Manifesto dolo, com que a deduziram da Ethica, e da Metafysica de Aristoteles; E obstinação, com que, a favor dos sofismas da sua Logica, a sustentáram em comum prejuízo: Fazendo prevalecer as impiedades daquele Filosofo, falto de todo o conhecimento de Deos, e da vida futura, e eterna, Contra a Escritura, contra a Moral estabelecida pelos Livros dos Officios de S. Ambrosio, pelos trinta e sinco Livros dos Moraes de S. Gregorio Magno, pelos santos padres, e pelas Homilias de todos os Doutores Sagrados, que constituíram os Promptuarios da Moral Christã, Em quanto a não corromperam aqueles malignos artifícios com lamentável estrago das consciências dos Fieis. (Gravura com as armas do Reino) LISBOA. Na Regia Officina Typografica. Anno de 1771.

In 8º peq. de 15,2x10,8 cm. com 446 págs. [isto é 386]. Encadernação inteira de pele da época, com ferros a ouro na lombada e título gravado a ouro sobre rótulo vermelho.

Ilustrado em extratexto com uma gravura desdobrável com o título: «O trabalho perdido», que mostra o Padre Geral da Companhia e os teólogos Sanches e Molina a cortarem a árvore Divina cuja copa representa os grandes santos e padres da Igreja. Os exemplares com esta gravura são muito raros.  É da autoria de Carneiro da Silva. 

Exemplar com título de posse manuscrito do P. José Rodrigues Manta no interior da pasta anterior . Como todos os exemplares desta obra, também o nosso tem um erro de paginação que faz a numeração passar de 339 para 400. Buraco na folha de rosto com perda de suporte, sem atingir o texto, devido à retirada de um carimbo. 

O rótulo da encadernação tem gravado Tomo I, mas esta obra está completa. A referência a Tomo I deverá ser pelo facto de um dos antigos possuidores ter uma colecção de obras sobre este assunto e as ter encadernado todas em sequência.  

Obra de propaganda anti-jesuítica, que faz parte de um vasto conjunto de publicações em várias línguas promovidas pelo Marquês de Pombal para incitar os restantes soberanos a imitarem os actos de perseguição da Companhia de Jesus feitos pelo rei D. José e para pressionar o Papa a extinguir a Ordem.

Livro com acusações graves, ou descabidas e mal fundamentadas, afirmando que a Companhia de Jesus fizera prevalecer as doutrinas de Aristóteles que, por ser um filósofo ímpio e falto do conhecimento de Deus, punha em causa a Filosofia Moral. Contém também acusações sobre a violação do sigilo sacramental da confissão pelos padres Jesuítas.

Importante fonte para o conhecimento das ideias políticas e dos métodos de exercer o poder do Marquês de Pombal.

Ernesto Soares. História da Gravura Artística em Portugal, Lisboa. 1971. Vol. I, nº 237, nota e Vol. II, 1907.  

Monteverde, 3888, sem gravura.  

Inocêncio II, 132. 49) Origem infecta da relaxação da moral dos denominados Jesuitas; manifesto dolo com que a deduziram da ethica e da metaphysica de Aristoteles. Lisboa, na Reg. Offic. Typ. 1771. 8.º de 446 pag., com uma estampa.