QUE S. MAG. que Deos guarde, tem applicado à repartiçaõ da Junta dos Trez Estados pelo Tesoureiro mòr da mesma Junta. LISBOA OCCIDENTAL, POR ANTONIO MANESCAL LIVREYRO DE S. MAG. Anno M. DCCXXII. [1722].

In 8.º de 15,5x10 cm. Com 107, [i] págs. Encadernação do século XX inteira de pele, com nervos e ferros a ouro na lombada. Corte das folhas carminado. Inclui fita marcadora em tecido.

Obra ornada com as armas do rei na folha de rosto, cabeção e inicial decorada na página 7 e florão de remate na 18.

Exemplar com etiqueta da «Livraria Olisipo» no verso da pasta anterior e restauro de qualidade desde a página 95 em diante, sobre um pico de traça que atingia o texto.

Nas páginas 3 a 5 contém o alvará real que ordena que este regimento seja observado e cumprido. Foi elaborado por Matias Ribeiro da Costa, tesoureiro-mor, e subscrito por Diogo de Mendonça Corte Real a 29 de dezembro de 1721. Este regimento divide-se em 7 títulos.

Teve outras edições/revisões em 1752 sob o mesmo título; em 1646, 1654, 1725, 1727, 1759 e 1789, sob o título «Regimento da forma porque se ha de fazer o lançamento, e cobrança das decimas [...]»; em 1668 sob o título «Regimento da forma porque se ham de fazer os lançamentos & Cobranças dos quinhentos mil cruzados [...]».

Obra rara não referida por Inocêncio, que refere apenas os regimentos de 1654 e 1759, nem pelos principais catálogos de leilões e livreiros.

A Junta dos Três Estados era um dos órgãos da administração central portuguesa. Criada pelo rei D. João IV para administrar os impostos que seriam usados para custear as despesas militares decorrentes da Guerra da Restauração da Independência, entre Portugal e Espanha, acabou por continuar a sua actividade administrando as verbas necessárias à manutenção do aparelho militar, desde a gestão das receitas provenientes de diversos impostos, até à sua aplicação. Todas as despesas militares começaram a passar pela Junta, o que levou a que esta se ocupasse de tudo o que dizia respeito ao Exército, e não só à colecta e distribuição de impostos — ao longo do tempo o Tenente General da Artilharia, os engenheiros e as fortificações, os hospitais, as munições e os víveres, o Vedor-geral, as coudelarias responsáveis pela remonta da cavalaria, etc., etc. foram ficando sob o seu controlo directo, fazendo com que a Junta se tornasse muito rapidamente num verdadeiro tribunal régio encarregue da administração militar do exército. Foi extinta por alvará de 8 de abril de 1813, passando todos, os seus documentos para o arquivo do Conselho de Guerra.

 In octavo. 15.5x10 cm. With 107, [i] pages. 20th century binding in full leather, with raised bands and gilt tools on spine. Red edges. Includes ribbon marker .

Work decorated with the king"s coat of arms on the title page, headpiece and decorated initial on page 7 and finishing fleuron on page 18.

Copy with 'Livraria Olisipo' label on front pastedown and quality restoration from page 95 onwards, over a moth hole reaching the text.

Pages 3 to 5 contain the royal charter ordering that this regiment be observed and fulfilled. It was drawn up by Matias Ribeiro da Costa, chief treasurer, and signed by Diogo de Mendonça Corte Real on 29 December 1721. This regiment is divided into 7 titles.

There were other editions/revisions in 1752 under the same title; in 1646, 1654, 1725, 1727, 1759 and 1789, under the title 'Regimento da forma porque se ha de fazer o lançamento, e cobrança das decimas [...]'; in 1668 under the title 'Regimento da forma porque se ham de fazer os loançamentos & Cobranças dos quinhentos mil cruzados [...]'.

Rare work not mentioned by Inocêncio, who refers only to the regimentos of 1654 and 1759, nor by the main auction and booksellers" catalogues.

The Junta dos Três Estados was one of the organs of the Portuguese central administration. Created by King João IV to administer the taxes that would be used to pay for the military expenses arising from the War of Restoration of Independence between Portugal and Spain. It eventually continued its activity by administering the funds needed to maintain the military apparatus, from the management of revenues from various taxes to their application. All military expenditure began to be handled by the Junta, which meant that it was in charge of everything concerning the army, not just the collection and distribution of taxes. Over time the Lieutenant General of Artillery, the engineers and fortifications, the hospitals, the munitions and supplies, the Vedor-General, the stud farms responsible for the remounting of the cavalry, etc., etc. came under its direct control, making the Junta very quickly become a veritable royal court in charge of the army"s military administration. It was abolished by charter of 8 April 1813 and all its documents passed to the archives of the War Council.