Deste nome, e dos de Portugal o oitavo COGNOMINADO O JUSTICEIRO. Na forma em que a escreveo Fernaõ Lopes, primeiro Chronista Mòr deste Reyno. Copiada fielmente do seu original antigo, dada à luz, e acrescentada de novo desde o nascimento até ser Rey; e outras acçoens, e noticias de que seu Author naõ trata. E offerecida ao Serenissimo Senhor Infante D. PEDRO pelo padre JOZE" PEREIRA BAYAM. Presbytero do Habito de São Pedro. LISBOA, Na Officina de Pedro Ferreira, Impressor da muito Augusta Rainha N. S. Anno 1760. Com todas as licenças necessarias.

In 4º de 20x14 cm. Com xii, 290, [i] págs. Encadernação da época, inteira de pele, com rótulos nervos e ferros a ouro na lombada. As folhas de guarda são recentes, porventura devido a um restauro.

Exemplar com picos de traça nas primeiras e nas últimas quatro folhas, excluindo as de guarda. Apresenta assinatura de posse datada de 1852 na folha de rosto e anotações e sublinhados pelo mesmo punho ao longo do prólogo.

Tem ainda a seguinte nota no pé de imprensa: «Impressa à custa de Joaõ Freire Bello, morador ao pé da Igreja das Chagas aonde se vende; e no seu lugar junto à Patriarchal, defronte do Noviciado q foi dos PP. da Cõpanhia, aõnde se acharaõ livros, e papeis impressos.

A presente crónica dividide-se em quarenta e quatro capítulos e um Prólogo. Dos inúmeros temas tratados destacam-se: a Justiça; a organização do Estado e as decisões do rei; Inês de Castro, relatando com minúcia a declaração de D. Pedro sobre o seu casamento com Inês, a perseguição aos seus assassinos e a trasladação dos restos mortais de Inês de Coimbra para Alcobaça; D. João I, filho bastardo de D. Pedro e futuro rei; o Reino de Castela, tratando-se neste caso de decisões ou empreendimentos do rei D. Pedro I de Castela, sobrinho do homónimo rei português.
É a primeira das três grandes crónicas de Fernão Lopes - as outras duas sobre D. Fernando e D. João - e também a primeira crónica régia com características próximas das que definiram o género cultivado no século XV e nos dois seguintes.