IN QUO NON TANTUM CODICES RECENSENTUR, SED ETIAM QUOT TRACTATUS, EPISTOLAS, &c. SINGULI CODICES CONTINEANT, EXPONITUR, ALIAQUE ANIMADVERTUNTUR NOTATU DIGNA. OLISIPONE EX TYPOGRAPHIA REGIA. ANNO MDCCLXXV. [1775].

In 4º gr. (de 26,5x20 cm) com [vi], 213, [v] pags.

Encadernação de meados do século xix com lombada em pele e pastas com papel decorativo.

Ilustrado com 2 gravuras abertas em chapa (contidas nas últimas 5 pags. inumeradas da nossa colação) com impressão a duas cores, mostrando o esquema de classificação bibliográfica das partes notáveis de um códice e do seu conteúdo, e dando como exemplos (paradigmas) o códice nº 1 e o códice nº 38, e seguindo-se a página das erratas a qual retoma a impressão tipográfica inicial.

Obra de referência da bibliografia e da cultura portuguesa.

Inocêncio I, xlvi, III, 44, III, 218 e IV, 57: INDEX CODICUM BIBLIOTHECAE ALCOBATIAE, in quo non tantum codices recensentur, sed etiam quot Tractatus, Epistolas &c. singulis codices contineant, exponitur, aliaque animadvertuntur notatu digna. Olysipone, ex Typ. Regia 1775. fol. de VI 213 pag. com dous paradigmas gravados no fim, e uma tabela de erratas. Atribui-se a composição deste Index a Fr. Francisco de Sá, monge de Alcobaça. Ele serviu no fim de bastantes anos de assunto a uma contestada polémica, a que já aludi no presente volume, no artigo Fr. Francisco Roballo. No Catálogo dos livros de Lord Stuart n.º 1663, acho descrito um exemplar com a nota de raro. O seu preço regular em Lisboa era antigamente de 1:200 a 1:440 réis, porém eu comprei um há tempos por uma quantia bem insignificante. Vários códices dos que vêm mencionados no Index foram posteriormente dados à estampa por Fr. Fortunato de S. Boaventura: vej. no tomo II do Diccionario os nº C, 351, F, 329, e F, 331.

Na Biblioteca Nacional de Lisboa existe hoje recolhida uma boa parte dos mesmos códices, escapados á rapina que devastou os restantes, com outras preciosidades do mosteiro de Alcobaça, cuja perda é, e será sempre lamentável. Por falta de tempo não pude até agora indagar se na Biblioteca se fez, como cumpria, a confrontação dos existentes com os acusados no Index, para conhecer e verificar quais os perdidos. Não me despeço porém de ainda empreender eu mesmo essa confrontação na primeira oportunidade que se oferecer, pois a considero de atendível interesse para a nossa bibliografia. Os padres de Alcobaça deram-se por agravados do modo como o autor da Memoria tratava nela a Fr. Bernardo de Brito, e ao autor do Index Codicum Bibl. Alcobaticæ, impresso em 1775, acusando o primeiro de falsificador de documentos, etc., e o segundo de descuidos e inexactidões cometidas no referido Index. Em desforço d'estes agravos saiu Fr. Francisco Roballo com o seu Exame critico, etc. (Vej. no tomo II, n.º F, 1754)'