Memorias del Marqvés de Bradomín: las pvblica Don Ramón del Valle-Inclán. Olid, núm. 8. Tipografía de la «Revista de Archivos, Bibliotecas y Museos». Madrid. MCMV [1905].

De 18,5x13 cm. Com 237 págs. Brochado, com o corte das folhas aparado e carminado à cabeça e fita marcadora em tecido.

Exemplar com dedicatória manuscrita do autor a lápis, na folha de anterrosto, e ex-libris de Albino Forjaz de Sampaio na capa anterior. Pequeno rasgo à cabeça da capa anterior, parcialmente descolada do miolo.

Primeira edição muito rara de uma das obras mais conhecidas de Valle-Inclán.

«Sonata de otoño» é a primeira novela da tetralogia de Valle-Inclán conhecida como Sonatas, sendo cada uma dedicada a uma estação do ano.

É claro nela a preocupação de captar, através da linguagem, tanto o ritmo como a paisagem outonal da Galiza, sítio onde se desenrola a trama romanesca. Há uma ênfase na queda das folhas, flores murchas, ervas secas, céus escurecidos, um ar frio e vários presságios de fatalidade. O Outono é também a metáfora que sublinha a maturidade consumada do personagem principal.

As obras têm por objeto as memórias amorosas do fictício Marquês de Bradomín, um velho conservador no exílio devido à sua fidelidade a Carlos de Bourbon e às políticas antiliberais, legitimistas e de defesa do regresso ao Antigo Regime. As Sonatas, do ponto de vista estético, representam uma reação ao movimento artístico conhecido como realismo e são um dos momentos mais altos do chamado modernismo espanhol: uma afirmação da arte pela arte, de uma preocupação com a linguagem, procurando a raridade e a elevação aristocrática, e deixando-se contaminar, no ritmo e na metafórica, pela música e pelas artes plásticas.

Ramón Maria del Valle-Inclán (Vilanova de Arousa, 1866 – Santiago de Compostela, 1936), pseudónimo de Ramón José Simón Valle y Peña, foi romancista, poeta, ator e dramaturgo paradigmático da escola modernista espanhola. Cursou Direito na Universidade de Santiago de Compostela. Fixado em Madrid, em 1895, iniciou a sua actividade literária, escrevendo contos e artigos para a imprensa da época. Foi professor catedrático de Estética, na Academia de Belas Artes de San Fernando (1916) e presidente do Ateneo de Madrid (1932). Oriundo de famílias fidalgas galegas, destaca-se ao longo da sua obra o espaço rural da Galiza.

Albino Forjaz de Sampaio (Lisboa, 1884 – Lisboa, 1949) foi um prolífico escritor e jornalista, sócio honorário da Academia das Ciências de Lisboa. Começou a sua carreira literária com uma crónica de crítica social no jornal a Luta, mas acabou por desenvolver vasta obra em inúmeros campos, nomeadamente no género do naturalismo e no estudo do teatro português nos séculos XVII, XVIII e inícios do século XIX. Autor de um dos livros mais vendidos do século XX – Palavras Cínicas (1905) – que, à morte do autor, tinha já tido 46 edições. Citado por Almada Negreiros no seu Manifesto Anti-Dantas: «E o raquítico Albino Forjaz de Sampaio, crítico da Luta a que o Fialho com imensa piada intrujou de que tinha talento!».

 18.5x13 cm. 237 pages. Paperback. Trimmed and red top edges and cloth ribbon marker.

Copy with handwritten dedication in pencil by the author on the front flyleaf and ex-libris from Albino Forjaz de Sampaio on the front cover. Small tear at the head of the front cover, partially detached from the core.

Very rare first edition of one of Valle-Inclán's best-known works.

"Sonata de otoño" (Automn Sonata) is the first novella in Valle-Inclán's tetralogy known as the Sonatas, each of which is dedicated to a season of the year.

It is clear that it is concerned with capturing, through language, both the rhythm and the autumnal landscape of Galicia, the place where the novel's plot unfolds. There is an emphasis on falling leaves, wilting flowers, dried herbs, darkened skies, a chill in the air and various omens of doom. Autumn is also the metaphor that underlines the consummate maturity of the main character.

The works are about the amorous memories of the fictional Marquis of Bradomín, an old conservative in exile because of his allegiance to Charles of Bourbon and his anti-liberal, legitimist policies in defence of a return to the Old Regime. The Sonatas, from an aesthetic point of view, represent a reaction to the artistic movement known as realism and are one of the highest moments of so-called Spanish modernism: an affirmation of art for art's sake, of a preoccupation with language, seeking rarity and aristocratic elevation, and allowing itself to be contaminated, in rhythm and metaphor, by music and the plastic arts.

Ramón Maria del Valle-Inclán (Vilanova de Arousa, 1866 - Santiago de Compostela, 1936), pseudonym of Ramón José Simón Valle y Peña, was a novelist, poet, actor and playwright who was a paradigm of the Spanish modernist school. He studied Law at the University of Santiago de Compostela. He settled in Madrid in 1895 and began his literary activity, writing short stories and articles for the press of the time. He was a professor of Aesthetics at the San Fernando Academy of Fine Arts (1916) and president of the Ateneo de Madrid (1932). Coming from noble Galician families, his work emphasises the countryside of Galicia.

Albino Forjaz de Sampaio (Lisbon, 1884 - Lisbon, 1949) was a prolific writer and journalist, honorary member of the Lisbon Academy of Sciences. He began his literary career with a chronicle of social criticism in the newspaper a Luta, but ended up developing a vast body of work in numerous fields, namely in the genre of naturalism and the study of Portuguese theatre in the 17th, 18th and early 19th centuries. He was the author of one of the best-selling books of the 20th century - Palavras Cínicas (1905) - which, at the time of his death, had already been published in 46 editions. Quoted by Almada Negreiros in his Manifesto Anti-Dantas : "And the rickety Albino Forjaz de Sampaio, critic of Luta whom Fialho jokingly implied had talent!"

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