de “Remarques”, um fólio com uma tabela gravada de página inteira com escalas horárias e geográficas, seguindo-se 29 mapas de cartografia náutica gravados em 30 chapas de cobre em 30 folhas duplas. Notar que as cartas 13 “Carte du golf de Gascogne (jusqu’au cap Finisterre)” e 13b “(Royaume de Galice. Les Asturies)” foram impressas em fólios separados, constituindo, no entanto, um só mapa.

Gravuras de Herman Van Loon e Claude Auguste Berey, apresentam as seguintes assinaturas nas chapas, nomeadamente, no frontispício: "I. Berrin Inv." P. le Pautre Del et Sc.; nos mapas: "H. van Loon" Sculp Berey Scripsit / Ecrit par E. Berey / A. Berey Scr.

Encadernação da época em pele crua, cansada e manuseada, com manchas sobre as pastas, leves falhas e desgastes vários.

O magnífico frontispício alegórico, gravado por Pautre a partir de um desenho de Berrin, com 60x85 cm, apresenta à cabeça o brasão com estandartes da marinha mercante e da marinha de guerra do rei Luis XIV de França, tudo emoldurado com armas e troféus, tendo no céu nuvens com o deus Marte e a Fama pairando por cima da armada francesa; no centro Neptuno, o deus do mar, transportado num carro puxado por cavalos-marinhos e acompanhado por tritões e sereias; em baixo um barco, conduzido por um tritão e uma sereia, está fundeado junto a terra.

Exemplar apresenta-se completo com a reposição de um fólio original da «Carte des Costes Septentrionales d’Espagne depuis Fontarabie jusqu’a Bayonne en Gallice» (nº 28 da lista seguinte) proveniente de outro atlas e com os contornos coloridos, contudo não afectando a qualidade e a homogeneidade desta cópia.

2ª edição desta obra, tendo sido a primeira publicada em 1693 (no reinado de Luís XIV). A terceira edição - bem como as edições ou reimpressões seguintes – são todas datadas de 1773 (vide Brunet I, 756).

Este Atlas marítimo, impresso em papel encorpado próprio das cartas náuticas, contém um conjunto dos mapas de todas as costas atlânticas do continente europeu (excepto o mar Mediterrânico, mas incluindo Gibraltar e Cádiz). Os mapas foram impressos nos Serviços Cartográficos da Marinha de França do rei Luís XV que se encontrava em guerra com a Inglaterra no ano de 1753.

A obra “Neptuno Francês” foi um empreendimento oficial iniciado no reinado de Luis XIV e promovido pelo ministro Colbert, no qual participaram vários matemáticos e astrónomos, nomeadamente Sauveur e Pene da Academia das Ciências, bem como engenheiros hidrógrafos da Marinha. Sauveur, mestre de matemáticas dos Infantes Reais, e Chazelles, engenheiro da Marinha e membro da Academia das Ciências, foram dois dos maiores contribuidores desta obra.

A primeira edição foi publicada em 1693 e no mesmo ano apareceu, em Amsterdão, uma contrafacção por Pieter Mortier, em 3 versões: francês, inglês e holandês.

Nas “Notas dos mapas do Neptune François, cujas chapas foram entregues ao Depósito de Planos da Marinha, em 1753”, podemos ler:

“Neptune François deve ser tida ao nível das obras bem executadas, não perdendo o seu valor com o decorrer do tempo ainda que necessite apenas de uma actualização. Esta recolha é uma das mais belas e úteis obras de navegação alguma vez publicadas. No entanto (no século XVIII) esta obra encontrava-se de alguma forma perdida para a nação. [...] Tinha-se tornado cada vez mais rara e era procurada pelos navegadores que cada vez pagavam somas mais elevadas pelos seus mapas”.

Em 1751 Rouillé mandou recolher as chapas raras do Neptuno e entregou-as ao Depósito da Marinha (Dépôt des Cartes et Plans de la Marine) para serem recuperadas e corrigidas. A grande correcção efectuada nos mapas pelos hidrógrafos do Dépôt de la Marine incidiu na alteração e introdução das graduações das longitudes a partir do meridiano de Paris (relegando as graduações antigas a partir da Ilha do Ferro), mas fazendo constar simultaneamente as longitudes a partir de Londres, da Ilha do Ferro, do Pico de Tenerife e do Cabo Lézard. Esta reedição de 1753 é acompanhada de um “Examen Critique” do engenheiro hidrógrafo Jacques-Nicholas Bellin, aprovado pela "Academie de Marine", no qual se descreve cada uma das cartas do atlas e contém também as fontes cartográficas que serviram para a actualização desta edição, bem como os resultados das expedições científicas efectuadas para o levantamento desta edição do atlas.

O Neptuno Francês é importante em vários aspectos. Em primeiro lugar, é hoje considerado como sendo a obra-prima da cartografia barroca francesa pela sua magnífica e inigualável apresentação gráfica. Outro aspecto fundamental é a dimensão da mancha tipográfica que ultrapassa as medidas de outras obras suas contemporâneas (o Neptuno Francês foi elaborado e produzido exactamente para competir com as mesmas), nomeadamente a de Nieuwe Groote Lichtende Zeefakkel (1681) e a cartografia de Johannes Van Keulen (1654-1715). Por último, e mais importante, são os levantamentos dos detalhes da linha costeira europeia e a precisão da orografia que ofereceu aos navegantes um instrumento moderno e um conhecimento ainda hoje actual. Todos estes aspectos do Neptuno Francês representam a introdução de um novo conceito (paradigma) de cartografia náutica. A sua publicação teve na época tal magnitude que passou, de imediato e rapidamente, a ser vendido em cópias contrafeitas ou pirateadas. A publicação de um segundo volume sobre a navegação no Mediterrâneo foi várias vezes anunciada, no entanto não foi efectuada.

Bellin foi o mais importante e influente editor francês de mapas e cartas náuticas do séc. XVIII. A sua carreira durou cerca de 50 anos, tendo sido cartógrafo e hidrógrafo do Depósito Naval de Mapas da Marinha francesa e membro da Academia da Marinha e da Real Sociedade de Londres.

Os mapas encontram-se montados (encadernados) sobre charneiras [ditas onglets], conforme descrevemos seguidamente, com as respectivas dimensões gráficas (ou mancha tipográfica):

1. Carte Generale des Côtes de l’Europe sur l’Ocean. Comprises depuis Dronthem en Norvege jusques au Détroit de Gibraltar. (60x86 cm)

2. Carte de la Mer Baltique Contenant les Bancs, Isles et Costes Comprises entre L’Isle de Zeland et L’extremité du Golfe de Finlande. (62x89 cm)

3. Carte de la Mer de Dannemark et des Entrées dans la Mer Baltiques Contenant les Bancs, Passes, I’lsles et Costes Comprisses depuis Norden et Le Cap Der-Neus Jusques à Rostock et Valsterbon. (61x90 cm)

4. Carte du Detroit du Sond [du Zund], contenant les Costes l’Isle de Zéland Comprisses entre Nicopen et l"Isle de Meun, et celles du Schonen, Depuis la Pointe de Kol, jusqu’à Valsterbon. (58x89 cm.

5. Carte de la Mer d’Allemagne Contenant les Bancs Isles et Costes Comprisses depuis Bergen et les Isles Schetland jusques au Pas de Calais. (61x85 cm)

6. Cartes des Entrées du Suyder Zee [du Zuyderzée] et de L"Embs avec les Isles Bancs et les Costes Comprisses entre La Hollande et la Frise orientale. (61x88 cm)

7. Cartes des Entrées de l’Escaud et de la Meuse avec les Bancs Passes Isles et Costes comprises entre Gravelines et Rotterdam. (60x84 cm)

8. Carte de l’Entrée de la Tamise avec les Bancs, Passes, Isles et Costes comprises entre Sandwich et Clay. (45,5x89,5 cm)

9. Carte de la Mer d’Écosse Contenant les Isles et Costes Septentrionales et Occidentales d"Ecosse et les Costes Septentrionales d" Irlande. (60x86 cm).

10. Carte Genérale des Costes d’Irlande, et des Costes Occidentales d"Angleterre avec une Partie de celles d" Ecosse. (60,5x86,5 cm)

11. Carte particulière des Costes occidentales d’Irlande Qui comprend la Baye de Galloway Et la Rivière de Lymerick. (60x86 cm)

12. Carte de la Manche. (59,5x81,5 cm).

13. Carte du Golf de Gascogne Contenant les Costes de France et d"Espagne depuis l"Isle d"Oüessant jusqu’au Cap de Finisterre. (46x73 cm).

13b. Idem. Royaume de Galice. Les Asturies jusqu’au Cap de Finisterre. (ibidem 46x73 cm).

14. Cartes particuliere des Costes Meridionales d’Angleterre Qui comprend l’Isle de Witch, et le Havre de Porsmouth, avec les autres Isles, Bancs, et Costes Qui sont entre le Havre de Chichester, et celuy de La Pole. (60,5x87,5 cm).

15. Carte particuliere des Costes de Flandres, de Picardie, et de Normandie Depuis Nieuport jusqu’à Dieppe. Avec les Costes d’Angleterre Aux Environs du Pas de Calais. (59,5x80,5 cm).

16. [Première] I Carte particulière des Costes de Normandie Depuis Dieppe jusqu’a la pointe de la Perçée en Bessin. (59x86 cm).

17. [Deuxième] 2.me Carte Particuliere des Costes de Normandie Contenant les Costes du Contentin depuis la Pointe de la Perçée Jusqu’a Granville Ou sont Comprises les Isles de Jerzey, Grenezey, Cers, & Aurigny, avec les Isles de Brehat. (59x81 cm).

18. [Première] I.r carte particulière des côtes de Bretagne Depuis Granville jusques au Cap de Frehel. (58,5x80 cm).

19. [Deuxième] 2.me Carte Particuliere des Costes de Bretagne, Depuis le Cap de Frehel, Jusques a Perros, & l"Isle Tomé. (58x80 cm).

20. [Troisième] 3. Carte Particuliere des Costes de Bretagne Qui comprend Morlaix Saint Paul de Leon les Sept Isles et l’Isle de Bas. (59x81 cm).

21. [Quatrième] 4.me Carte Particuliere des Costes de Bretagne depuis l"Anse de Goulven jusqu"a l"Isle de Ouessant. (58x80 cm).

22. [Cinquième] 5e Carte Particuliere des Costes de Bretagne Contenant les Environs de la Rade de Brest. (60x81 cm).

23. [Sixième] 6.me Carte Particuliere des Costes de Bretagne Depuis la Baye d"Hodierne Jusqu"a l"Isle de Groa, Contenant les Isles de Glenan. (58x81 cm).

24. [Septième] 7.me Carte Particuliere des Costes de Bretagne Depuis l’Isle de Groa, Jusqu’au Croisic Contenant le Port Loüis Bell’Isle et le Morbian. (60x80 cm)

25. [Huitième] 8.me Carte Particuliere des Costes de Bretagne Qui comprend lentrée de la Loire et l’Isle de Noirmoustier. (59x79 cm).

26. Cartes des Costes de Poitou d"Aunis et de Saintonge depuis l’Isle de Noirmoustier Jusqu’à l"Embouchure de la Riviere de Bourdeaux. (59,5x87 cm).

27. Cartes Particulieres des Costes de Guienne de Gascogne en France et de Guipuscoa en Espagne depuis la Riviere de Bourdeaux Jusqu’a Gataria. (59,5x83 cm).

28. Cartes des Costes Septentrionales d’Espagne depuis Fontarabie jusqu’à Bayonne en Gallice. [Guipuscoa, Biscaye, Province des Qutres Villes, Les Asturies, Mer de Biscaye]. (65x86 cm)

29. Cartes des Costes de Portugal & de Partie d’Espagne depuis le Cap de Finnisterre Jusques au Dêtroit de Gibraltar. (59x87,5 cm)

 Le Neptune François. Grand in-folio. Reliure de l’époque. Seconde edition française du Neptune. Rare et très recherché.

Reliure usagée: mouillures et tâches sombres aux plats, importantes épidermures avec manques, importantes manques au dos.

Ouvrage contenant un frontispice, une planche d’échelle, et 29 cartes gravées sur cuivre.

Atlas contenant toutes les cartes de tous les côtes atlantiques du continent européen (sauf la mer Méditerranée). Cartes imprimées par les services cartographiques du roi Louis XV de France, qui était en guerre avec l’Angleterre cette année 1753.

Le Neptune est une entreprise officielle initiée par Colbert à laquelle collaborèrent les mathématiciens et astronomes de l’Académie des Sciences et les ingénieurs hydrographes de la Marine. Les deux principaux maîtres d’oeuvres furent Sauveur, maître de mathemaquiques des enfants royaux et membre de l’Academie des Sciences, et Chazelles ingénieur de la Marine et membre de ladite academie. Une première édition vit le jour en 1693, contrefaite en cette même année par Pieter Mortier en trois versions (française, anglaise et hollandaise).

Selon les "Remarques sur les cartes du Neptune François dont les planches ont été remises au Dépôt de Plans de la Marine, en 1753":

«Le Neptune François doit être mis au rang de ces ouvrages, qui ayant été bien fait, ne perdent point leur prix en veillissant, quoi qu’ils ayent besoin de ces corrections ausquelles en ne peut parvenir que par la suite du temps. Ce recuiel, un des plus beaux et plus utiles à la navigation que lón ai publiées, étoit en quelque façon perdue pour la nation. […] Ainsi cette Ouvrage manquant en France et en Hollande les anciens exemplaires devenoient de jouir en jour plus rares, et par un juste retour, ils etoient fort recherchés para les Navigateurs, qui payient três cher ceux qu’on pouvoit trouver».

En 1751, Rouillé fit racheter les planches, devenues rares, du Neptune, les confia au Dépot des Cartes et Plans de la Marine afin qu’elles fussent remises en état, corrigées et complétées en vue d’une reimpression [1753].

La grande correction apportée aux cartes par les hydrographes du Dépot de la Marine fut de faire partir la graduation des longitudes du Méridien de Paris et non de l’île de Fer, tout faisant figurer celles de Londres, de l’île de Fer, di pic de Ténérife et du cap Lézard. Cette réédition fut acompagnée d’un Examen critique de l’ingénieur hydrographe Jacques-Nicholas Bellin, après avoir reçu l’approbation de l’Académie de Marine. Les cartes sont montées sur onglets.

Claude Auguste Berey né vers 1660, mort vers 1730, est un maître écrivain et graveur français. Actif vers 1690-1730. Il est le second fils de Nicolas Berey, graveur en géographie, mort le 30 juin 1665. Claude Auguste a gravé lui-même les recueils d’exemples qu’il a publiés. Il est également graveur en lettres, c"est-à-dire qu"il gravait la légende des gravures gravées par d"autres. Il avait vers 1697 une boutique d"estampes rue Saint-Jacques, à l"enseigne de la Princesse de Savoie. En matière de calligraphie, il est le créateur de l"écriture “coulée”. Il a eu un fils, graveur de l"Académie royale des Sciences, qui signe souvent “A. Berey le fils” et qui a également gravé des cartes géographiques.

 Herman Van Loon was working in Amsterdam and Paris from 1686.

Printed in thick chart paper. The charts" scale allows for coastal towns and settlements to be shown and named, and sounding depths are given for many of the bays and inlets.

Bellin (1703-1772) was one of the most important and prolific French cartographers of the mid-eighteen century in the service of the French Hydrographical Office. He was appointed the first Engenieur Hydrographe de la Marine, and also official Hydrographer to the French King. Bellin was responsible for an enormous output of charts and maps, of which this atlas is the most striking example. (1)

Referências bibliográficas:

M. 355-356; C – Polak, nº 602 (colação errada)

Brunet, I 756 : « Bellin ou Belin. Le Neptune françois, contenant les côtes de l"Europe sur l"Océan. Paris, au dêpot général de la marine, 1753, in-fol. max [19738]. Cést un nouveau tirage de 29 cartes du Neptune françois publié à l’imprimerie royale, en 1693, par Ch. Pene, st dont Sauveur et de Chazelles sont les auteurs, on y a ajouté une 30 carte, ainsi que des remarques et un examen critique par Bellin. Depuis 1753 , l’ouvrage a été reproduit sous la date de Versailles, 1773, et il a reçu successivement des augmentations qui l’ont porté à 2 vol. in-fol. [...] Por plus de détails, consultez le Catalogue des cartes, plan, etc., qui composent l"hydrographie française. Paris. Imp. Royale. 1847, in-8º de ix et 220 pp»

Palau [26874 e seguintes] cita várias cartas e atlas de Bellin, no entanto não menciona o Neptuno francês.

BNF : Bibliotheque National de France (vide Seconde edition française du Neptune, selon Mireille Pastoureau).


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Referência: 1606JC011
Local: M-grande formato-9/10

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