Collecção Illustrada de Materiaes e Notícias publicada pelo Museu Ethnographico Português. Redactor — J. Leite de Vasconcellos. Vol. I [Vol. II a XXX e Vol. I a V — Nova Série] Imprensa Nacional. Lisboa. 1895 – 1964.

30 volumes encadernados em 15 de 25x17 cm. e 5 volumes de 31x24 cm. Com cerca de 800 páginas cada.

Exemplar apresenta etiqueta comercial no verso da folha de guarda dos vol. 1-2, 3-4, 5-6, 7-8, 9-10, 11-12, 13-14, 15-16, 17-18, 19-20, 21-22, 23-24, 25-26 e 28-29 e talão comercial no Vol. I.

Encadernações luxuosas com lombada e cantos em pele, com nervos, rótulos e ferros a ouro na lombada e a seco nas pastas. Têm os cortes das folhas carminados à cabeça e incluem fitas marcadoras em tecido vermelho.

Ilustrados com fotografias, tabelas, figuras e desenhos, no texto e em extratexto sobre papel couché. Incluem alguns desdobráveis.

Exemplar preserva as capas anteriores de brochura dos volumes da primeira série e ambas as capas dos volumes da segunda.

O Arqueólogo Português é uma revista de grande prestígio nacional e internacional que, segundo as palavras prévias do primeiro número, publicado em 1895, pretendia «estabelecer relações literárias entre os diversos indivíduos que, ou por interesse científico, ou por mera curiosidade, se ocupam das nossas antigualhas». É a revista oficial do Museu Nacional de Arqueologia - antigo Museu Etnográfico Português, ou ainda Museu Etnológico — fundado por José Leite de Vasconcelos (1858 – 1941) em 1893; diretor do mesmo até 1929.

A primeira série teve 30 volumes publicados, que dizem respeito aos anos de 1895 a 1938, e foi dirigida por José Leite de Vasconcelos. A revista começou por ter uma periodicidade mensal, com cada volume a reunir os números publicados ao longo de um ano. Contudo, como é costume em publicações periódicas, com o avançar dos anos esta periodicidade veio-se a alterar, principalmente com o aproximar da data do falecimento de José Leite de Vasconcelos. Entre o volume XXIX - 1930/1931 (editado em 1934) e o volume XXX - 1938 (editado postumamente em 1956) há um hiato de 6 anos que não são cobertos pela revista. 

A segunda série inicia-se em 1951, após a morte de Leite de Vasconcelos, e passa a ser dirigida por Manuel Heleno — diretor do Museu desde 1929. O formato e a forma da revista altera-se bastante, e a única nota editorial que nos é dada, consiste num curto Proémio em três parágrafos no primeiro volume, onde Manuel Heleno justifica esta nova série com o atraso da publicação por motivos alheios (note-se que o último volume da primeira série apenas saiu em 1956) e uma vaga necessidade de inovação, de a «pôr de harmonia com os gostos e exigências da época actual».
Esta série não chega a atingir as dimensões da anterior, sendo constituída por apenas 5 volumes publicados entre 1951 e 1964.

Os seus números reúnem uma prolífera quantidade de artigos, nacionais e estrangeiros, que se dedicam ao estudo das antiguidades portuguesas, e ainda outros a respeito de biografias de arqueólogos portugueses, de museus, de técnicas científicas, etc. Constitui, portanto, uma espécie de repositório da Arqueologia, sendo uma das mais antigas da Europa do seu género em continuidade de edição.

É, hoje em dia, objeto de grande procura e valorização colecionista.

Ref.: Websites do Museu Nacional de Arqueologia e da Imprensa Nacional.