RUGENDAS. (Johann Moritz) HABITANTE DE GOYAS, QUADRO A ÓLEO PINTADO SOBRE MADEIRA.

     
 
 

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COUTO. (Diogo do) OBSERVAÇÕES SOBRE AS PRINCIPAIS CAUSAS DA DECADENCIA DOS PORTUGUEZES NA ASIA, [SOLDADO PRÁTICO]

Escritas POR DIOGO DO COUTO, Em Fórma de Dialogo, Com o Título de SOLDADO PRATICO, Publicadas de Ordem da ACADEMIA REAL DAS SCIENCIAS De Lisboa, Por Antonio Caetano do Amaral, Socio Effevtivo da mesma. LISBOA NA OFFIC. DA ACAD. REAL DAS SCIENCIAS, Anno M.DCCXC. [1790] Com licença da Real Meza da Commissaõ Geral sobre o Exame, e Censura dos Livros.

De 19,5x11,5 cm. Com xiv, [i.é. xii], [ii], 161, [i em br. ], 110 págs. Encadernação da época com a lombada e os cantos em pele, com rótulo vermelho e ferros a ouro.

Exemplar com desgastes na encadernação em especial no pé da lombada, nos cantos e nas pastas; com etiqueta de biblioteca no pé da lombada, com mancha junto ao festo à cabeça das páginas preliminares e até à página 23.

Esta edição tem um erro de numeração nas páginas preliminares que começam a ser numeradas a partir de 3, por erro tipográfico, mas está completo, pois acontece o mesmo com o exemplar da BNP.

As páginas preliminares contêm: Introdução de António Caetano do Amaral; e a carta dedicatória de Diogo do Couto ao Conde de Salinas, em duas páginas sem numeração. Na primeira numeração contém: Diálogo do Soldado Pratico que trata dos enganos, e desenganos da Índia; e a segunda numeração inclui: Diálogo do Soldado Pratico Portuguez, composto por Diogo do Couto, guarda-mor da torre do tombo do estado da Índia, entre hum governador novamente eleito, e hum soldado antigo.

Caetano do Amaral na sua introdução a esta primeira edição impressa da obra, que foi publicada pela Academia das Ciências de Lisboa, refere: "Era um manuscrito adquirido pela Academia. Sabia-se que Diogo do Couto, movido do zelo do bem público, compusera um livro, a que intitulara o Soldado Prático, no qual tratava dos abusos, e males, que de seu tempo se haviam já introduzido no governo do estado da índia: que antes de aperfeiçoar esta obra, lhe fora furtado o original dela, e trazido sem nome de autor a este reino, onde fora trasladado por várias mãos as quais cópias eram todas em grande estima: que sendo disto avisado o autor, muitos anos depois reformara a dita obra, ou quase a fizera de novo". e acrescenta: “deixar caminho aberto a que pelo tempo adiante descobrindo-se manuscritos mais correctos, e combinando-se com estes o impresso [esta edição], se possa ir nas seguintes edições emendando, e tornando-se genuína a composição do autor, que se procura imortalizar por meio da impressão”.

Inocêncio II, 156. refere “Este inédito foi publicado de ordem da Academia. (V. Antonio Caetano do Amaral.) Infelizmente, o códice que serviu de texto era assaz incorrecto e por isso é mister corrigir o impresso por outro mais exacto, que existe na Bibl. de Évora, do qual nos dá noticia o respectivo Catalogo na pág. 268.

Rodrigues Lapa no prefácio da 2.ª edição da famosa obra de Diogo do Couto, já com o texto restituído e anotado por ele, publicada meritoriamente pela Livraria Sá da Costa em 1954, na célebre Colecção de Clássicos, refere:

"O manuscrito primitivo, que, por felicidade nos foi conservado e anda impresso, tinha como um carácter e disposição predominantemente burocráticos[...] Na redacção posterior que é verdadeiramente uma obra nova[...] O texto ficou subcarregado de erudição, por vezes aborrecível[...] O Soldado Pratico é dos livros mais honrados da literatura portuguesa. Deverá ser lido depois dos Lusíadas. Os dois amigos, Camões e Couto, fizeram duas obras que se completam: uma conta as glórias antigas da Pátria, num frenético esquecimento do presente; outra analisa impiedosamente as vergonhas desse presente e mostra-nos o país e o Império afundados num tremendal de infâmias: por toda a parte a ambição da riqueza, o amor do luxo, a concussão e o roubo. Tudo estava podre e afistulado! Exclama o austero escritor nesse impressionantíssimo documento da crise[...] Diogo do Couto não se contenta em apontar o mal, com todos os seus pormenores e com profundo conhecimento[...] indica os responsáveis da espantosa decadência do Império[...] O amor da verdade é em Couto uma espécie de vício. Há homens assim; por mais que lhe façam, não cessam de dizê-la [...] A nossa edição tomou por base o manuscrito n.º 463 da Biblioteca Nacional. O texto agora restituído[...] com grande diferença da única edição de 1790."

Diogo do Couto, natural de Lisboa (1542-1616), foi um famoso historiador português, filho de um novo fidalgo sem linhagem anterior, em jovem foi criado do palácio do Infante D. Luís, filho de D. Manuel I. Estudou no colégio da Companhia de Jesus de S. Antão, tendo como professores os famosos mestres Manuel Alvares (gramática), Cipriano Soares (retórica) e Francisco Rodrigues (geografia). Depois passou para o mosteiro de Benfica, estudou na companhia do infante D. António, futuro Prior do Crato, as lições de Fr. Bartolomeu dos Mártires (filosofia). Partiu jovem para a Índia como soldado, onde reencontrou o seu grande amigo Luís Vaz de Camões, com quem também tinha estudado em Lisboa. Exerceu um sem número de cargos públicos ao longo da vida, entre eles foi guarda-mor da Torre do Tombo de Goa e Cronista-mor da Índia, cargo no qual sucedeu a João de Barros. Conhecido pela honestidade com que sempre desempenhou os seus vários cargos oficiais, encontrou por isso inúmeras resistências e desconfianças na árdua tarefa de escrever com seriedade e rigor histórico as suas Décadas da Índia. O manuscrito original do Soldado Prático, escrito em vida de D. Sebastião, tal como outros volumes das Décadas, foi-lhe roubado na Índia, mas chegou a Portugal por outras mãos, rapidamente passou a circular em cópias manuscritas com grande sucesso. Tendo o autor conhecimento deste facto, melhorou muito a sua obra, versão que nos chegou em diversos manuscritos.

 Observations about the Main Sources of the Portuguese Decline in Azia, [Practical Soldier]

Dim.: 19.5x11.5 cm with xiv, [ii], 161, 113 pp.

Binding: 19th century full calf, period style, with red label and gilt tools on spine.

Copy with signd of wear on the binding, especially at foot of spine, corners and folders; with library label at foot of spine, with stain near inner hinge at head of preliminary pages and up to page 23.

This edition has a numbering error in the preliminary pages which start numbering from 3, due to a typographical error, but it is complete, as the same thing happens with the BNP copy.

The work contains the following parts: Introduction by António Caetano do Amaral. Two page letter from Diogo do Couto to the Count of Salinas. Dialogue of the Practical Soldier that handles deceptions and disappointments of India. Dialogue of the Portuguese Practical Soldier composed by Diogo do Couto, Major Keeper of the Torre do Tombo of the State of India, between a re-elected Governor and an ancient soldier. The work ends, on the last two folios, with the Catalogue of the works printed by the Lisbon Academy of Sciences and the prices of the soft cover copies.

Inocencio II, 156. refers to "This original has been published by order of the Academy (V. Antonio Caetano do Amaral.). Unfortunately, the codex that served as text was quite incorrect, and for that reason it is necessary to correct the printing by a more exact one, which exists in the Library of Évora, of which the respective Catalogo on p. 268.

Rodrigues Lapa in the preface to the 2nd edition of the famous work by Diogo do Couto, with the text already restored and annotated by him, published meritoriously by Livraria Sá da Costa in 1954, in the celebrated Colecção de Clássicos, states:

"The primitive manuscript, which, by good fortune has been preserved and is in print, was predominantly bureaucratic in character and disposition[...] In the later draft, which is truly a new work[...] The text was underloaded with erudition, sometimes boring[...] O Soldado Pratico is one of the most honourable books in Portuguese literature. It should be read after the Lusíadas. The two friends, Camões and Couto, made two works that complement each other: one tells the ancient glories of the Homeland, in a frantic forgetfulness of the present; the other ruthlessly analyzes the shame of this present and shows us the country and the Empire sunk in a tremendal of infamies: everywhere the ambition of wealth, the love of luxury, concussion and theft. Everything was rotten and funneled! Exclaims the austere writer in this very impressive document of the crisis [...] Diogo do Couto is not satisfied in pointing out the evil, with all its details and with deep knowledge [...] indicates the responsible of the frightful decadence of the Empire [...] The love of the truth is in Couto a kind of vice. There are men like that; no matter how much they do to him, they never stop saying it [...] Our edition was based on the manuscript no. 463 of the National Library. The text now restored[...] with great difference from the only edition of 1790."

Diogo do Couto, born in Lisbon (1542-1616), was a famous Portuguese historian, son of a new nobleman with no previous lineage, as a young man he was servant of the palace of Infante D. Luís, son of D. Manuel I. He studied at the college of the Society of Jesus of S. Antão, having as teachers the famous masters Manuel Alvares (grammar), Cipriano Soares (rhetoric) and Francisco Rodrigues (geography). He then moved to the monastery of Benfica, where he studied in the company of Infante D. António, future Prior of Crato, the lessons of Fr. Bartolomeu dos Mártires (philosophy). He left as a young soldier for India, where he met up again with his great friend Luís Vaz de Camões, with whom he had also studied in Lisbon. He held a number of public posts throughout his life, including chief keeper of the Torre do Tombo in Goa and chief Chronicler of India, where he succeeded João de Barros. Known for the honesty with which he always performed his various official duties, he encountered a great deal of resistance and mistrust in the arduous task of writing his Décadas da Índia with seriousness and historical accuracy. The original manuscript of Soldado Prático, written during the life of D. Sebastião, like other volumes of the Decades, was stolen from him in India, but reached Portugal by other hands, and quickly circulated in manuscript copies with great success. The author being aware of this fact, he greatly improved his work, a version of which has come down to us in various manuscripts.

Referências/References:

Inocêncio 2, 156; Inocêncio 1, 99; Samodães 1, 265; Monteverde, 1903; Condessa de Azambuja 667; Figanière 908; .


Temáticas

Referência: 1711JC049
Local: M-3-C-39


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