RUGENDAS. (Johann Moritz) HABITANTE DE GOYAS, QUADRO A ÓLEO PINTADO SOBRE MADEIRA.

     
 
 

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CASTANHOSO. (Miguel de) HISTORIA DAS COUSAS QUE O MUY ESFORÇADO CAPITÃO DOM CHRISTOUÃO DA GAMA FEZ NOS REYNOS DO PRESTE IOÃO

Com quatrocentos Portugueses que consigo leuou. Impressa por Ioã da Barreyra. E per elle dirigido ao muyto magnifico & illustre señor Dõ Francisco de Portugal. [Colofon] A louuor de Deos & da gloriosa virgem nossa senhora se acabou de imprimir a presente obra, em casa de Ioão da barreyra Impressor del Rey nosso senhor. Aos vinte & sete de Iunho de. M.D. LXIIII. [1564] Annos.

In 8.º de 18,8x13,4 cm. Com 54 fólios. Encadernação do século XIX, com rótulo vermelho, nervos e ferros a ouro na lombada e ferros a seco nas pastas formando duas esquadrias cada uma com filetes duplos sendo a interior decorada nos cantos com motivos antropromórficos e com um florão ao centro.

Folha de rosto xilogravada com o título ao centro enquadrado por uma composição arquitectónica com anjos nos cantos superiores, uma esfera armilar ao centro, figuras alegóricas nas duas colunas laterais e as armas de Portugal ao centro do embasamento rodeadas por duas figuras masculinas apontando o título. É igual à xilogravura usada na obra Dialogo de João de Barros (Anselmo, 172).

Impressão muito nítida em caracteres redondos e alguns itálicos, na dedicatória, nos títulos dos capítulos, na primeira linha do primeiro capítulo e no colofon, adornada com uma inicial historiada no primeiro capítulo e iniciais decoradas na dedicatória e nos restantes capítulos.

Exemplar com a folha de rosto aparada. Com leve desgaste no fólio três frente e pequenas manchas no fólio quatro frente.

1.ª Edição raríssima, considerada o mais raro de todos os impressos quinhentistas portugueses. Só estão identificados 2 exemplares em bibliotecas públicas, Nacional de Portugal e Nacional de Viena de Áustria. Não consta dos principais catálogos de leilões e livreiros.

Nos fólios iniciais, (2 frente a 3 frente) contém uma dedicatória do impressor, João de Barreira, a D. Francisco de Portugal, 2.º Conde da Vidigueira, tio de D. Cristóvão, onde menciona o nome do autor que não consta da folha de rosto. O texto tem início no fólio 3 verso e termina com o cólofon na frente do fólio 54, que tem o verso em branco.

Reeditado na Colecção de opúsculos reimpressos relativos à História de Portugal. Academia Real das Ciências. Lisboa. 1855 e em edição de Francisco Maria Esteves, em 1898; tradução para italiano em 1888, para inglês em 1902, reimpressa em 1967.

De grande importância para o estudo da expansão portuguesa na Etiópia e no Mar Vermelho, para a história da família de Vasco da Gama, para o conhecimento da história, religião e costumes do povo etíope e para o conhecimento das táticas e armas usadas pelos portugueses no século XVI.

Castanhoso relata de forma muito concisa e com vivacidade os acontecimentos que testemunhou e em que participou heroicamente e ao mesmo tempo descreve os costumes, a religião e o espetáculo da natureza, assim como as comovedoras cerimónias religiosas, percussoras do ecumenismo, celebradas por clérigos Etíopes, no Natal de 1541 e nas missas campais antes das batalhas.

As relações de Portugal com a Etiópia datam pelo menos de 1452, quando esteve na corte de D. Afonso V, um enviado da abissínia e mantiveram-se mais ou menos intensas até fins do século XVII. Em 1489 D. João II enviou homens da sua confiança para explorarem as rotas comerciais para a Índia e um deles, Pero da Covilhã, chegou à Etiópia em fins de 1493, onde ficou até ao fim da vida. Em 1514 chegou a Lisboa um embaixador da Etiópia, enviado pela rainha Helena. No ano de 1520 foi enviada uma embaixada chefiado por D. Rodrigo de Lima, que levava consigo o Padre Francisco Álvares, que encontrou Pero da Covilhã e após ficar na Etiópia seis anos voltou a Portugal e publicou a célebre obra - O Preste João das Índias, Lisboa, 1540.

D. Estevão da Gama projectou um ataque ao Suez para destruir a armada otomana. Partiu de Goa a 31 de Dezembro de 1540, levando consigo D. João de Castro futuro Vice-Rei da índia, que descreveu o mar Roxo (hoje Mar Vermelho) e a viagem na sua obra Roteiro do Mar Roxo. Devido a dificuldades de navegação só alcançaram o objectivo, em 27 de Abril de 1541 e foi impossível realizar o ataque devido aos otomanos terem tido tempo para preparar uma forte defesa. Ainda assim esta foi a primeira armada europeia a percorrer todo o mar roxo e a deixar uma descrição científica das suas costas.

Na viagem de regresso a armada aportou em Massuá, onde encontrou um enviado do Imperador da Etiópia, que pressionado pelos ataques dos muçulmanos, pedia a ajuda dos portugueses com base nos contactos descritos acima. D. Estêvão da Gama deu logo resposta positiva e escolheu o seu irmão mais novo D. Cristóvão da Gama para chefiar um contingente de 400 soldados portugueses de elite.

O destacamento militar partiu de Massuá, em 9 de Junho de 1541, numa marcha por terrenos difíceis e áridos e com poucos meios de transporte até Debarwa (Debaroa) dirigiu-se ao encontro da Rainha mãe, Sabla Wengel, que estava no Mosteiro de Debra Damo, onde ficou para passar o Inverno, até 15 de Dezembro de 1541, quando iniciou a marcha, tendo passado o Natal numa serra e depois atingido Agame em inícios de Janeiro de 1542, donde partiram no dia seis desse mês em direção de Amba Sanayt, uma serra fortificada, que era considerada inexpugnável. Em 2 de Fevereiro de 1542 decidiu tomá-la de assalto, o que conseguiu para grande espanto dos Etíopes e da rainha que assistiram à conquista da fortaleza.

D. Cristóvão, animado por este feito, marchou contra o Ahmad Gran, que derrotou nas duas batalhas de Iarte, ou Jarte, de 2 a 4 de Abril e em 9 do mesmo mês de 1542. Para descansar das batalhas assentou acampamento em Ofla. Ao ser informado de que existia perto uma serra fortificada onde existiam muitos cavalos, resolveu atacá-la em 25 de Agosto de 1542, o que conseguiu. Deixando uma guarnição na chamada Serra do Judeu, voltou para Ofla, onde soube que Ahmad Gran estava perto e muito reforçado por tropas otomanas e artilharia. No dia 28 de Agosto deu-se a batalha que devido à desproporção de forças levou ao desfecho inevitável da derrota dos portugueses com pesadas baixas. D. Cristóvão foi capturado, no dia seguinte, torturado e decapitado por Ahmad Gran. Como afirma João de Barreira na dedicatória: morreu finalmente, sendo mártir, não se contentando haver a coroa da glória cá na terra, senão ainda a do martírio no céu. Certas testemunhas referiram que D. Cristóvão teria recusado uma proposta de conversão ao Islão, para salvar a vida e a família durante o século XVII terá tentado um processo de canonização, mas que não foi avante por ser uma época pouco favorável, para tal como explica Nepomuceno no seu estudo de 2022.

Dez dias depois chegou o Imperador da Etiópia à Serra do Judeu e ali se reuniram os pouco mais de cem portugueses que sobreviveram. Nos meses seguintes o Imperador começou a reunir um poderoso exército e durante o mês de Janeiro marchou contra a tropas de Ahmad Gran, que derrotou em 21 de Fevereiro de 1543, na batalha de Wayna Daga, durante a qual um soldado português conseguiu matar o comandante muçulmano, que se tinha aproximado muito das linhas da frente para tentar impedir a fuga dos seus soldados, vingando o assassínio de D. Cristóvão.

Em 1626, D. Francisco da Gama, 4.º Conde da Vidigueira, sobrinho bisneto do herói e Vice-Rei da Índia, desenvolveu todos os esforços para recuperar os seus restos mortais, que, com a ajuda do Patriarca da Etiópia, D. Afonso Mendes e dos padres jesuítas em missão no país, foram trazidos para Portugal, pelo Padre Jerónimo Lobo.

D. Cristóvão da Gama (Évora, 1516 - Ofla, Etiópia, 28 de Agosto de 1542) Filho mais novo de Vasco da Gama e da sua mulher D. Catarina de Ataíde. Em 1532 embarcou para a Índia na frota de Pedro Vaz do Amaral, onde serviu até 1535. De volta a Portugal foi nomeado capitão-mor de Malaca e voltou para a Índia em 1538 na Armada de D. Garcia de Noronha para ocupar a sua capitania. Na Índia participou em diversas campanhas sob o comando de Noronha e do seu irmão mais velho D. Estêvão da Gama. Está sepultado na Igreja de Nossa Senhora das Relíquias, na Vidigueira, panteão dos Gamas.

Imam Ahmad bin Ibrahim el-Ghazi, (Hubat 1506 - 1543) chamado Ahmad Gragn, O granhe, quer dizer: o canhoto, que também é referido como Rei de Zeila. De etnia somali era genro do emir Mafude, que foi morto em combate em 1517. Após matar o sultão Abu Bakr, em 1526, governou o Sultanato de Adal, até ser morto em combate pelos portugueses em 21 de Fevereiro de 1543, na batalha de Wayna Daga. A partir de 1526 atacou por várias vezes, 1526, 1529, 1531, 1535, 1536, 1537 e com grande êxito o reino cristão da Etiópia, levando os imperadores etíopes a grandes perdas de território e a uma situação de extrema penúria, tendo sido salvos pela intervenção portuguesa, que durou de 1541 a 1543. O sultanato de Adal desintegrou-se em 1577, mas, actualmente, Ahmad Gragn é considerado um herói pela Somália, e existe uma estátua equestre em sua honra, na capital, Mogadíscio.

Miguel de Castanhoso (Santarém, ? - Lisboa? 1565?) Escudeiro fidalgo da casa de D. João III. Participou em posição de destaque no contingente de D. Cristóvão da Gama e escreveu a narrativa mais completa e fiável dos acontecimentos. Depois da vitória decisiva sobre os muçulmanos, por ter sido gravemente ferido no braço, voltou para Portugal, via Massuá, onde embarcou em 16 de Fevereiro de 1544 e Goa, 19 de Abril do mesmo ano, tendo chegado a Lisboa em fins de 1544, onde entregou ao Rei D. João III, as cartas do Imperador da Etiópia, Galawdewos (Asnaf Sagad I, ou Cláudio) e o livro que tinha escrito. Em recompensa dos seus feitos foi armado cavaleiro da Ordem de Cristo e recebeu a Comenda de São Romão de Fonte Coberta, da mesma ordem, no Arcebispado de Braga. Barbosa Machado afirma que deixou manuscritas duas obras: História do cerco de Diu; e a História do Cerco de Mazagão.

João de Barreira (15? - Lisboa, 1590) Foi um dos mais importantes impressores do século XVI, responsável por cerca de uma centena de trabalhos tipográficos. Exerceu a sua profissão em Lisboa, onde tinha a oficina junto do Arco de S. Mamede, em Braga e em Coimbra, onde manteve uma parceria com João Álvares, desde 1548 a 1586. Também teve uma parceria, em 1565, com Marcos Borges. Usou o título de Tipógrafo régio e da Universidade e também foi impressor da Companhia de Jesus, tendo recebido em 1567 um alvará concedendo-lhe a exclusividade por oito anos na impressão dos livros da Companhia de Jesus em Portugal, embora já trabalhasse para a Companhia desde o início da instalação dos jesuítas em Portugal.

Além de impressor, João de Barreira tinha conhecimentos de matemática, astronomia e foi um escritor. É autor da obra - Reportório dos tempos, Coimbra, 1547, com 2.ª edição em 1582, acrescentou uma poesia religiosa da sua autoria a uma das obras que publicou em Coimbra, 1547 e, como se viu acima, é o autor da dedicatória da obra de Castanhoso.

 In octavo. 18.8x13.4 cm. 54 folios. 19th century binding, with red label, raised bands and gilt tools on spine and blind tools on the boards forming two frames, each with double fillets, the inner one decorated in the corners with anthropromorphic motifs and with a fleuron in the centre.

Woodcut title page with the title in the centre framed by an architectural composition with angels in the upper corners, an armillary sphere in the centre, allegorical figures on the two side columns and the coat of arms of Portugal in the centre of the base surrounded by two male figures pointing to the title. It is the same as the woodcut used in the work Dialogo by João de Barros (Anselmo, 172).

Very clear printing in round characters and some italics, in the dedication, in the chapter titles, in the first line of the first chapter and in the colophon, adorned with a historiated initial in the first chapter and decorated initials in the dedication and in the remaining chapters.

Copy with the title page trimmed. Slight signs of wear on front side of folio three and small stains on front side of folio four.

Very rare 1st edition, considered the rarest of all Portuguese 16th century printed works. Only 2 copies have been identified in public libraries, the National Library of Portugal and the National Library of Vienna, Austria. It doesn"t appear in the main auction and bookseller catalogues.

The initial folios (2 front to 3 front) contain a dedication from the printer, João de Barreira, to D. Francisco de Portugal, 2nd Count of Vidigueira, uncle of D. Cristóvão, in which he mentions the author"s name, which is not on the title page. The text begins on folio 3 verso and ends with the colophon on the front of folio 54, which has a blank verso.

Reprinted in the Colecção de opúsculos reimpressos relativos à História de Portugal (Collection of reprinted opuscula relating to the History of Portugal). Royal Academy of Sciences. Lisbon. 1855 and in an edition by Francisco Maria Esteves in 1898; translated into Italian in 1888, into English in 1902, reprinted in 1967.

Of great importance for the study of Portuguese expansion in Ethiopia and the Red Sea, for the history of Vasco da Gama"s family, for knowledge of the history, religion and customs of the Ethiopian people and for knowledge of the tactics and weapons used by the Portuguese in the 16th century.

Castanhoso gives a very concise and vivid account of the events he witnessed and in which he took part heroically, and at the same time describes customs, religion and the spectacle of nature, as well as the touching religious ceremonies, the forerunners of ecumenism, celebrated by Ethiopian clerics at Christmas in 1541 and at the masses before the battles.

Portugal"s relations with Ethiopia date back at least to 1452, when an envoy from Abyssinia was at the court of King Afonso V. They remained more or less intense until the end of the 17th century. In 1489 King João II sent men he trusted to explore the trade routes to India and one of them, Pero da Covilhã, arrived in Ethiopia at the end of 1493, where he stayed until the end of his life. In 1514, an ambassador from Ethiopia arrived in Lisbon, sent by Queen Helena. In 1520, an embassy was sent, led by D. Rodrigo de Lima, who brought with him Father Francisco Álvares, who met Pero da Covilhã and, after staying in Ethiopia for six years, returned to Portugal and published his famous work - O Preste João das Índias, Lisboa, 1540.

D. Estevão da Gama planned an attack on Suez to destroy the Ottoman armada. He left Goa on 31 December 1540, taking with him D. João de Castro, the future Viceroy of India, who described the Purple Sea (now the Red Sea) and the voyage in his work Roteiro do Mar Roxo. Due to navigational difficulties, they only reached their goal on 27 April 1541 and it was impossible to carry out the attack because the Ottomans had time to prepare a strong defence. Even so, this was the first European armada to sail the entire length of the Purple Sea and leave a scientific description of its coasts.

On the return journey, the armada landed at Massuá, where it met an envoy from the Emperor of Ethiopia, who, under pressure from the Muslim attacks, was asking for Portuguese help on the basis of the contacts described above. D. Estêvão da Gama immediately responded positively and chose his younger brother D. Cristóvão da Gama to lead a contingent of 400 elite Portuguese soldiers.

The military detachment set off from Massuá on 9 June 1541 on a march through difficult and arid terrain and with few means of transport to Debarwa (Debaroa) to meet the Queen Mother, Sabla Wengel, who was in the Monastery of Debra Damo, where she stayed to spend the winter. They spent Christmas in a mountain range and then reached Agame in early January 1542, from where they set off on the sixth of that month in the direction of Amba Sanayt, a fortified mountain range that was considered impregnable. On 2 February 1542, he decided to take it by storm, which he did to the great astonishment of the Ethiopians and the queen who watched the conquest of the fortress.

Encouraged by this feat, D. Cristóvão marched against Ahmad Gran, whom he defeated in the two battles of Iarte, ou Jarte, from 2 to 4 April and on the 9th of the same month in 1542. To rest from the battles, he set up camp in Ofla. When he was informed that there was a fortified mountain range nearby where there were many horses, he decided to attack it on 25 August 1542, which he succeeded in doing. Leaving a garrison on the so-called Hill of the Jews, he returned to Ofla, where he learnt that Ahmad Gran was close by and heavily reinforced by Ottoman troops and artillery. On 28 August, the battle took place, which, due to the disproportionate forces, led to the inevitable defeat of the Portuguese with heavy casualties. Cristóvão was captured the following day, tortured and beheaded by Ahmad Gran. As João de Barreira says in the dedication: He finally died, being a martyr, not content with having the crown of glory here on earth, but also that of martyrdom in heaven. Witnesses say that D. Cristóvão refused an offer to convert to Islam in order to save his life and his family. During the 17th century, a canonisation process was started trying to have him canonised, but it didn"t go ahead because it was an unfavourable time, as Nepomuceno explains in his 2022 study.

Ten days later, the Emperor of Ethiopia arrived in the Hill of the Jews and the few hundred Portuguese who survived were gathered there. In the following months, the Emperor began to assemble a powerful army and during the month of January he marched against Ahmad Gran"s troops, whom he defeated on 21 February 1543 in the battle of Wayna Daga, during which a Portuguese soldier managed to kill the Muslim commander, who had come too close to the front lines to try to prevent his soldiers from fleeing, avenging the murder of D. Cristóvão.

In 1626, D. Francisco da Gama, 4th Count of Vidigueira, great-nephew of the hero and Viceroy of India, made every effort to recover his remains, which, with the help of the Patriarch of Ethiopia, D. Afonso Mendes and the Jesuit priests on mission in the country, were brought to Portugal by Father Jerónimo Lobo.

D. Cristóvão da Gama (Évora, 1516 - Ofla, Ethiopia, 28 August 1542) Youngest son of Vasco da Gama and his wife Catarina de Ataíde. In 1532 he sailed to India in Pedro Vaz do Amaral"s fleet, where he served until 1535. On his return to Portugal he was appointed captain-major of Malacca and returned to India in 1538 in the Armada of D. Garcia de Noronha to occupy his captaincy. In India he took part in several campaigns under the command of Noronha and his older brother D. Estêvão da Gama. He is buried in the Church of Nossa Senhora das Relíquias in Vidigueira, the pantheon of the Gamas.

Imam Ahmad bin Ibrahim el-Ghazi, (Hubat 1506 - 1543) called Ahmad Gragn, Gragn meaning the left-handed, who is also referred to as the King of Zeila. An ethnic Somali, he was the son-in-law of the emir Mafude, who was killed in battle in 1517. After killing Sultan Abu Bakr in 1526, he ruled the Sultanate of Adal until he was killed in battle by the Portuguese on 21 February 1543 at the Battle of Wayna Daga. From 1526 onwards, he attacked the Christian kingdom of Ethiopia on several occasions - 1526, 1529, 1531, 1535, 1536, 1537 - with great success, causing the Ethiopian emperors to lose a great deal of territory and suffer extreme poverty, only to be saved by the Portuguese intervention, which lasted from 1541 to 1543. The sultanate of Adal disintegrated in 1577, but today Ahmad Gragn is considered a hero by Somalis and there is an equestrian statue in his honour in the capital, Mogadishu.

Miguel de Castanhoso (Santarém, ? - Lisbon? 1565?) Noble squire in the household of King João III. He played a leading role in D. Cristóvão da Gama"s contingent and wrote the most complete and reliable account of the events. After the decisive victory over the Muslims, having been seriously wounded in the arm, he returned to Portugal via Massuá, where he embarked on 16 February 1544 and Goa on 19 April of the same year, arriving in Lisbon at the end of 1544, where he handed King João III the letters from the Emperor of Ethiopia, Galawdewos (Asnaf Sagad I, or Cláudio) and the book he had written. As a reward for his deeds, he was knighted in the Order of Christ and received the Commendation of São Romão de Fonte Coberta, of the same order, in the Archbishopric of Braga. Barbosa Machado claims that he left two handwritten works: History of the Siege of Diu and History of the Siege of Mazagan.

João de Barreira (15? - Lisbon, 1590) was one of the most important printers of the 16th century, responsible for around a hundred typographic works. He worked in Lisbon, where he had a workshop near the Arco de S. Mamede, in Braga and in Coimbra, where he was in partnership with João Álvares from 1548 to 1586. He was also in partnership with Marcos Borges in 1565. He used the title of Royal and University Typographer and was also a printer for the Society of Jesus, having received a licence in 1567 granting him exclusivity for eight years in the printing of the Society of Jesus" books in Portugal, although he had already been working for the Society since the beginning of the Jesuits" establishment in Portugal.

In addition to being a printer, João de Barreira had knowledge of maths and astronomy and was a writer. He is the author of the work - Reportório dos tempos, Coimbra, 1547, with a second edition in 1582. He added a religious poem of his own to one of the works he published in Coimbra, 1547 and, as seen above, he is the author of the dedication of Castanhoso"s work.

Referências/References:

Luís André Nepomuceno - Miguel de Castanhoso e o martírio de D. Cristóvão da Gama. UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro. ALEA: Estudos NeoLatinos 24 (2) 2022.
Hugo Miguel de Almeida Pereira - Uma força Expedicionária Portuguesa na Campanha da Etiópia de 1541-1543. Relatório Científico Final do Trabalho de Investigação Aplicada. Academia Militar. Lisboa, 2012.
Luís Costa e Sousa - Campanha da Etiópia, 1541 - 1543: 400 portugueses em socorro do Preste João. Lisboa: Tribuna da História, 2008.
Maria Teresa do Rosário Lopes - A Etiópia na obra de Miguel de Castanhoso. Tese de mestrado em História dos Descobrimentos e da Expansão Portuguesa. Universidade de Lisboa. 2000.
Iberian Books 70940 [2879].
USTC 346256.
Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, IV, 264. João de Barreira.
Anselmo, 180.
Pinto de Matos, 136.
Inocêncio VI, 230.
Barbosa III, 471, Castanhoso e II, 603 João de Barreira. 


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Referência: 2311PG002
Local: SACO FEIRA MA

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